quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ela é demais para mim, por Carlos Antunes


Título original: She's Out of My League
Realização: Jim Field Smith
Argumento:
Sean Anders e John Morris
Elenco: Jay Baruchel, Alice Eve, T.J. Miller, Mike Vogel, Nate Torrence e Lindsay Sloane

Se passarmos o slogan e o poster veremos que não estamos perante uma idiótica comédia romântica.
Aliás, acho mesmo que a comédia é apenas um condimento de fundo de um filme que tem um objectivo maior no desengano da ilusão da aparência em que vive o mundo moderno.


Entre a mensagem do ninguém é perfeito e a mensagem do todos somos melhores do que nos querem fazer parecer há um filme simples, directo, possivelmente evidente.
O filme é o crescendo até à libertação das amarras de uma noção inferiorizada de si mesmo.
O rapaz que é um 5 e que se convence que não merece uma rapariga que é um 10. A rapariga que é um 10 e que não se consegue libertar das expecativas de perfeição. E todos os outros à voltam que não sabem como lidar com o facto de um 5, um 7 ou um 10 serem suficientes uns para os outros independetemente de qualquer escala de aparência que se queira aplicar.


O filme não deslumbra, não tem momentos dignos de grande nota, mas não desmerece o efeito que pretende atingir. Só isto, um filme com um intuito e feito à sua própria medida.
Ainda assim, Jay Baruchel faz uma personagem que já vimos várias vezes num estilo próprio e fresco e a camaradagem masculina, disfarçadamente sentimental e mais liberta graças à herança de Apatow (só para dar um exemplo) tem momentos de grande eficácia.
Se quisermos assinalar um filme de meio da tabela para ver sem compromisso, é mesmo este.



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