Título original: The Curious Case of Benjamin Button (2008)
Realização: David Fincher
Argumento: Eric Roth e Robin Swicord
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Taraji P. Henson, Tilda Swinton, Jason Flemyng, Elias Koteas, Mahershalalhashbaz Ali e Josh Stewart
Realização: David Fincher
Argumento: Eric Roth e Robin Swicord
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Taraji P. Henson, Tilda Swinton, Jason Flemyng, Elias Koteas, Mahershalalhashbaz Ali e Josh Stewart
“Nasci sob circunstâncias pouco usuais“. Este é o mote para a história de Benjamin Button, um homem que nasce com cerca de 80 anos e, à medida que os anos vão passando, começa a rejuvenescer.
O filme, adaptação de um clássico da década de 20, escrito por F. Scott Fitzgerald, é realizado por David Fincher: realizador que já nos habituou a grandes filmes como Fight Club (1999), Se7en (1995), Zodiac (2007) ou Panic Room (2002). O Estranho Caso de Benjamin Button destaca-se desde já pelo burburinho que se gerou devido à temática curiosa do mesmo e foi num espírito de grande curiosidade que o vi avidamente.
O filme brilha desde logo pelos ambientes cénicos e pela caracterização. Se à partida parecia demasiado fantasioso imaginar algo semelhante, a verdade é que somos levados a acreditar que rejuvenescer, em vez de envelhecer, é verosímil. O processo de caracterização do actor Brad Pitt é pormenorizado e completo, salvo alguns erros menores. A história é contada a partir de Nova Orleães, no fim da I Guerra Mundial em 1918, passando pela II Guerra Mundial, Guerra Fria, até ao século XXI. David Fincher consegue realizar essa tarefa que, à partida, nos parecia megalómana, sendo fiel aos factos históricos, incluindo cenários, trajes, comportamentos…
O trabalho do realizador é intemporal, arriscando tornar-se um grande clássico da história do cinema. A construção do filme e do argumento de Eric Roth e Robin Swicord é feita de forma a que o mesmo se assemelhe a uma biografia, narrada pelo próprio, desde o nascimento até à morte. O interessante é que apesar de ser o filme mais completo que vi até ao momento e apesar das fascinantes personagens, histórias e acontecimentos paralelos, tudo se complementa e destaca o personagem principal.
O Estranho Caso de Benjamin Button é o mais bonito romance que já alguma vez vi. Eu confesso que bem tentei encontrar erros crassos, algo que deitasse por terra todo o destaque dado ao filme, mas não consegui. Está lá tudo e muito bem feito. Desde os cenários e caracterização (já mencionados), bem como a banda sonora, as interpretações, direcção artística e fotografia.
Os destaques vão, claro está, também para as interpretações. Todo o elenco é sublime. Brad Pitt tem aqui uma grande interpretação. Não é a interpretação masculina do ano, é verdade, mas não conseguia imaginar outro actor para desempenhar tal papel. Por sua vez, Cate Blanchett, que considero uma das actrizes mais completas da actualidade, tem uma interpretação que a início me parecia duvidosa, mas que a meio do argumento, revela toda a energia, dramatismo e plasticidade necessárias para interpretar o papel de Daisy.
Ao plano das interpretações secundárias, surge o brilhantismo de Taraji P. Henson. Queenie é a mãe adoptiva de Benjamin Button, se assim lhe quisermos chamar e que tem uma grande importância no argumento, à qual Taraji conseguiu imprimir todas as qualidades desejáveis. Por outro lado, a surpresa cai também em Tilda Swinton, vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundária em 2008, por Michael Clayton. O papel desempenhado pela actriz é portentoso, de uma mulher surpreendentemente interessante e que suportaria, por si, um único argumento a si dedicado. Uma nota também para Julia Ormond, cuja presença por si só já é de elogiar.
O Estranho Caso de Benjamin Button colmatou aquilo que já não se via há muitos anos na indústria do cinema. É um Filme, com maiúscula, completo e em pleno. De realçar, os diálogos majestosos e profundos, a subtileza das interpretações, a ironia e comédia subjacente em algumas cenas e que fazem lembrar, por momentos, Forrest Gump (1994). Com uma diferença: Benjamin Button é ainda mais profundo e apesar de todas as épocas que passam pelo filme, a personagem não é deslocada, mas surge sempre em primeiro plano.
O único ponto que em princípio poderíamos negativizar seria a duração do filme, afinal são quase três horas de acontecimentos, histórias e épocas, que quase nos impedem de respirar, com medo de perdermos algum pormenor importante. Contudo, nem isso se torna negativo. Compreende-se logo que a duração assim o é porque não havia outra forma de o fazer sem diminuir a qualidade do argumento.
O Estranho Caso de Benjamin Button vale, nem que seja só pela curiosidade, uma ida ao cinema e é “aquele” filme que ninguém pode descurar em ver. Já não podemos cair em ilusões e esperar a atribuição dos Óscares deste ano para prestigiar o filme de David Fincher, ainda para mais depois desta cerimónia dos Globos de Ouro. Não fosse este ano um dos mais fortes dos últimos em termos de películas, o filme provavelmente seria um dos mais galardoados, tanto em categorias principais, como em categorias mais técnicas.
Não percam sobretudo as sequências finais, que são de extrema emoção, capazes de levar o espectador mais insensível às lágrimas.
Vejo que gostou muito do filme, concordo com a maioria do que dizes, mas não o acho perfeito (mas também não vejo erros "crassos", apenas defeitinhos que não tiram a grandiosidade do filme)... Qualquer coisa passa no meu blog para ler o que eu escrevi, abraços...
ResponderEliminara partir do momento em que me apercebi da dobragem que foi feita da voz de daisy quando menina (naquela cena debaixo da mesa), fiquei num estado de irritação tal que o resto do filme me começou a dar comichões. tenho pena. e por um pormenorzinho de nada.
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