Título original: Fantasia Lusitana (2010)
Realização: João Canijo
João Canijo sempre se mostrou como um dos realizadores portugueses que melhor retrata o país em que vivemos. E dentro desse espírito retratista, sempre primou pelo sentido crítico que imprime nas suas obras, algumas delas bastante trágicas como o caso de Noite Escura (2004) e Mal Nascida (2007). Saindo da ficção e centrando-se num documentário, inicialmente sugerido como sendo sobre os refugiados em Portugal nos anos 40, João Canijo imprime o seu cunho pessoal numa obra que só pelo seu título - Fantasia Lusitana - indica qual o seu objectivo.
João Braz, montador de Alice (2005), faz um trabalho virtuoso sob a direcção do realizador (juntamente com toda a equipa responsável pela pesquisa) em seleccionar e editar as imagens e testemunhos. E são precisamente essas imagens que fazem a ideia funcionar, elas falam por si, estabelecem o contraponto entre a sociedade salazarista do pós-Segunda Guerra Mundial e a sociedade contemporânea.
«Tudo pela nação», assim começa e de uma forma subtilmente irónica, o retrato de uma propaganda que vendia Portugal como um país de paz e neutralidade, numa altura em que era um ponto de passagem para inúmeros estrangeiros e refugiados. As imagens de um Portugal triunfante em contraponto aos testemunhos reais e à narração, criam um equilíbrio interessante entre aquilo que era dado a crer e a realidade da situação portuguesa. O Fado, o Futebol e Fátima. Os três efes que faziam de Portugal um país aparentemente melhor e que subitamente se havia tornado cosmopolita, uma espécie de circo mediático, com direito a exposições de cariz mundial, onde o engenho e a arte portugueses eram celebrados.
E num país onde todos eram fingidores, não deixa de ser irónico que sejam precisamente os estrangeiros a encontrar, neste local, um sentimento de irrealidade. Os testemunhos de nomes como Antoine de Saint-Exupéry e Alfred Döblin revelam que, na verdade, a imagem passada para fora era que, para além do calor, do património cultural, não havia nada. Havia apenas um país de pessoas excêntricas, quase primitivas, onde o ruído era insuportável e onde homens, mulheres e crianças cuspiam no chão. Um desfile, uma parada de suposições, de fantasias, de um povo por demais iludido.
Não deixa de ser também irónico - e sem querermos desenvolver quaisquer pretensões políticas - que o sentimento que se gera no espectador (mesmo o que não viveu na época relatada no docuemntário) é o de identificação com a época e com as imagens. É este contraponto à propaganda do Estado Novo e à situação portuguesa actual que faz de Fantasia Lusitana um retrato irónico, mas acutilante, do povo português. E daí que nos faça bem, por vezes, rirmo-nos de nos próprios e termos a partir de filmes como este, um ponto de reflexão para o futuro.
João Braz, montador de Alice (2005), faz um trabalho virtuoso sob a direcção do realizador (juntamente com toda a equipa responsável pela pesquisa) em seleccionar e editar as imagens e testemunhos. E são precisamente essas imagens que fazem a ideia funcionar, elas falam por si, estabelecem o contraponto entre a sociedade salazarista do pós-Segunda Guerra Mundial e a sociedade contemporânea.
«Tudo pela nação», assim começa e de uma forma subtilmente irónica, o retrato de uma propaganda que vendia Portugal como um país de paz e neutralidade, numa altura em que era um ponto de passagem para inúmeros estrangeiros e refugiados. As imagens de um Portugal triunfante em contraponto aos testemunhos reais e à narração, criam um equilíbrio interessante entre aquilo que era dado a crer e a realidade da situação portuguesa. O Fado, o Futebol e Fátima. Os três efes que faziam de Portugal um país aparentemente melhor e que subitamente se havia tornado cosmopolita, uma espécie de circo mediático, com direito a exposições de cariz mundial, onde o engenho e a arte portugueses eram celebrados.
E num país onde todos eram fingidores, não deixa de ser irónico que sejam precisamente os estrangeiros a encontrar, neste local, um sentimento de irrealidade. Os testemunhos de nomes como Antoine de Saint-Exupéry e Alfred Döblin revelam que, na verdade, a imagem passada para fora era que, para além do calor, do património cultural, não havia nada. Havia apenas um país de pessoas excêntricas, quase primitivas, onde o ruído era insuportável e onde homens, mulheres e crianças cuspiam no chão. Um desfile, uma parada de suposições, de fantasias, de um povo por demais iludido.
Não deixa de ser também irónico - e sem querermos desenvolver quaisquer pretensões políticas - que o sentimento que se gera no espectador (mesmo o que não viveu na época relatada no docuemntário) é o de identificação com a época e com as imagens. É este contraponto à propaganda do Estado Novo e à situação portuguesa actual que faz de Fantasia Lusitana um retrato irónico, mas acutilante, do povo português. E daí que nos faça bem, por vezes, rirmo-nos de nos próprios e termos a partir de filmes como este, um ponto de reflexão para o futuro.
Classificação:
É um bom documentário sobre uma temática muito interessante que em Portugal não é muito abordada.
ResponderEliminarÉ isso mesmo, eu gostei bastante!
ResponderEliminarestive no exterior e sei k tenho agora uma mente diferente, alem d k sou casado com uma pessoa k n e portuguesa e ambos somos unanimes nada ou pouko mudou neste portugal 40 36 anos depois, descriminaçao basta sair a rua e em nos nem nos aprecebemos, ma educaçao, algm ja visitou por exemplo a seg social, ou fez se passar por pobre, e mau... mas piore esta mesquinhez portuguesa do nos somos bons mas o visinho ja nao e aqueles k estao contra n prestam k se juntem a ele, estou farto, tenho 25 ja passei por muito k muita gente kom o dobro da minha idade n passou, fui vitima do capitalismo e do socialismo, e no entanto continuo a ser vitima, vitima deste pais nauseabundo k muitos teimam continuar a cavar la no fundo do poço, porque voltei pro meu pais??porque quando fiquei bem la fora aprendi que o essencial nesta vida e estar bem onde pertenço..
ResponderEliminarpra la do choro do sofrimento k deixei nakele pais ficou o sorriso e orgulho de ter nascido em portugal, mas surgiu algo, odio, odio destes mesmos portugueses de ha 60 anos que hoje ainda olhao da mesma forma mesquinha, acinzentada, hipocrita, e invejosa pra mim...para o meu sorriso, que eles nao conseguem entender, e ai sinto m envergonhado de ser portugues.
quanto a este pais k so conhecem d praias, no extrangeiro nem todos os catolicos sabem quem foi fatima, mesmo ate em espanha, que e daqui do lado, futebol nao somos das melhores seleçoes, e quando ouço falar que o algarve e em espanha, .........portugal
conheçe portugal??
portugal e uma provincia de espanha
e o que muitos responderam ou em africa
os nossos feitos ja tem 500 anos
esta na altura d fazermos mais qualquer coisa
tornarmos portugal mais alto