O décimo segundo dia de festival ficou marcado pelo anúncio dos vencedores do certame deste ano, com escolhas surpreendentes e que ignoram muito do bom trabalho que se viu na edição deste ano. Já sabemos que nem todos podem ganhar, mas existem algumas ausências e/ou presenças bastante bizarras, com predominância para o apelo comercial, de grande orçamento ou para o reconhecimento da personalidade e não do filme em si.
Admito que este filme me trocou as voltas. Muito bem construído enquanto drama, com algum mistério envolvido, a estrutura tripartida do filme (cada uma das partes com a mesma história sob a perspectiva de uma personagem diferente), consegue sustentar-se durante todo o filme de um modo eficaz. O problema é sobretudo o seu final que nem se poderá chamar de inconclusivo, mas sim inexistente. A forma abrupta e inexplicável como termina fará pensar na quarta parte do filme que não existe e que deveria ligar as outras anteriores, fazendo deste um filme sem qualquer objectivo. O que é uma pena, já que o material prometia bastante.
A ideia é cativante, mas a concepção não é a melhor, transmitindo um ar até pouco profissional. Especialmente porque além de um grafismo sempre presente, que se torna incómodo e que distrai o espectador do essencial, a verdade é que os temas abordados não são mais que os clichés que rodeiam todo o género do slasher movie, não acrescentando nada de novo àquilo que o espectador já sabe. Os entrevistados também não são de todo os mais interessantes e chega a irritar o facto de raras vezes se focarem em filmes menos conhecidos do género, mas sim apenas nos mais populares e icónicos. Contudo é um documentário verdadeiramente divertido, especialmente adequado para fãs de terror.
The Tall Man (2012), de Pascal Laugier
Thriller construído de forma competente para se focar num suspense psicológico (diferente do estilo mais arrojado que Pascal Laugier já tinha revelado no seu cinema), que funciona muito bem também na sua componente dramática. Mesmo que a narrativa por vezes se revele confusa, as pequenas reviravoltas na trama são suficientes para despertar a atenção, mesmo que o final tenda a ser demasiado auto-explicativo.
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