terça-feira, 1 de março de 2011

Fantasporto 2011: Dia 3 (Secção Competitiva)

Segunda-feira parece não ter sido o melhor dia para os espectadores do Fantasporto, pelo menos à noite no Grande Auditório. Alguns comentários menos positivos dos filmes ouvidos à saída do auditório, bem como algumas pessoas que desistiram a meio, especialmente no segundo filme da noite.

9:06 (2009), de Igor Sterk

Um filme com um bom conceito, que não consegue ser interessante ou mais que algo indefinido. Candidato da Eslovénia aos Óscares, é um interessante relato sobre obsessão. Quando se perde a vida, será que existe a possibilidade de se aproveitar a vida de quem a rejeitou? Pena que o filme nunca parte além do ambiente interessante que cria - o revelado pelo título é um deles - para as explicações, que simplesmente não existem, acabando por deitar por terra grande parte do esforço do filme. Falta-lhe um elo de ligação, algo coeso, que ligue toda a história. Igor Sterk é um realizador com potencial, mas o argumento não ajudava.

Fairycatcher (2009), de Kealan O'Rourke (curta-metragem)

Competente na recriação de um ambiente algo etéreo e de espírito claramente irlandês, mas nada mais que um argumento banal e preguiçoso.

The Tempest (2010), de Julie Taymor
Não é um filme fácil de ver. Talvez seja a sua longa duração, a temática, a sua linguagem arcaica ou o facto de ser uma versão claramente literal da história homónima de William Shakespeare. É uma obra interessante, diferente do habitual, mas também com algumas cenas mal aproveitadas. Falta-lhe alguma força na reconstituição daquela que era uma história de vingança e por isso algum fôlego, que em determinados momentos parece perder grande parte da energia, não a conseguindo conter para o clímax. De qualquer modo, Julie Taymor tanto consegue cativar nas cenas mais dramáticas, como mais cómicas - Russel Brand a mostrar que é a única que sabe fazer, mas fá-lo bem - como também as cenas mais etéreas e surreais. Curioso que estas últimas cenas remetem para algo que a cineasta fez e muito bem em Across the Universe (2007). De resto é muito literal e daí... diferente. Conhecendo a obra original talvez compreendesse melhor. Destaque para a grande Helen Mirren e também para Djimon Hounsou.

1 comentário:

  1. Conheço a obra The tempest e fiquei muito decepcionado com o filme. O filme foi feito por actores consagrados a brincar a shakespeare. Cenas dramáticas sem profundidade, cenas de loucura sem exuberância e apenas os desvarios loucos de um Russel brand pouco concentrado. Valeu o Djimon Houson a fazer um Caliban notável. Já tinha visto um Caliban que dificilmente será superado mas este esteve muito bem.

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