Realização: Nick Murphy
Argumento: Stephen Volk e Nick Murphy
Elenco: Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton e Isaac Hempstead Wright
É facilmente reconhecível em O Despertar um processo de construção derivativo de outros trabalhos do género. Isto porque produções britânicas de terror, ambientadas em Inglaterra dos anos 20, não são propriamente raras, mas também porque a narrativa nunca evolui muito para além do classicismo do género, fazendo recordar produções como The Others (2001) ou El orfanato (2007). Mas é também compreensível que seja essa derivação que faz do filme um produto visual e narrativamente elegante, de atmosfera etérea, na estrutura clássica dos contos (vintage) de casas assombradas. Primeiro trabalho do britânico Nick Murphy para o cinema, nota-se aquele confinamento à estrutura televisiva de onde criou experiência, mas é também esse formato mais fechado, que torna O Despertar um produto tão curioso, como interessante.
Mesmo não sendo particularmente assustador, o argumento beneficia em muito do seu desenvolvimento em torno de um local familiar que mantém um clima de tensão constante, com uma atmosfera deliciosamente old-fashioned e inquietante. É verdade que o história acaba por confluir numa solução já frequentemente utilizada, mas nem por isso o espectador se sente propriamente defraudado ou desapontado. Para isso o realizador prefere basear-se num estilo confortável e elegante, por trás das câmaras e confiar sobretudo no talento do excelente elenco. Especialmente porque numa estrutura deste género, assente maioritariamente em quatro únicas personagens, é necessário que elas tenham, não só talento, mas também uma capacidade de deixar o espectador interessado o suficiente nelas. Rebecca Hall é a mais incrível nessa capacidade, não só pela sua beleza hipnótica, mas a forma como ela convence na personagem (ora segura, ora desequilibrada) e no seu tom céptico. Mas também Dominic West, conjuga-se muito bem como par protagonista, transparecendo uma invejável química à frente das câmaras, com Imelda Stauton e o pequeno Isaac Hempstead-Wright a funcionarem como motivadores da conclusão da acção, de um modo convincente.
O Despertar trabalha dentro dos moldes do género e nem sequer arrisca seguir para além deles. Mas é essa rigidez e confiança neste formato old-school que o torna particularmente negro e tempestuoso, deixando-nos curiosos para futuros trabalhos do seu realizador.
É facilmente reconhecível em O Despertar um processo de construção derivativo de outros trabalhos do género. Isto porque produções britânicas de terror, ambientadas em Inglaterra dos anos 20, não são propriamente raras, mas também porque a narrativa nunca evolui muito para além do classicismo do género, fazendo recordar produções como The Others (2001) ou El orfanato (2007). Mas é também compreensível que seja essa derivação que faz do filme um produto visual e narrativamente elegante, de atmosfera etérea, na estrutura clássica dos contos (vintage) de casas assombradas. Primeiro trabalho do britânico Nick Murphy para o cinema, nota-se aquele confinamento à estrutura televisiva de onde criou experiência, mas é também esse formato mais fechado, que torna O Despertar um produto tão curioso, como interessante.
Mesmo não sendo particularmente assustador, o argumento beneficia em muito do seu desenvolvimento em torno de um local familiar que mantém um clima de tensão constante, com uma atmosfera deliciosamente old-fashioned e inquietante. É verdade que o história acaba por confluir numa solução já frequentemente utilizada, mas nem por isso o espectador se sente propriamente defraudado ou desapontado. Para isso o realizador prefere basear-se num estilo confortável e elegante, por trás das câmaras e confiar sobretudo no talento do excelente elenco. Especialmente porque numa estrutura deste género, assente maioritariamente em quatro únicas personagens, é necessário que elas tenham, não só talento, mas também uma capacidade de deixar o espectador interessado o suficiente nelas. Rebecca Hall é a mais incrível nessa capacidade, não só pela sua beleza hipnótica, mas a forma como ela convence na personagem (ora segura, ora desequilibrada) e no seu tom céptico. Mas também Dominic West, conjuga-se muito bem como par protagonista, transparecendo uma invejável química à frente das câmaras, com Imelda Stauton e o pequeno Isaac Hempstead-Wright a funcionarem como motivadores da conclusão da acção, de um modo convincente.
O Despertar trabalha dentro dos moldes do género e nem sequer arrisca seguir para além deles. Mas é essa rigidez e confiança neste formato old-school que o torna particularmente negro e tempestuoso, deixando-nos curiosos para futuros trabalhos do seu realizador.
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