sexta-feira, 3 de julho de 2009

Olhos de Lince, por Tiago Ramos



Título original: Eagle Eye (2008)
Realização: D.J. Caruso
Argumento: John Glenn e Travis Wright
Elenco: Shia LaBeouf, Michelle Monaghan, Rosario Dawson, Michael Chiklis, Ethan Embry e Billy Bob Thornton

D. J. Caruso tenta fazer de Olhos de Lince uma obra polémica. Evoca a obra 1984, de George Orwell e o Grande Irmão e explora a definição de um Deus ex-machina que tudo consegue, indirectamente, fornecendo a esta longa-metragem um enorme potencial que não soube, porventura, explanar.



E se consegue de início revelar esse potencial, sob a forma de um thriller acelerado, com toques de acção, rapidamente perde o interesse quando revela a intenção final a meio do filme, deixando o espectador sem expectativa nenhuma, arrastando-o até ao fim, sem nenhuma surpresa. John Glenn e Travis Wright não conseguiram unir as boas premissas do filme num produto consistente, limitando-o a meros objectos soltos e de certa forma sem sentido. Também a câmara de D. J. Caruso, nas cenas de maior acção, teima por irritar o espectador, com os típicos planos tremidos e jogos de luzes.

Eagle Eye peca também pela inverosimilhança e um despropósito constante que apenas ajuda a tornar o filme menos credível. Enquanto blockbuster resulta bastante bem, afinal as explosões e o ritmo constante, são por vezes suficientes para "agarrar" o espectador à tela. Enquanto obra que explora os medos da sociedade moderna pós-11 de Setembro resulta como um ponto de partida para a reflexão perante o terrorismo e conspirações secretas, mas essa é uma temática por demais trabalhada e que aqui não consegue ser também original.

No elenco, Shia LaBeouf não atinge o carisma necessário para tal, pedindo-se uma maior maturidade intelectual. Michelle Monaghan tem um papel mediano, que se revela apenas um peão no meio de tal intrincada trama.



Desengane-se porém, quem achar pelas minhas palavras, que Olhos de Lince não me agarrou de certa forma ao ecrã. Fê-lo e até certa altura muito bem. Pena que a sensação não perdure e no meio de tantos filmes que estreiam, trabalhar-se num filme fast food é o mesmo que votar-se ao esquecimento.

Classificação:

2 comentários:

  1. foi exactamente o que eu senti.
    até meio do filme,estávamos bem.
    a partir do momento em que tudo foi revelado,desisti de o ve por falta de interesse

    abraço

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  2. Jackie Brown,
    Tem bastante potencial, contudo. Pena que não tenham conseguido segurar bem a premissa.

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