sábado, 10 de abril de 2010

Uma Noite Atribulada, por Carlos Antunes










Título original: Date Night
Realização: Shawn Levy
Argumento: Josh Klausner
Elenco: Steve Carell, Tina Fey, Mark Wahlberg e Taraji P. Henson

Arrancando da modorra de um casamento estagnado para uma noite de fuga e conspiração é um truque razoável para jogar um pouco com a comédia romântica.
E assim, um casal que não parece ter mais química arranca para um noite de absoluta e enérgica loucura.
O modelo até tem bastante a ver com os seus protagonistas, improváveis como casal de comédia romântica mas também como casal de acção, quanto mais numa combinação de ambos.
Mas eles arrancam para fazerem dos papéis o que bem querem, tornando-os próprios para si mesmos, instalando-se confortavelmente no interior do filme.


Claro que é fácil a constatação de que o melhor de Date Night passa, inevitavelmente, pelos seus actores, dois comediantes bilhantes que quando têm os seus momentos de improviso arrancam as maiores gargalhadas ao público.
Eles arrancam tudo o que podem do argumento que não tem frescura e que tem pouco mais graça natural do que isso.
Um pouco de rédea solta - como o role de cenas soltas durante os créditos demonstra - e eles conseguem do espectador aquilo por que o espectador pagou, risos desabridos.
Mas atirar os dois para dentro de um mero veículo e esperar que a sua presença faça do filme uma comédia altamente eficaz não é um acto preciso e o resultado fica aquém do que a dupla quer prenunciava, quer merecia.


Date Night está feito para ter espaço para quase todos os géneros de comédia, sem as aglutinar da forma mais consistente, esperando que os protagonistas façam as ligações que possam.
Shawn Levy parece, então, ser um realizador de eleição para comédias de "meio da tabela", razoáveis, de alguns risos fáceis, mas inconsequentes.
Assim, é Date Night, que apesar de tudo, enquanto nos mantém na sala de cinema, nos diverte sem consequências de maior.



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