Para uma série que passou um ano inteiro a tentar distanciar-se da série The X-Files para não perder por comparação, Fringe começou esta temporada com o pé errado. As várias alusões à série de culto passaram quer por um juiz a referir-se à "antiga designação X da divisão", quer por um episódio que se passa no mesmo local que o episódio mais visto de sempre de The X-Files. O que para alguns foi uma simples piscadela de olho à série, a muitos soou a uma tentativa desesperada de angariar fãs. Além disso, após um season finale como o da primeira temporada, o desligamento total demonstrado nos primeiros episódios da série foi uma desilusão.
Contudo, mais uma vez Fringe melhora a partir de meio da temporada. Após diversos stand-alones, começou finalmente a ser explorada a nova mitologia, relacionando-a com a já revelada. Conseguiram ainda tornar alguns stand-alones da primeira temporada em episódios relacionados com a mitologia principal, o que para os fãs é sempre louvável. Pena que Fringe tenha desistido da intensa campanha viral em que tinha vindo a investir mesmo antes de a série começar e que tenha perdido audiências devido ao seu posicionamento na grelha, em que competia com séries de peso.
A nível de personagens, (e embora saiba que muita gente me vai cair em cima), Anna Torv não consegue sair do mesmo registo. Por vezes (muito poucas vezes) conseguimos um vislumbre de um registo de expressividade, mas dura pouco e por vezes dá a ideia de que está simplesmente sentada em cima de um prego. Já John Noble consegue três êxitos diferentes em várias fases da série: o Walter que já conhecemos e adoramos e outras duas situações. Joshua Jackson mantém um bom desempenho, à semelhança da temporada anterior. Ainda assim o grande mistério de Fringe é o desaparecimento súbito da personagem de Meghan Markle, a agente Amy Jessup, que durante os dois episódios em que participou pareceu ser promissora para o desenvolver da mitologia.
Mesmo com inúmeros stand-alones e um certo arrastar de mitologia a dado ponto da série, o argumento desenvolveu-se de forma coesa, fazendo referências a alguns pontos já quase esquecidos no passado e criando novas personagens com bastnte potencial. Apesar de um fim novamente previsível para os fãs atentos, lançou-se uma boa ponte para uma próxima temporada, onde se espera que não repitam os erros do passado. É também de realçar o episódio musical, Brown Betty, onde possivelmente estarão algumas pistas escondidas para a próxima temporada.
Assim, Fringe classifica-se como uma das melhores séries de ficção-científica da actualidade, mantendo uma mitologia coesa e bem explorada e um núcleo sólido de bons actores.
O melhor:
- ligações à primeira temporada
- Walter (como sempre)
O pior:
- a constante cara de obstipação de Olivia
- os primeiros episódios
- as brincadeiras com The X- Files
Concordo com quase tudo menos com as referências a X-Files que nunca vi por isso não posso confirmar. De resto, a mitologia está brilhante e Walter igualmente!
ResponderEliminarAbraço
Cinema as my World
Julgo que a suposta colagem a X Files é muito forçada. Claro que há pontos em que as duas séries se tocam, mas Fringe traçou o seu caminho ainda na Season 01 e penso que faz pouco sentido continuar a situar uma no campo da outra.
ResponderEliminarSão distintas.
Eu gostei bastante desta Season 02. Foi do melhor que vi este ano.
Puxa... anda por aqui muito Fringe. Mim gostar!
ResponderEliminarSinceramente, já vi a temporada á tanto tempo (e já algumas coisas escrevi sobre ela) que já não me recordo sobre isso dos X-Files em Fringe (acredito que isso valeria por si só um interessante artigo, portanto...).
A 2ª temporada teve tanto de razoável e de muito bom em simultâneo. Eu penso que o problema de quem escreve os episódios de Fringe é ter um número grande em demasia para os encher com o seguimento da mitologia. Se a série só tivesse 12 episódios (à lá "True Blood") ganharia muito e seria mais coesa. Assim eles criam uma trama que servirá de arco principal da temporada e depois enchem o resto com situações extra (alguns casos aborrecidos) para fazer suspender o tempo (no inicio, serviram-se de banalidades para a Olivia recuperar a saúde enquanto aconteciam casos interessantes mas menores) e depois ir avançando com outras questões implicadas na mitologia (esconder a revelação da origem da Peter, os dilemas dos Observadores, etc) e mais para o fim fazer tudo avançar rapidamente para a conclusão narrativa esperada desde o fim da 1ª temporada.
Apesar de termos uma personagem nova no inicio que depois nunca mais ninguém a viu (entende-se, pois ela era de outro departamento), pouco contacto com o mundo paralelo, um deslocado episódio extra proveniente da 1ª temporada a meio desta, e alguns casos mais simples, a verdade é que o arco principal de Fringe e os dilemas de todas as personagens fazem valer imenso seguir esta série.
De todas as que acabaram ou foram canceladas, este série sci-fi, é das que mais gosto e a única do género que resta. Mais só em Setembro...
Eu prometi no Facebook que ia escrever primeiro as coisas de Fringe. Mesmo assim ando aqui a tentar desatar um nó cerebral para escrever outro, mas está complicado e agora quase sem net é praticamente impossível.
ResponderEliminarNa altura ainda pensei no assunto de escrever um só dedicado às ligações a The X-Files, mas não era o suficiente para um artigo. Talvez agora já tenha mais material, tenho de ver isso :)
Em relação à Amy Jessup tinha expectativas para ela porque era a suposta substituta de Charlie com um toque de Mulder ("I want to believe", etc). Desapareceram com ela, resta saber se sempre vai voltar.
É uma grande série, havias de dedicar-te a vê-la porque vale realmente a pena.
ResponderEliminarAs referências são inúmeras, mas a mais flagrante mesmo é exactamente alguém a referir-se a Fringe dizendo "a antiga designação X". Mas claro que a casa (que está na imagem) também foi outra jogada, pois o episódio de The X-Files foi um dos mais controversos de sempre, e além de ter sido o que mais audiências obteve, chegou a ser censurado pela estação. Por mim não teria qualquer necessidade de associar as séries (como aliás não o faço), mas foram os próprios argumentistas que proporcionaram isso durante esta temporada.
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