quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Franklyn - Colisão Entre Dois Mundos, por Tiago Ramos



Título original: Franklyn (2008)
Realização: Gerald McMorrow
Argumento: Gerald McMorrow
Elenco: Eva Green, Ryan Phillippe e Sam Riley

O início de Franklyn intriga o espectador, mantendo uma aura de mistério perante a figura de uma espécie de vigilante mascarado. Ainda para mais, o estilo futurista e sombrio de uma cidade de nome Meanwhile, onde uma sociedade religiosa fundamentalista entra em conflito com a liberdade individual de cada cidadão, contribui para esse espírito. É um género sci-fi neo-noir thriller (se existe realmente), bastante curioso que remete para obras como Blade Runner (1982) e V for Vendetta (2005).



Embora o seu estilo seja excelente e inspirado em muitos outros trabalhos cinematográficos, infelizmente a estética não consegue suportar o peso do resto do filme. A nível argumentativo, o que começa por criar interesse e talvez até induzir a algumas reflexões do foro político e social, acaba por se revelar demasiado confuso, essencialmente no confronto dos mundos paralelos – que são logo denunciados na tradução portuguesa do título original: Franklyn – Colisão Entre Dois Mundos.

Rapidamente o espectador vê-se no meio de uma narrativa confusa, entrecruzada, quase em mosaico e ilusória. A verdade é que as histórias humanas, individualmente, resultariam, mas em conjunto tornam-se demasiado irreais e secundárias. O curioso é que acaba por ser a realidade que penaliza o conceito final e não a fantasia, como poderíamos esperar. É uma ideia original, mas está longe de ser brilhante, não deixando ao mesmo tempo de ser interessante. Claramente desperta sentimentos ambíguos.



O elenco consegue manter o filme num plano bastante agradável. Ryan Phillippe (Flags of Our Fathers) tem um papel misterioso desempenhado de forma competente, enquanto que Sam Riley (Control) cumpre o seu objectivo, mas tem uma personagem demasiado secundária. Eva Green (The Dreamers) garante carisma e um desempenho excelente no papel de uma artista perturbada.

Contudo, a cinematografia da autoria de Ben Davis (Incendiary) é o mais agradável, principalmente pelo espírito sombrio, semelhante a Sin City (2005). Pena que o restante não se equilibre com esta qualidade ou teríamos aqui um filme muito melhor.

Classificação:



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