quarta-feira, 6 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine, por Eduardo Antunes

https://splitscreen-blog.blogspot.com/2009/05/x-men-origens-wolverine-por-eduardo.html

Título original: X-Men Origins: Wolverine (2009)
Realização: Gavin Hood
Argumento: David Benioff, Skip Woods
Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Lynn Collins, Taylor Kitsch, Ryan Reynolds, Will.i.am, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Daniel Henney

Se Iron Man provou há algum tempo que a boa qualidade das adaptações cinematográficas de bandas desenhadas ainda era possível, então X-Men Origins: Wolverine vem desmentir essa afirmação.

O primeiro ponto que se pode destacar, e sendo imediatamente apresentado no próprio início do filme, é o desrespeito pelas origens (ainda que não certas) da personagem, apresentadas na banda desenhada. A primeira cena do filme imediatamente remonta-nos para a história Wolverine: Origin. Mas logo a seguir apercebemo-nos da diferença, visto que, com a única fala “He’s not your father… son” parecemos estar frente a uma novela cujo próximo episódio não poderá perder. 

Claro que sendo um filme baseado numa personagem de BD, poder-me-ão dizer que a liberdade para criar é maior, e sendo essa personagem o Wolverine, cujas origens não são totalmente conhecidas, poder-me-ão dizer que tal ainda mais se apropria. Mas a realidade é que não há consideração pela personagem em si. Wolverine é uma personagem que constantemente se debate com a sua busca pelo seu lado humano e a luta contra o seu lado animal, sendo este o seu grande conflito interior. O seu julgamento muitas vezes cambaleia entre adoptar as suas totais capacidades mutantes ou tentar viver entre humanos e é isso que proporciona a violência, visual e psicológica, das histórias desta personagem. E tal não é mostrado, sendo que os únicos vestígios de tal tentativa estão presentes na (pequena) história de amor do filme ou no conflito com o seu irmão.



E nem mesmo essas histórias, que se proporcionavam a algo mais, são aproveitadas, pois o ritmo do filme é demasiado acelerado. As cenas de acção sucedem-se numa hostilidade tremenda, as personagens surgem e desaparecem com demasiada regularidade para apresentações e os acontecimentos são narrados sem que tenhamos tempo de absorver a história. 
Até os pequenos paralelismos entre este filme e os dois primeiros filmes dos X-Men são forçadamente introduzidos, revelando-se quase desperdícios, tal como as personagens introduzidas sem qualquer relevância para a história, apenas servindo a acção exagerada e o (fraco) humor. 

Já em termos de representações, Liev Schreiber é o único a destacar-se, mostrando possível potencial para um possível futuro. Único porque, até mesmo Hugh Jackman, que é aclamado como o único possível Wolverine, esteve aquém das suas capacidades, não por sua culpa, visto ele ser um óptimo actor, mas pelo papel que apenas lhe propiciava umas boas doses de corrida, pancada e uivos animalescos, pancada esta que, mais uma vez, é construída com uma montagem rápida de planos, provocando confusão nas nossas mentes e mostrando falta de aptidão técnica do realizador neste sentido. 
Os aspectos mais agradáveis que se poderão destacar são os créditos iniciais, que vão mostrando as várias guerras em que Logan e Victor combateram, e a inclusão de Gambit (Taylor Kitsch), ainda que desperdiçada, que poderá dar fruto a algo promissivo. 

É por tudo isto que o título do filme se ajusta perfeitamente. Este é apenas mais um filme dos X-Men, provavelmente à espera de uma sequela e de muitos outros spin-offs, que não ajuda o suficiente a entender as origens desta mítica personagem ou de qualquer outra, apenas tentando proporcionar uma (boa?) dose de entretenimento.



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