Título original: Bool-sin-ji-ok (2009)
Realização: Yong-Joo Lee
Argumento: Je-yong Lee Elenco: Shim Eun-kyung, Young-nam Jang e Bo-yeon Kim
Possessed, cuja antestreia decorreu no Fantasporto 2010, dificilmente terá distribuição comercial em Portugal: passou discretamente na competição Orient Express do festival, com uma recepção bastante morna e com uma realizador novato e sem grandes nomes conhecidos no elenco, para além de fugir ao género de terror sul-coreano.
Na verdade erroneamente rotulado como um filme terror, Possessed é claramente um thriller com contornos dramáticos e precisamente muito mais importante que o ambiente assustador e a tensão no filme, é o lado humano na construção das personagens que mais se destaca. Mais que isso, é precisamente um drama familiar que encontramos sob o mote de um misterioso desaparecimento com contornos macabros e sobrenaturais. Enquanto a sua irmã procura desesperadamente obter a verdade através de recursos mais convencionais, a sua mãe refugia-se na religião, o que provoca uma série de actos fundamentalistas.
Na verdade, ao contrário do que o título acima indica, mais que um filme sobre pessoas possuídas, é uma história sobre falta de crenças. Daí que outro dos muitos títulos que o filme recebeu, se adeque muito melhor: Disbelief Hell ou ainda, a tradução literal, Hell of the Non-Believers. Nesse campo, realizador estreante Lee Yong-ju consegue manter um ambiente misterioso de uma forma bastante competente, conseguindo manter uma grande consistência e diversidade de géneros. Esta é uma lufada de ar fresco no cinema de terror sul-coreano, uma espécie de upgrade 2.0 como já ouvi dizer. É muito mais complexo que uma simples forma de amedrontar o espectador. É uma forma esteticamente bem feita - note-se a cinematografia de Kyu-Dong Min - de entrar no plano do drama familiar, com componentes religiosas bem interessantes.
Através da sua narrativa bastante enigmática, Possessed consegue manter o espectador preso até ao fim, no intuito de tentar desvendar o mistério. Longe de filmes como Ju-on (2002) ou Ringu (1998), não é o medo que capta a atenção do espectador, mas sim as intrigantes reacções das personagens à situação em questão. Um argumento realista e intenso, com uma narrativa por vezes mais lenta, mas que no fim de contas resulta bastante bem.
O elenco é capaz e bem escolhido, com grande destaque para o trio de protagonistas. Desde a assustadora So-jin, interpretada por Shim Eun-kyung (Hansel & Gretel), a inteligente e corajosa personagem de Young-nam Jang (Hansel & Gretel), mas acima de tudo a perturbadora prestação de Bo-yeon Kim, no papel de uma mãe fanática religiosa. Elas levam o filme para um outro patamar, tal como era a intenção do seu realizador.
Possessed é o filme ideal para quem está cansado do cinema de terror sul-coreano, é muito maduro e complexo, muito centrado no drama familiar. Porém, é dispensável para quem espera por um filme de terror asiático.
Realização: Yong-Joo Lee
Argumento: Je-yong Lee
Possessed, cuja antestreia decorreu no Fantasporto 2010, dificilmente terá distribuição comercial em Portugal: passou discretamente na competição Orient Express do festival, com uma recepção bastante morna e com uma realizador novato e sem grandes nomes conhecidos no elenco, para além de fugir ao género de terror sul-coreano.
Na verdade erroneamente rotulado como um filme terror, Possessed é claramente um thriller com contornos dramáticos e precisamente muito mais importante que o ambiente assustador e a tensão no filme, é o lado humano na construção das personagens que mais se destaca. Mais que isso, é precisamente um drama familiar que encontramos sob o mote de um misterioso desaparecimento com contornos macabros e sobrenaturais. Enquanto a sua irmã procura desesperadamente obter a verdade através de recursos mais convencionais, a sua mãe refugia-se na religião, o que provoca uma série de actos fundamentalistas.
Na verdade, ao contrário do que o título acima indica, mais que um filme sobre pessoas possuídas, é uma história sobre falta de crenças. Daí que outro dos muitos títulos que o filme recebeu, se adeque muito melhor: Disbelief Hell ou ainda, a tradução literal, Hell of the Non-Believers. Nesse campo, realizador estreante Lee Yong-ju consegue manter um ambiente misterioso de uma forma bastante competente, conseguindo manter uma grande consistência e diversidade de géneros. Esta é uma lufada de ar fresco no cinema de terror sul-coreano, uma espécie de upgrade 2.0 como já ouvi dizer. É muito mais complexo que uma simples forma de amedrontar o espectador. É uma forma esteticamente bem feita - note-se a cinematografia de Kyu-Dong Min - de entrar no plano do drama familiar, com componentes religiosas bem interessantes.
Através da sua narrativa bastante enigmática, Possessed consegue manter o espectador preso até ao fim, no intuito de tentar desvendar o mistério. Longe de filmes como Ju-on (2002) ou Ringu (1998), não é o medo que capta a atenção do espectador, mas sim as intrigantes reacções das personagens à situação em questão. Um argumento realista e intenso, com uma narrativa por vezes mais lenta, mas que no fim de contas resulta bastante bem.
O elenco é capaz e bem escolhido, com grande destaque para o trio de protagonistas. Desde a assustadora So-jin, interpretada por Shim Eun-kyung (Hansel & Gretel), a inteligente e corajosa personagem de Young-nam Jang (Hansel & Gretel), mas acima de tudo a perturbadora prestação de Bo-yeon Kim, no papel de uma mãe fanática religiosa. Elas levam o filme para um outro patamar, tal como era a intenção do seu realizador.
Possessed é o filme ideal para quem está cansado do cinema de terror sul-coreano, é muito maduro e complexo, muito centrado no drama familiar. Porém, é dispensável para quem espera por um filme de terror asiático.
Classificação:
Por acaso não o achei um filme assim muito bom. Demasiados clichés, muito previsível.. não me conseguiu surpreender em nenhum momento. Nem a história se consegue afastar da história de practicamente todo o terror asiático. Continuo à espera de encontrar um filme de terror coreano melhor que o Tale of Two Sisters :)
ResponderEliminarMas lá está... este não é um filme de terror. É um drama. Daí que nesse género, resultou a meu ver.
ResponderEliminarEu classificaria-o como um filme de terror típico oriental, mas sem os sustos. O tipo de drama familiar que aqui desenvolvem é o que vem anexado a quase todos os filmes do género. Aliás, a questão da relação mãe/criança-traumatizada é sobre-explorada no cinema asiático...
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