Realização: Ignacio Ferreras
Elenco: Tacho González, Álvaro Guevara e Mabel Rivera
Poucas vezes no cinema se tem como protagonista uma faixa etária mais idosa, ou uma história centrada no processo de envelhecimento. Recordamos títulos como Wolke 9 (2008), ou os recentes The Best Exotic Marigold Hotel (2011) e Amour (2012). Mas poucos como este Arrugas o tratam de uma forma tão sincera e carinhosa, o que surpreende ainda mais quando estamos perante um filme de animação, normalmente reservado para personagens e públicos mais jovens (talvez apenas Up se iguale na abordagem da temática). Ignacio Ferreras trabalha neste filme de uma forma tão habilidosa e impressionante, explorando ângulos de câmara ou jogos de luz e sombra, como se de uma produção live-action se tratasse. O facto de trabalhar em animação não forçou o realizador e argumentistas a suavizar a narrativa. Desta forma retratam-se personagens adoráveis, mas simultaneamente credíveis e que provocam reacções emocionais ao espectador, enquanto se depara com os medos, fantasias e desconfianças das personagens, tão adultas quanto facilmente reconhecíveis em todos nós. O argumento, baseado na banda desenhada de Paco Roca, cria personagens detalhadas e uma história realista que oscila entre a comédia e o drama, dando destaque ao momento em que o protagonista dá entrada num lar da terceira idade e se vê subitamente confrontado com o seu (e dos que o rodeiam) processo de envelhecimento e degradação mental e física, à medida que redescobre o poder do amor e da amizade.
Tecnicamente, o trabalho de animação em 2D é tradicional e embora por vezes pouco flexível, é sobretudo rico em detalhes, reflectindo realisticamente épocas diferentes, sonhos ou memórias, com uma precisão incrível e de invejar a produções cinematográficas live-action. De destacar ainda a poderosa e emocional banda sonora de Nani García.
O resultado é uma obra bela que consegue transmitir a sua forte mensagem, mas sem nunca ser moralista. Um filme que fará o espectador rever as suas acções perante os ente queridos mais idosos, bem como a sua própria percepção do que é o processo de envelhecimento, evitando porém o sentimentalismo fácil. É mais que um filme sobre a morte ou a doença, ou sobre o fim, mas sim uma celebração da própria vida. Uma comédia trágica, bela e dignificantemente humana. E sobretudo, uma provocação da perspectiva dos mais velhos sobre os mais novos, tantas vezes esquecidos - ironicamente - que também chegarão a esse momento de mudança da sua própria vida.
Poucas vezes no cinema se tem como protagonista uma faixa etária mais idosa, ou uma história centrada no processo de envelhecimento. Recordamos títulos como Wolke 9 (2008), ou os recentes The Best Exotic Marigold Hotel (2011) e Amour (2012). Mas poucos como este Arrugas o tratam de uma forma tão sincera e carinhosa, o que surpreende ainda mais quando estamos perante um filme de animação, normalmente reservado para personagens e públicos mais jovens (talvez apenas Up se iguale na abordagem da temática). Ignacio Ferreras trabalha neste filme de uma forma tão habilidosa e impressionante, explorando ângulos de câmara ou jogos de luz e sombra, como se de uma produção live-action se tratasse. O facto de trabalhar em animação não forçou o realizador e argumentistas a suavizar a narrativa. Desta forma retratam-se personagens adoráveis, mas simultaneamente credíveis e que provocam reacções emocionais ao espectador, enquanto se depara com os medos, fantasias e desconfianças das personagens, tão adultas quanto facilmente reconhecíveis em todos nós. O argumento, baseado na banda desenhada de Paco Roca, cria personagens detalhadas e uma história realista que oscila entre a comédia e o drama, dando destaque ao momento em que o protagonista dá entrada num lar da terceira idade e se vê subitamente confrontado com o seu (e dos que o rodeiam) processo de envelhecimento e degradação mental e física, à medida que redescobre o poder do amor e da amizade.
Tecnicamente, o trabalho de animação em 2D é tradicional e embora por vezes pouco flexível, é sobretudo rico em detalhes, reflectindo realisticamente épocas diferentes, sonhos ou memórias, com uma precisão incrível e de invejar a produções cinematográficas live-action. De destacar ainda a poderosa e emocional banda sonora de Nani García.
O resultado é uma obra bela que consegue transmitir a sua forte mensagem, mas sem nunca ser moralista. Um filme que fará o espectador rever as suas acções perante os ente queridos mais idosos, bem como a sua própria percepção do que é o processo de envelhecimento, evitando porém o sentimentalismo fácil. É mais que um filme sobre a morte ou a doença, ou sobre o fim, mas sim uma celebração da própria vida. Uma comédia trágica, bela e dignificantemente humana. E sobretudo, uma provocação da perspectiva dos mais velhos sobre os mais novos, tantas vezes esquecidos - ironicamente - que também chegarão a esse momento de mudança da sua própria vida.
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