Título original: Dancer in the Dark (2000)
Realização: Lars von Trier
Argumento: Lars von Trier
Elenco: Björk, Catherine Deneuve, David Morse e Peter Stormare
Lars von Trier sabe manipular emoções como poucos. E se a qualidade de uma obra reside precisamente na forma como as emoções são passadas para o espectador, Dancer in the Dark é genial nesse sentido. A fragilidade, simplicidade e perspectiva quase amadora, de câmara ao ombro, faz do filme uma grande surpresa. Há um crescendo de emoções que o torna cada vez mais real, assumindo a sua força com um dramatismo inimaginável, numa das obras mais poderosas do cinema contemporâneo.
Com certificado Dogma 95, no plano estético e técnico, mas também na construção da personagem feminina principal, que decide como meta de vida a dedicação em pleno ao filho, tendo como meio o sacrifício pessoal. Último filme da Trilogia do Coração, Dancer in the Dark é uma inteligente e profunda observação ao plano psicológico e humano, que nos faz engolir em seco muitas vezes, com um nó na garganta que não se desfaz nunca. E é precisamente a figura de Björk que despoleta essa sensação no espectador. É uma entrega incrível àquele que se tornou o papel da sua vida, um notável desempenho realista e comovente, de alguém que (quase sem ver) constrói um mundo à parte, através da música, um musical de sentidos, uma intensa dança. Uma dança no escuro, como forma de fugir ao mundo real, à dor e sofrimento, um refúgio musical, coreografado previamente, o controlo absoluto dos acontecimentos e o sorriso no rosto. A personagem de Selma fere o coração, face ao singelo olhar, à intensidade do seu grande coração e ao espírito de sacrifício. E nesse dramatismo intensifica-se o desempenho mais secundário de Catherine Deneuve e David Morse.
Lars von Trier revela o realizador inteligente que é. O olhar frio e calculista é soberbo, manipulando o espectador de início ao fim, torturando-o, fazendo-o sofrer, para no fim sentir a força de todo o argumento. Os apontamentos fotográficos, os planos soberbos e a cor fazem de Dancer in the Dark um musical avant-garde, único no mundo cinematográfico e dificilmente irrepetível. A direcção artística de Peter Grant (Breaking the Waves) e a música composta pela própria Björk complementam o retrato único da dedicação da Mulher.
Dancer in the Dark é um magnífico filme – um dos melhores – de Lars von Trier. Uma obra poderosíssima, uma inevitável convergência de emoções fortes, comovente, com o final mais poderoso de sempre. O musical que nunca acaba, o nó na garganta que nunca se desfaz.
Com certificado Dogma 95, no plano estético e técnico, mas também na construção da personagem feminina principal, que decide como meta de vida a dedicação em pleno ao filho, tendo como meio o sacrifício pessoal. Último filme da Trilogia do Coração, Dancer in the Dark é uma inteligente e profunda observação ao plano psicológico e humano, que nos faz engolir em seco muitas vezes, com um nó na garganta que não se desfaz nunca. E é precisamente a figura de Björk que despoleta essa sensação no espectador. É uma entrega incrível àquele que se tornou o papel da sua vida, um notável desempenho realista e comovente, de alguém que (quase sem ver) constrói um mundo à parte, através da música, um musical de sentidos, uma intensa dança. Uma dança no escuro, como forma de fugir ao mundo real, à dor e sofrimento, um refúgio musical, coreografado previamente, o controlo absoluto dos acontecimentos e o sorriso no rosto. A personagem de Selma fere o coração, face ao singelo olhar, à intensidade do seu grande coração e ao espírito de sacrifício. E nesse dramatismo intensifica-se o desempenho mais secundário de Catherine Deneuve e David Morse.
Lars von Trier revela o realizador inteligente que é. O olhar frio e calculista é soberbo, manipulando o espectador de início ao fim, torturando-o, fazendo-o sofrer, para no fim sentir a força de todo o argumento. Os apontamentos fotográficos, os planos soberbos e a cor fazem de Dancer in the Dark um musical avant-garde, único no mundo cinematográfico e dificilmente irrepetível. A direcção artística de Peter Grant (Breaking the Waves) e a música composta pela própria Björk complementam o retrato único da dedicação da Mulher.
Dancer in the Dark é um magnífico filme – um dos melhores – de Lars von Trier. Uma obra poderosíssima, uma inevitável convergência de emoções fortes, comovente, com o final mais poderoso de sempre. O musical que nunca acaba, o nó na garganta que nunca se desfaz.
Classificação:
A dada altura, ou engolimos em seco, petrificados, ou... cedemos às lágrimas, tremulamente agoniados. Porque o filme trespassará largamente a fronteira da comoção; angustiar-nos-á, de tanta crueldade, de tanta injustiça, de tanta revolta...
ResponderEliminarGrande filme. 5*
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Roberto Simões,
ResponderEliminarJá tinha lido a tua crítica sobre o filme e concordo plenamente com o que escreveste. É uma sensação tamanha e difícil de explicar.
Vou repescar o que comentei num outro post:
ResponderEliminar"Dancer In The Dark" é para mim o melhor filme musical de sempre. Onde as canções fluem perfeitamente na sua condição de alienação da realidade dura da personagem Bjork. E depois no final temos a derradeira canção dela, já em plena realidade do filme e não a da alienação... poderosíssima.
O filme é tão duro que há alturas em que devido á cegueira crescente da personagem a trabalhar nas pesadas máquinas... parece que a qualquer momento vai ainda sofrer um acidente laboral e ser amputada das mãos... parece que até nos deixa em estado de alerta por ela... como se lhe pudéssemos ajudar também.
Bjork conseguiu, e duma só vez, conciliar a sua música com a arte da representação. Saiu-se muito bem na prova, sendo até nomeada para os Oscars pela parte musical. O disco que deste filme resultou é magnifico.
A Madonna ainda hoje se deve roer toda de tamanha inveja... afinal a rainha da pop tanto tentou e não vingou na 7ª arte.
A verdade é que Bjork, não se encheu de vedetismos e deixou-se subjugar ás intenções de Lars Von Trier, que conseguiu obter o melhor dela.
E na sua componente de filme musical, consegue o difícil equilíbrio:
É um magnifico filme? SIM!
É um magnifico musical? SIM!