sábado, 19 de junho de 2010

98 Octanas, por Carlos Antunes


Título original: 98 Octanas
Realização: Fernando Lopes
Argumento: Fernando Lopes e Diogo Seixas Lopes
Elenco: Rogério Samora, Carla Chambel e Márcia Breia
Editora: Atalanta Filmes

98 Octanas é o amor - ou algo lá perto - que nasce na convulsão da viagem.
Nasce no percurso de duas pessoas que partiram sem saberem onde vão chegar e, muito menos, por onde vão lá chegar.
As suas solidões estranham-se mas juntam-se e seguem à descoberta uma da outra e de um caminho que possa ser comum ao mesmo tempo que continuar a esconder uma parte privada.


O filme é ele próprio uma viagem de descoberta, tal como as personagens, este pedaço de Arte procura um caminho próprio.
Sem destino nem percurso certo, o filme desvenda a sua própria construção à medida que descobre as suas próprias personagens e possibilidades.
E é esse o seu problema, todas as suas bifurcações, todos os seus caminhos mal escolhidos, acabam por ser incorrigíveis. O improviso aqui é o pior que pode acontecer a um filme que precisa de definir um percurso para que as personagens, eventualmente, se decidam por um ponto de paragem conjunta.


O trabalho de excepção dos actores sustenta muito do filme, mas não impede que a mistura entre a contemplação metafórica e a construção narrativa seja imprudente e imperfeita.
98 Octanas é um trabalho curioso na sua construção, com momentos de Cinema inesquecíveis, mas que não é capaz de se tornar num objecto capaz de perdurar.
A convulsão da viagem é a sua essência e a sua perturbação.



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