Uma vez que estamos a tão poucos dias de estreia da terceira temporada de True Blood já é altura de termos por aqui uma review.
A questão mais interessante em True Blood prende-se com a banalização dos vampiros na sociedade (tanto que foi bastante interessante a abordagem feita com os teaser posters da promoção da terceira temporada). Não só isso como uma abordagem inteligente e despudorada, acompanhando Sookie Stackhouse. A verdade é que a promessa que Charlaine Harris fez a si própria de [seleccionar para ler] nunca transformar Sookie em vampiro nos livros é refrescante. Infelizmente, na série o humor de Sookie tão marcante nos livros quase foi esquecido, mas existe muito mais que compensa a sua perda.
Poder-se-ia pensar que para quem leu os livros a série teria perdido todo o interesse, mas a verdade é que Alan Ball conseguiu dar uma nova estória à estória, e muitas das vezes não só existem personagens novas, como o próprio caminho que leva ao desfecho é bastante diferente do dos livros (embora por diversas vezes leve ao mesmo resultado). Torna-se, então, interessante ver como pequenos e grandes pormenores podem alterar de forma tão significativa toda a estória e vale a pena acompanhar a série se já se leram os livros.
Além disso, numa altura em que os argumentos sobre vampiros estão tão banalizados na TV e no cinema, não é fácil um deles destacar-se. True Blood fá-lo não só pela forma adulta como é abordada (em diversos aspectos, começando pela própria estória, passando pela violência de algumas imagens e mesmo de referências sexuais), como pela sua coerência e temática, que têm levado a que seja aclamado como das poucas referências modernas de qualidade sobre vampiros.
A nível de realização, conseguiram uma abordagem clara e sem exageros no uso da câmara. Os efeitos especiais são relativamente simples mas eficazes, sem se denotarem falhas demasiado graves (apenas tenho alguns problemas pessoais com o aparecer e desaparecer das presas, bem como a sua localização não ser no local dos caninos, mas sim dos incisivos).
Já quanto a interpretações, há que destacar sem dúvida o trabalho de Anna Paquin (Sookie Stackhouse) e Stephen Moyer (Bill Compton), Sam Trammell (Sam Merlotte) e a notável prestração de Michelle Forbes como Maryann Forrester. Há que deixar a nota sobre algumas prestações que são quase relâmpago, como Alexander Skarsgård (Eric Northman), Kristin Bauer (Pam) e Anna Camp (Sarah Newlin). Na verdade, dificilmente se poderá apontar algum erro grave de casting em True Blood, mesmo na maioria dos figurantes.
A temática da Irmandade do Sol e da forma de Godric encarar toda a situação homens/vampiros foi possivelmente das melhores partes do argumento. Não só pelo modo como se vê surgir todo um culto à volta do medo, como também onde pode o fanastismo conduzir as pessoas através da manipulação de alguns; além disso, o perigo da generalização e dos estereótipos confrontados pela atitude apresentada por indivíduos (neste caso Godric). Ainda assim, tudo à volta de Maryann torna ainda melhor uma temporada que já valeria a pena, acrescentando a dose necessária de mistério e intriga, ligando-nos também a Bon Temps que estaria esquecida se não fosse este o caso.
O facto de True Blood ser uma série com 12 episódios com cerca de 40 minutos cada dá espaço para que o argumento se desenrole de forma coerente, sem necessidade de arrastar nem prolongar o desenvolver da estória para se poderem cumprir 20 ou mais episódios. Pessoalmente, encaro esta opção como a melhor em adaptações já que em filmes normalmente perde-se muito devido ao tempo escasso e em séries prolongadas há um arrasto do argumento que leva muitas vezes à perda de interesse.
True Blood podia ser apenas uma adaptação chata de mais uma colecção de livros sobre vampiros, mas a verdade é que consegue muito mais sem esforço.
O Eric felizmente cresceu mais nesta temporada. Na 1º notava-se que era um vampiro excepcional mas não transmitia muito isso. NEsta 2º temp logo no 1º ep a sua introdução é fantástica.
ResponderEliminarO Godric foi do melhor desta temporada adorei o personagem e o último episódio em que aparece é dos melhores da temporada.
Felizmente mantiveram o Lafayette :D espero mais destaque dele no futuro.
E adorei a nova personagem que introduziram a rapariga a cargo de Bill. A cena da virgindade é daqueles "como é que nunca me lembrei disto antes?" muito boa.
Eric para mim no inicio também foi um bocado uma desilusão, mas decididamente esta temporada melhorou. Godric foi muito melhor do que estava à espera, conseguiram um actor que conseguiu ter aspecto de novo e forma de estar de alguém que já viveu muito, que era exactamente o que se pretendia :)
ResponderEliminarSim, o Lafayette faz tanta falta, nem acreditei quando li o início do segundo livro.
A cena da virgindade por acaso passou-me pela cabeça, porque assim que ela perdeu eu pensei "mas eles não se regeneram, como é que eles vão resolver isto?". Mas realmente foi algo genial de ser abordado.
O que eu queria dizer com a cena da virgindade foi, como é que nunca tinha sido feita antes, sendo este um género tão popular. Sem falar noutros personagens que se regeneram sem ser vampiros. Foi uma ideia muito engraçada, nunca me tinha passado pela cabeça.
ResponderEliminarE agora reparei que repeti 50 vezes a palavra temporada acima lol.
Eu não li os livros mas sei que o Lafayette "desaparecia" :(
Ele que é dos melhores.
O Sam também está muito bem escolhido, agora até acho que a sua cara tem uns ares de cãozinho :P