Realização: Larry Charles
Argumento: Bill Maher
Um excelente exercício de comédia pode ser um filme (quase) vazio.
Assim é com o pseudo-documentário Religulous, destinado desde sempre a ser um mockumentary, mas mais verdadeiramente um exercício de stand-up intercalado por pequenos "cromos" religiosos.
Se a Borat perdoávamos a condição episódica (e um pouco incoerente) ou a redução do cinema a trejeitos televisivos, pois a sua intenção era a de expor a burlesca ignorância por vias de um artifício hilariante, a Religulous não perdoamos minimamente.
O que Bill Maher e Larry Charles procuram são os mais fanáticos, desinformados ou simplistas dos membros religiosos.
Buscam-nos para os colocar no ponto certo para que se ridicularizem a eles mesmos.
Mas Maher, sistematicamente, destroí as possibilidades de discurso de qualquer um deles, mesmo (e sobretudo) se o discurso surpreende pela sua inteligência.
Maher não pretende discutir a Religião, pretende destruí-la perante todos, pregando o seu ateísmo.
E, nesse processo, confunde e mistura todos os argumentos, todas as atitudes religiosas e todos os registos.
Usando a montagem e os seus comentários para tornar ainda mais ridículas as presenças que os entrevistados têm no ecrã, Maher desrespeita-os sem lhes dar hipótese de responderem.
Por isso é tão triste ver dois momentos tão sóbrios no seu filme.
Por um lado a sua sóbria (ainda que temperada com humor) conversa com a mãe, judia, sobre a sua infância católica.
Por outro o seu encontro com dois padres cujo discurso integra perfeitamente o mundo moderno com a sua Fé.
Estes dois contrapontos aos "cromos" que, de resto, invadem o ecrã, são os verdadeiros momentos que permitiriam uma discussão séria do tema.
Isso fica esmagado pela absurda mistura que liga Cientologia ao Islão ou Catolicismo a um porto-riquenho que afirma ser a segunda reencarnação de Jesus.
O que Maher falha em perceber é que não pode reduzir as religiões (e não tanto as seitas que por lá andam ao barulho) às personagens mais fanáticas que as constintuem sem reduzir o seu próprio filme a um mero sketche.
Religulous faz rir a bom rir, já o tinha dito, mas não serve nenhum propósito honesto ou coerente.
Sobretudo porque à sua própria manipulação discursiva alia uma televisiva e caótica realização.
Assim é com o pseudo-documentário Religulous, destinado desde sempre a ser um mockumentary, mas mais verdadeiramente um exercício de stand-up intercalado por pequenos "cromos" religiosos.
Se a Borat perdoávamos a condição episódica (e um pouco incoerente) ou a redução do cinema a trejeitos televisivos, pois a sua intenção era a de expor a burlesca ignorância por vias de um artifício hilariante, a Religulous não perdoamos minimamente.
O que Bill Maher e Larry Charles procuram são os mais fanáticos, desinformados ou simplistas dos membros religiosos.
Buscam-nos para os colocar no ponto certo para que se ridicularizem a eles mesmos.
Mas Maher, sistematicamente, destroí as possibilidades de discurso de qualquer um deles, mesmo (e sobretudo) se o discurso surpreende pela sua inteligência.
Maher não pretende discutir a Religião, pretende destruí-la perante todos, pregando o seu ateísmo.
E, nesse processo, confunde e mistura todos os argumentos, todas as atitudes religiosas e todos os registos.
Usando a montagem e os seus comentários para tornar ainda mais ridículas as presenças que os entrevistados têm no ecrã, Maher desrespeita-os sem lhes dar hipótese de responderem.
Por isso é tão triste ver dois momentos tão sóbrios no seu filme.
Por um lado a sua sóbria (ainda que temperada com humor) conversa com a mãe, judia, sobre a sua infância católica.
Por outro o seu encontro com dois padres cujo discurso integra perfeitamente o mundo moderno com a sua Fé.
Estes dois contrapontos aos "cromos" que, de resto, invadem o ecrã, são os verdadeiros momentos que permitiriam uma discussão séria do tema.
Isso fica esmagado pela absurda mistura que liga Cientologia ao Islão ou Catolicismo a um porto-riquenho que afirma ser a segunda reencarnação de Jesus.
O que Maher falha em perceber é que não pode reduzir as religiões (e não tanto as seitas que por lá andam ao barulho) às personagens mais fanáticas que as constintuem sem reduzir o seu próprio filme a um mero sketche.
Religulous faz rir a bom rir, já o tinha dito, mas não serve nenhum propósito honesto ou coerente.
Sobretudo porque à sua própria manipulação discursiva alia uma televisiva e caótica realização.
Ateismo? Bill maher não promove ateismo, mais um provavel agnoticismo.
ResponderEliminarO filme tem certos pontos de interesse que me fez pensar seriemente sobre o estado "mental" do Mundo. Milhares e milhares de pessoas morreram em nome de Deus, só por isso opinio que a religião é um crime e tal como maher afirma, ter fé não significa ser uma boa pessoa.
Agora sim, os americanos ainda se encontram na idade média a pensar daquela maneira. ((grande parte,claro!)
Agnosticismo, dificilmente.
ResponderEliminarA sua posição de que a religião é estúpida parece-me mais com um ateísmo fanático.
E querer discutir a Religião e as suasimplicações no mundo a partir deste filme é, sinceramente, um exercício de futilidade.
"A Religião é um crime" é tomar o todo pela parte.
Uma forma de fanatismo também.
Muito melhor do que qualquer religião, crença ou Deus, seria a prática do respeito entre as pessoas. Mas isso é apenas uma idéia que - com todo respeito - está a anos-luz da percepção de muitas pessoas.
ResponderEliminar