quinta-feira, 1 de março de 2012

The Theatre Bizarre, por Tiago Ramos



Título original: The Theatre Bizarre (2011)

O problema em grande parte deste género de antologias temáticas é precisamente a qualidade ou estilo das curtas-metragens incluídas. The Theatre Bizarre sofre precisamente do mesmo mal. É verdade que começa de uma forma interessante e tão bizarra quanto o nome do cinema que lhe dá nome: a ideia de obsessão por um cinema abandonado, tão assustador quanto estranho, repleto de marionetas animadas e bonecos, transmitem uma sensação estranha ao espectador. Aliás são esses separadores, protagonizados por Udo Kier e Virginia Newcomb que transmitem o maior ponto de interesse ao filme, mas no fundo servem apenas como elemento que apresenta as curtas-metragens e não como devia ser: um elemento que as conecta entre si.

The Theatre Bizarre acaba por ser um conjunto de seis curtas-metragens completamente desconexas entre si, com vários géneros e estilos (horror comedy, melodrama ou terror série-B são alguns dos exemplos) onde a diferença  de realizador se nota demasiado e transmite a sensação que esta não é mais que uma manta de retalhos que não foi sequer pensada e onde a liberdade artística deteriorou toda a estrutura coesa que deveria ter. Não que algumas das curtas-metragens não valham por si mesmas e de forma independente, mas não é isso que devia acontecer numa antologia. A de longe pior, acaba por ser The Mother of Toads, que apesar de ser uma das que reúne mais elementos de terror, é bastante fraca e a Vision Stains, embora faça lembrar alguns dos episódios de séries como The Outer Limits ou Twilight Zone, acaba por ser algo demasiado explorado na ficção-científica. The Accident, a que considero a melhor para mim, a título individual, é um melodrama que em nada se liga às histórias anteriores e seguintes e portanto, totalmente dispensável de ser incluída numa antologia que prima pelo terror e bizarro. As que porém irão talvez agradar mais aos espectadores acabam por ser I Love You, Wet Dreams ou Sweets que pela sua peculiaridade e conceito, aliadas a um espírito mais cómico e ligeiro, acabam por ser mais divertidas. 

A ideia dos separadores é potencialmente interessante, a do contador de estórias cuja história pessoal se perde nas dos outros, mas com uma estrutura tão fraca e desequilibrada, acaba por se perde todo esse potencial.


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