Realização: João Canijo
Distribuidora: Midas Filmes
É difícil avaliar Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor como um documentário normal. Até porque se a estrutura de entrevistas de carácter quase televisivo existe (tal como num formato padronizado daquilo que o senso comum diz ser um documentário), a verdade é que a crueza do seu material bem como a sua intenção toldam a sua avaliação. É difícil avaliar o filme, sem estar a avaliar o seu conteúdo e propósito.
O que dizer então de Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor? Como documentário isolado e tendo em conta a sua estrutura pouco há a dizer. Este limita-se a ser um aproveitamento de material relacionado com Sangue do meu Sangue. Mas na verdade e dentro do seu contexto, o material é altamente rico e interessante. Especialmente porque João Canijo - à semelhança do britânico Mike Leigh - parte do conceito que a escrita de um argumento não tem de ser um acto solitário, mas sim partilhado. À parte de um esboço inicial, todo o argumento do filme foi construído em conjunto com os actores do filme, que durante um ano se reuniram para falar sobre aquilo que queriam fazer com as suas personagens, alinhando ideias sobre os diálogos e cenas, com sessões de discussão e posteriores improvisações que culminavam na cena final.
O interessante em Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor depende obviamente do interessante do espectador em saber mais, em conhecer o trabalho por detrás da escrita do argumento para um filme ou do trabalho de actores. Mas permite-nos também perceber a qualidade dos actores que temos e que tantas vezes menosprezamos. Caso particular de Rita Blanco, Rafael Morais, Nuno Lopes, Anabela Moreira, Beatriz Batarda, Cleia Almeida, Marcello Urgeghe e Vera Barreto. Cada um com o seu método de trabalho - por exemplo, para Rita Blanco a improvisação é um acto primário - imprimindo a sua própria visão à construção das personagens. Anabela Moreira, por exemplo, foi viver para a casa onde vivia a sua personagem. Várias personagens estagiaram inclusive no local onde as suas personagens trabalhavam. Um trabalho longo e exaustivo que permitiu fazer de Sangue do meu Sangue um dos melhores filmes do ano, com um argumento brilhante, especialmente nas nuances de cada uma das histórias da trama.
Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor divide-se em diversos capítulos, todos eles completos e ricos, que podem servir de ponto de partida para uma aprendizagem interessante tanto para cinéfilos, como também para profissionais da área, entre os quais actores, realizadores e argumentistas. Um material sem qualquer polimento, mas bom demais para ser desperdiçado e que a Midas Filmes soube aproveitar.
O que dizer então de Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor? Como documentário isolado e tendo em conta a sua estrutura pouco há a dizer. Este limita-se a ser um aproveitamento de material relacionado com Sangue do meu Sangue. Mas na verdade e dentro do seu contexto, o material é altamente rico e interessante. Especialmente porque João Canijo - à semelhança do britânico Mike Leigh - parte do conceito que a escrita de um argumento não tem de ser um acto solitário, mas sim partilhado. À parte de um esboço inicial, todo o argumento do filme foi construído em conjunto com os actores do filme, que durante um ano se reuniram para falar sobre aquilo que queriam fazer com as suas personagens, alinhando ideias sobre os diálogos e cenas, com sessões de discussão e posteriores improvisações que culminavam na cena final.
O interessante em Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor depende obviamente do interessante do espectador em saber mais, em conhecer o trabalho por detrás da escrita do argumento para um filme ou do trabalho de actores. Mas permite-nos também perceber a qualidade dos actores que temos e que tantas vezes menosprezamos. Caso particular de Rita Blanco, Rafael Morais, Nuno Lopes, Anabela Moreira, Beatriz Batarda, Cleia Almeida, Marcello Urgeghe e Vera Barreto. Cada um com o seu método de trabalho - por exemplo, para Rita Blanco a improvisação é um acto primário - imprimindo a sua própria visão à construção das personagens. Anabela Moreira, por exemplo, foi viver para a casa onde vivia a sua personagem. Várias personagens estagiaram inclusive no local onde as suas personagens trabalhavam. Um trabalho longo e exaustivo que permitiu fazer de Sangue do meu Sangue um dos melhores filmes do ano, com um argumento brilhante, especialmente nas nuances de cada uma das histórias da trama.
Trabalho de Actriz, Trabalho de Actor divide-se em diversos capítulos, todos eles completos e ricos, que podem servir de ponto de partida para uma aprendizagem interessante tanto para cinéfilos, como também para profissionais da área, entre os quais actores, realizadores e argumentistas. Um material sem qualquer polimento, mas bom demais para ser desperdiçado e que a Midas Filmes soube aproveitar.
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