sexta-feira, 18 de junho de 2010

Review : Satisfaction, season 1


Seis mulheres, duas vidas, uma profissão. É esta a tagline de Satisfaction, uma série australiana da autoria de Roger Simpson cuja trama se passa num bordel de luxo.

Poucas são as vezes em que não vemos prostitutas retratadas como "coitadinhas", com um passado de relações abusivas e consumo de substâncias ilícitas ou como pessoas sedentas de poder/dinheiro (normalmente vai sempre a um dos extremos). Contudo, em Satisfaction temos um conjunto de mulheres que, além de serem prostitutas, têm toda uma vida pessoal por detrás e diversas motivações diferentes para terem seguido aquela profissão.



Sendo um argumento que gira à volta do bordel 232, as cenas de sexo constituem uma parte significativa do argumento, mas conseguem existir sem serem forçadas ou de mau gosto. Pode-se dizer, aliás, que sem elas a série não faria sentido, pois não só situam o espectador na vida das personagens como contribui para a construção destas e do ambiente em que estão inseridas.

Claro que quando se pega em algo como a prostituição para dar vida a uma série, existe sempre a questão do impacto que esta terá na sociedade. Contudo, em Satisfaction apesar de haver uma glorificação da mulher, não existe uma glorificação da prostituição, conseguido através do impacto que a profissão tem na vida pessoal das mulheres retratadas.



As actrizes conseguem também um desempenho brilhante, com destaque para Diana Glenn no papel de Chloe e Madeleine West como Mel. Ainda assim, nunca esta série teria sido possível sem todo o elenco por detrás, que garantiu uma rampa de lançamento para as actrizes principais, dando grande destaque à família de Chloe e aos membros do 232.

Satisfaction consegue, então, ser uma série consistente que recorre a temas polémicos sem abusar deles e imagens chocantes sem necessidade de mau gosto, tudo isto enquanto entretém o espectador e o mantém agarrado à série. Por Portugal a série foi transmitida no canal Sic Mulher e o DVD foi lançado pela LNK.



O melhor:
  • a (des)construção sólida das personagens
  • não se ter prendido exclusivamente a clichês

O pior:
  • ter tido apenas 10 episódios
  • não ter tido visibilidade em Portugal

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