Realização: Sam Mendes
Argumento: William Broyles Jr. e Anthony Swofford
Elenco: Jake Gyllenhaal, Scott MacDonald, Peter Sarsgaard e Jamie Foxx
Jarhead - Máquina Zero é a história de uma guerra real que demora a chegar. É a história de um jovem que vive a vida na espera dessa mesma guerra, sem perceber muito bem os motivos que levam a tal guerra acontecer. É sobretudo um filme de guerra, sem tal acção, é a inactividade da guerra. Eles não vão à procura da guerra, esperam que ela lhes chegue.
No seu meio caminho encontramos a bizarra e irónica experiência de vida de Swofford, que se alistou no exército quase que por engano. É a sua experiência como recruta e o seu crescimento nesse campo que faz o filme. Jarhead não é mais nada que não ele, não tivesse o filme sido adaptado da autobiografia do fuzileiro Anthony Swofford. O filme é o seu retrato, a sua visão da guerra e do inimigo que por um pouco quase não tinha chegado a conhecer. É a sua experiência de passar pela máquina da guerra americana, o retrato da humilhação inicial, o tédio contínuo e a ansiedade crescente, os treinos duros e despersonalizados, o medo que sentia da guera que nunca tinha visto.
Jarhead é precisamente a experiência mais artística de Sam Mendes. O cineasta prescinde totalmente da acção para nos trazer uma visão original da guerra, surrealista, trágica e irónica. Um humor negro já habitual na sua filmografia, mas simultaneamente comprovativo da sua polivalência na indústria cinematográfica. É precisamente uma obra imparcial e realista, sem lados políticos e morais. Jarhead é Swofford e as suas expectativas. Nada mais.
As referências do género lá estão: desde Full Metal Jacket (1987) a Apocalypse Now (1979). A primeira mais óbvia, a segunda mais subtil. Mas é sobretudo na componente técnica - e não na argumentativa - que o filme ganha um novo fôlego. A fotografia de Roger Deakins é sublime e claramente o melhor de todo o filme. As suas oito nomeações para os Óscares confirmam o inegável talento deste excelente director de fotografia, já com duas colaborações com Sam Mendes. A segunda foi em Revolutionary Road.
Depois temos a banda sonora de Thomas Newman, que já trabalhou em quatro dos cinco filmes do cineasta e que nos traz uma íntima ligação da personagem à paisagem circundante. De resto a direcção artística é excelente, bem como o elenco de onde se destacam as boas interpretações de Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard e Jamie Foxx.
Jarhead não é o melhor filme de Sam Mendes, mas é inegavalmente o que apresenta uma visão mais invulgar do cineasta. Um filme de guerra sem acção, suficiente para dizermos que nunca tínhamos visto nada assim.
Jarhead é precisamente a experiência mais artística de Sam Mendes. O cineasta prescinde totalmente da acção para nos trazer uma visão original da guerra, surrealista, trágica e irónica. Um humor negro já habitual na sua filmografia, mas simultaneamente comprovativo da sua polivalência na indústria cinematográfica. É precisamente uma obra imparcial e realista, sem lados políticos e morais. Jarhead é Swofford e as suas expectativas. Nada mais.
As referências do género lá estão: desde Full Metal Jacket (1987) a Apocalypse Now (1979). A primeira mais óbvia, a segunda mais subtil. Mas é sobretudo na componente técnica - e não na argumentativa - que o filme ganha um novo fôlego. A fotografia de Roger Deakins é sublime e claramente o melhor de todo o filme. As suas oito nomeações para os Óscares confirmam o inegável talento deste excelente director de fotografia, já com duas colaborações com Sam Mendes. A segunda foi em Revolutionary Road.
Depois temos a banda sonora de Thomas Newman, que já trabalhou em quatro dos cinco filmes do cineasta e que nos traz uma íntima ligação da personagem à paisagem circundante. De resto a direcção artística é excelente, bem como o elenco de onde se destacam as boas interpretações de Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard e Jamie Foxx.
Jarhead não é o melhor filme de Sam Mendes, mas é inegavalmente o que apresenta uma visão mais invulgar do cineasta. Um filme de guerra sem acção, suficiente para dizermos que nunca tínhamos visto nada assim.
Classificação:
É só pena a subvalorização da obra...
ResponderEliminarAbraço
http://nekascw.blogspot.com/
Nekas,
ResponderEliminarPrecisamente isso, nunca o julguei tão bom.
A referência a APOCALIPSE NOW nem é assim tão subtil. A cena do ataque aéreo e da chegada dos helicópteros à praia aparece no filme e tudo.
ResponderEliminarNa verdade é mesmo um grande filme com uma grande fotografia, como disseste e bem.
5/5
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Roberto F. A. Simões,
ResponderEliminarSim, sim tens razão. Nessas cenas é por demais evidente. Foi um filme que me surpreendeu pela positiva.
Roberto F. A. Simões,
ResponderEliminarSim, sim tens razão. Nessas cenas é por demais evidente. Foi um filme que me surpreendeu pela positiva.
Muito bom, é um grande filme.
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