Título original: I Love You Phillip Morris (2009)
Realização: Glenn Ficarra e John Requa
Argumento: Glenn Ficarra e John Requa
O que tem de mais interessante em Eu Amo-te Phillip Morris não é derivada da polémica que se instalou, devido a mentes mais puritanas, especialmente evidenciado pela sua exibição no Festival de Cannes 2009, onde a personagem de Jim Carey grita «Vou ser bicha, vou ser bicha». Nem pela cena de sexo entre a sua personagem e um bear. Não, não é a polémica que faz o filme e ainda bem. Aquilo que temos de mais interessante é a história que, tal como é dito, precisava de ser contada. A história verídica de Steven Russell, um dos maiores burlões contemporâneos – e podemos dizer assim, de uma forma arriscada, um autêntico génio – que causou embaraços ao Estado do Texas e à administração Bush.
Mas não é na polémica, nem na política que o filme se debruça. É a história incrível de um homem, que tem tanto de dramática como de cómica, tamanho é o surrealismo da situação. Eu Amo-te Phillip Morris é a história de um amor, nascido dentro da prisão, entre Steven Russell e aquele que dá nome ao filme e que resistiu mesmo fora dela, contra todas as barreiras. É um amor incondicional, mesmo que os meios para atingir os fins não sejam os mais socialmente correctos. E mesmo quando cedemos à ausência de pudor muitas vezes transmitida no filme, raras vezes caímos no estilo brejeiro.
A nível de interpretações, Jim Carrey recupera a forma dos velhos tempos, conseguindo ser genialmente hilariante na sua habitual expressividade que faz recordar filmes como Liar Liar (1997) ou até nas suas nuances mais dramáticas em obras como Man on the Moon (1999). O actor consegue conciliar o meio-termo que lhe permite arrancar uma boa prestação, cheia dos tiques extravagantes que lhe deram nome, mas nunca se sobrepondo ao argumento.
Já Ewan McGregor, um dos melhores actores britânicos contemporâneos, consegue mais uma excelente prestação. O actor prima pelos detalhes mínimos na composição da sua personagem, o que origina mais um bom desempenho para o seu invejável currículo.
No entanto, o argumento de Glenn Ficarra e John Requa é o calcanhar de Aquiles do filme. Claramente vulnerável, o argumento é desnivelado na sua composição e nas oscilações entre os traços cómicos e dramáticos. Nada que lhe retire a originalidade e o interesse, mas simultaneamente torna-o mais efémero. No filme, destaca-se ainda a fotografia colorida de Xavier Pérez Grobet (City of Ember) ou a banda sonora de Nick Urata (Lie to Me).
Preconceitos de lado, ineficiências do argumento à parte, na sua generalidade, Eu Amo-te Phillip Morris é competente no seu efeito de contar uma história surpreendente e ao mesmo tempo divertida, como já poucas existem em Hollywood.
Realização: Glenn Ficarra e John Requa
Argumento: Glenn Ficarra e John Requa
O que tem de mais interessante em Eu Amo-te Phillip Morris não é derivada da polémica que se instalou, devido a mentes mais puritanas, especialmente evidenciado pela sua exibição no Festival de Cannes 2009, onde a personagem de Jim Carey grita «Vou ser bicha, vou ser bicha». Nem pela cena de sexo entre a sua personagem e um bear. Não, não é a polémica que faz o filme e ainda bem. Aquilo que temos de mais interessante é a história que, tal como é dito, precisava de ser contada. A história verídica de Steven Russell, um dos maiores burlões contemporâneos – e podemos dizer assim, de uma forma arriscada, um autêntico génio – que causou embaraços ao Estado do Texas e à administração Bush.
Mas não é na polémica, nem na política que o filme se debruça. É a história incrível de um homem, que tem tanto de dramática como de cómica, tamanho é o surrealismo da situação. Eu Amo-te Phillip Morris é a história de um amor, nascido dentro da prisão, entre Steven Russell e aquele que dá nome ao filme e que resistiu mesmo fora dela, contra todas as barreiras. É um amor incondicional, mesmo que os meios para atingir os fins não sejam os mais socialmente correctos. E mesmo quando cedemos à ausência de pudor muitas vezes transmitida no filme, raras vezes caímos no estilo brejeiro.
A nível de interpretações, Jim Carrey recupera a forma dos velhos tempos, conseguindo ser genialmente hilariante na sua habitual expressividade que faz recordar filmes como Liar Liar (1997) ou até nas suas nuances mais dramáticas em obras como Man on the Moon (1999). O actor consegue conciliar o meio-termo que lhe permite arrancar uma boa prestação, cheia dos tiques extravagantes que lhe deram nome, mas nunca se sobrepondo ao argumento.
Já Ewan McGregor, um dos melhores actores britânicos contemporâneos, consegue mais uma excelente prestação. O actor prima pelos detalhes mínimos na composição da sua personagem, o que origina mais um bom desempenho para o seu invejável currículo.
No entanto, o argumento de Glenn Ficarra e John Requa é o calcanhar de Aquiles do filme. Claramente vulnerável, o argumento é desnivelado na sua composição e nas oscilações entre os traços cómicos e dramáticos. Nada que lhe retire a originalidade e o interesse, mas simultaneamente torna-o mais efémero. No filme, destaca-se ainda a fotografia colorida de Xavier Pérez Grobet (City of Ember) ou a banda sonora de Nick Urata (Lie to Me).
Preconceitos de lado, ineficiências do argumento à parte, na sua generalidade, Eu Amo-te Phillip Morris é competente no seu efeito de contar uma história surpreendente e ao mesmo tempo divertida, como já poucas existem em Hollywood.
Classificação:
Concordo plenamente. Proporciona uma visualização divertida!
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