Título original: Cape Fear
Realização: Martin Scorsese
Argumento: James R. Webb e Wesley Strick
Elenco: Robert De Niro, Nick Nolte, Jessica Lange e Juliette Lewis
Se podemos apontar uma razão para que Scorsese tenha refeito Cape Fear, essa será a de provar ao mundo que todos são, no fundo, culpados.
A distância entre Max Cady (De Niro) e Sam Bowden (Nolte) é muito menor do que possa parecer ao início.
A distância entre Max Cady (De Niro) e Sam Bowden (Nolte) é muito menor do que possa parecer ao início.
Max Cady é um criminoso que sabe que o é e que se deleita com isso. 14 anos depois quer vingança por uma péssima defesa em tribunal.
Ele tem o talento brilhante para encarnar o mal, aterrorizando e ensombrando um Bowden dentro dos limites da lei, com um brilhantismo malvado.
Bowden, sabemos desde logo, não é um inocente - ou pelo menos livre de mácula - mesmo que o queira fazer transparecer para a comunidade.
Não sentimos tanta pela dele como deveríamos perante alguém que sofre um tormento como um Cady malévolo e informado.
Ele tem o talento brilhante para encarnar o mal, aterrorizando e ensombrando um Bowden dentro dos limites da lei, com um brilhantismo malvado.
Bowden, sabemos desde logo, não é um inocente - ou pelo menos livre de mácula - mesmo que o queira fazer transparecer para a comunidade.
Não sentimos tanta pela dele como deveríamos perante alguém que sofre um tormento como um Cady malévolo e informado.
Aquilo que Scorsese vai provando é que os instintos de Cady estão presentes em Bowden e, no fundamental, em todos.
Pulsões a que uns se rendem com deleite e que outros tentam controlar.
A menos que uma oportunidade surja para tal, seja facilitar a prisão de um culpado ou mais uma possibilidade de trair a mulher durante a tentativa de reconciliação do casamento.
Cady está apenas a levar a situação ao limite onde Bowen tenha, finalmente, de demonstrar de forma gritante que é capaz de algo ao mesmo nível de Cady.
Pulsões a que uns se rendem com deleite e que outros tentam controlar.
A menos que uma oportunidade surja para tal, seja facilitar a prisão de um culpado ou mais uma possibilidade de trair a mulher durante a tentativa de reconciliação do casamento.
Cady está apenas a levar a situação ao limite onde Bowen tenha, finalmente, de demonstrar de forma gritante que é capaz de algo ao mesmo nível de Cady.
Scorcese criou um noir de terror, um filme novo apesar de se tratar de um remake, certamente mais feroz e mais intenso, onde a culpa se dilui sem a evidente oposição entre um bem e um mal.
Isso tudo muito graças à interpretação de De Niro, sobrecarregado de tatuagens como que um Harry Powell (The Night of the Hunter) levado ao extremo, é aterradora e inesquecível.
Nick Nolte não tinha hipótese de rivalizar com um De Niro assim, mas tem também uma grande interpretação que não se deixa apagar perante a força de De Niro.
Cape Fear é menos surpreendente na obra de Scorsese do que parece, pois os temas da culpa e do crime presentes no coração até da pessoa mais comum estão lá com uma nova e radical roupagem.
Isso tudo muito graças à interpretação de De Niro, sobrecarregado de tatuagens como que um Harry Powell (The Night of the Hunter) levado ao extremo, é aterradora e inesquecível.
Nick Nolte não tinha hipótese de rivalizar com um De Niro assim, mas tem também uma grande interpretação que não se deixa apagar perante a força de De Niro.
Cape Fear é menos surpreendente na obra de Scorsese do que parece, pois os temas da culpa e do crime presentes no coração até da pessoa mais comum estão lá com uma nova e radical roupagem.
Um filme fraquito quanto a mim. Via-se banalizando cada vez mais, culminando num final frouxo e decepcionante.
ResponderEliminarAplausos para De Niro, que é bigger than life.