Título original: The King of Comedy
Realização: Martin Scorsese
Argumento: Paul D. Zimmerman
Elenco: Robert De Niro, Jerry Lewis e Sandra Bernhard
Este filme é o retrato da tremenda solidão que só a fama do mundo do espectáculo pode gerar.
Os que sonham em capturá-la criam uma ilusão e acabarão por se render e viver a ilusão em substituição do que nunca alcançarão.
Os que a vivem têm a verdadeira consciência do que ela é, um vazio sem paz, a solidão repleta de pessoas que os querem pelo que julgam que são mas que nunca os compreenderão.
Os que sonham em capturá-la criam uma ilusão e acabarão por se render e viver a ilusão em substituição do que nunca alcançarão.
Os que a vivem têm a verdadeira consciência do que ela é, um vazio sem paz, a solidão repleta de pessoas que os querem pelo que julgam que são mas que nunca os compreenderão.
O que todos, sem excepção, procuram é uma forma de aceitação, amor se assim lhe quiserem chamar.
Seja ele um amor real ou apenas aquele que se julga sentir nos aplausos e na histeria de um público.
Nós temos direito a assistir às duas extremidades, daqueles que já compreenderam o seu infortúnio e daqueles que se dispõem a tudo para lá chegar, daqueles que abdicam de boa vontade do eco vazio e daqueles que o invejam ao outro sem consideração pelo ser humano que o outro ainda é.
A solidão não se desvanece nunca, ilude-se e dilui-se, sobretudo no mundo do espectáculo.
Mas todos acabarão sós, sacrificando a vida à comédia e ao riso do público, assim convidando-o para o interior de um espaço pessoal que nem chega a ser real. E o público é um abutre...
Seja ele um amor real ou apenas aquele que se julga sentir nos aplausos e na histeria de um público.
Nós temos direito a assistir às duas extremidades, daqueles que já compreenderam o seu infortúnio e daqueles que se dispõem a tudo para lá chegar, daqueles que abdicam de boa vontade do eco vazio e daqueles que o invejam ao outro sem consideração pelo ser humano que o outro ainda é.
A solidão não se desvanece nunca, ilude-se e dilui-se, sobretudo no mundo do espectáculo.
Mas todos acabarão sós, sacrificando a vida à comédia e ao riso do público, assim convidando-o para o interior de um espaço pessoal que nem chega a ser real. E o público é um abutre...
Dando corpo a essas duas extremidades da solidão, De Niro e Lewis são um deleite, dois actores de plena mestria que estão aqui impecáveis.
Mesmo que De Niro não seja lembrado por este papel como será por outros, os seus pequenos tiques - de ombros, a forma como mexe no bigode - complementam de forma perfeita o que ele faz com a própria personagem.
E Lewis, mais de duas década depois de ter provado que era um mestre absoluto do entretenimento - e do cinema - e mais de uma década depois de parecer esquecido, ressurge a provar que será sempre uma actor desmedido, capaz de disputar a um De Niro nos seus melhores anos o protagonismo de um filme.
Mesmo que De Niro não seja lembrado por este papel como será por outros, os seus pequenos tiques - de ombros, a forma como mexe no bigode - complementam de forma perfeita o que ele faz com a própria personagem.
E Lewis, mais de duas década depois de ter provado que era um mestre absoluto do entretenimento - e do cinema - e mais de uma década depois de parecer esquecido, ressurge a provar que será sempre uma actor desmedido, capaz de disputar a um De Niro nos seus melhores anos o protagonismo de um filme.
Scorsese tinha todos os elementos de uma comédia relativamente fácil de concretizar mas domina os limites dos acontecimentos com uma precisão cínica de quem quer dar uma visão muito menos benéfica da realidade do Mundo do Espectáculo.
The King of Comedy é, pois, de uma tristeza lancinante, um olhar ao mundo e à solidão que ele comporta. Se quisermos ver nele humor, terá de ser um humor de uma acidez terrível, de risos falsos para quem ficou sozinho em cima de um palco a transformar a sua vida numa piada.
Não quereríamos que fosse de nenhuma outra forma!
The King of Comedy é, pois, de uma tristeza lancinante, um olhar ao mundo e à solidão que ele comporta. Se quisermos ver nele humor, terá de ser um humor de uma acidez terrível, de risos falsos para quem ficou sozinho em cima de um palco a transformar a sua vida numa piada.
Não quereríamos que fosse de nenhuma outra forma!
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