Desde o seu início da sua carreira na década de 80, que Gus Van Sant se interessou pela figura do marginalizado pela sociedade ou o inadaptado.
Essa franca temática fez-se notar de imediato em Mala Noche (1985) [crítica de Carlos Antunes AQUI], sobre o amor idílico entre um clandestino mexicano e um norte-americano do Oeste. A polémica lançava-se então a preto e branco.
Os temas controversos sempre se fizeram notar passando também pelas drogas em Drugstore Cowboy (1989) ou pela prostituição masculina em My Own Private Idaho (1991).
Gay assumido, o cineasta nasceu a 24 de Julho de 1952 e actualmente com 57 anos continua a sua excelente carreira cinematográfica, retratando como ninguém a figura do derrotado, da juventude marginalizada, do homossexual, do viciado ou do sociopata. Apresenta sempre excelentes críticas ao american dream, numa atenção sempre especial para com a figura masculina, que é sempre o seu maior protagonista (tirando raras excepções).
O realizador sabe muito bem como conjugar o espírito marginalizado e underground com o conceito mainstream e de massas, o que o torna uma figura incontornável de sucesso no mundo do cinema. Precisamente por isso é que Gus Van Sant já foi nomeado duas vezes como Melhor Realizador por Good Will Hunting (1997) e Milk (2008) [crítica por Tiago Ramos AQUI e por Carlos Antunes AQUI]. O primeiro é claramente o seu filme mais comercial.
De 2003 a 2007 conseguiu apresentar três filmes no Festival de Cannes: Elephant (2003), Last Days (2005) e Paranoid Park (2007). Elephant, baseado no massacre de Columbine, ganhou a Palma de Ouro e o prémio para Melhor Realizador nesse mesmo festival.
O seu estilo é ousado, com recurso a câmara lenta e longos planos, tornando um dos expoentes máximos do cinema indie. Gus Van Sant marca sempre esse estilo com a temática original, marginalizada, com trâmites provavelmente auto-biográficos que reflectem cada uma das suas obras num pedaço de si próprio, extremamente genuíno.
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Excelente reflexão sobre o legado de Van Sant, parabéns :)
ResponderEliminarJackson,
ResponderEliminarObrigado!
Jackson,
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