Título original: Paranormal Activity
Realização: Oren Peli
Argumento: Oren Peli
A eficácia deste pequeno filme de terror vem de dois factores evidentes, embora pareçam ambos em tempos correntes fonte de insucesso comercial.
O primeiro, a ausência de "sustos", mas a presença dos "silêncios". A expectativa é a fonte de maior medo aqui, a ausência de algo concreto contra o qual se possa argumentar ou raciocinar.
O segundo, a construção de um pedaço de narrativa sólido com personagens e contexto.
No fundo, tratam-se de dois factores clássicos do género em que se insere o filme, aplicados com precisão e inteligência a um mecanismos cinematográfico - e acima de tudo visual - recente.
O primeiro, a ausência de "sustos", mas a presença dos "silêncios". A expectativa é a fonte de maior medo aqui, a ausência de algo concreto contra o qual se possa argumentar ou raciocinar.
O segundo, a construção de um pedaço de narrativa sólido com personagens e contexto.
No fundo, tratam-se de dois factores clássicos do género em que se insere o filme, aplicados com precisão e inteligência a um mecanismos cinematográfico - e acima de tudo visual - recente.
A utilização de uma câmara de vídeo como ponto de vista e ponto de progressão de um filme não é novo, como a repetida comparação a Blair Witch Project tem demonstrado.
No entanto é notável ver que o mecanismo aqui mantém a sua lógica interna, sem ceder a facilidades - truques visuais, se preferirem - que assustem o espectador mas destruam a coerência do filme.
Aqui o tratamento das imagens é a posteriori, permitindo que se compreenda que elas sejam manipuladas - aceleradas, por exemplo - ou que para as revermos tenhamos de assistir a uma revisão das mesmas feita pelo próprio casal.
Bastará contrapor Actividade Paranormal a [REC] para se constatar como neste caso o resultado pode ser discutido com lógica, enquanto no sucesso maior que continuará a ser [REC], com sequelas incluídas, isso não acontece.
Essa coerência ajuda muito a que nos deixemos envolver no filme, no seu mecanismo de voyeurismo da realidade.
Isso e, claro, a magnífica prestação de Katie Featherston. Ela, que está quase sempre no ecrã, poderia ser verdadeiramente a jovem estudante que acaba de comprar casa com o seu namorado. A verdade desta conjectura, dos comportamentos que toma e dos eventos que a afectam parece à prova de qualquer discussão.
No entanto é notável ver que o mecanismo aqui mantém a sua lógica interna, sem ceder a facilidades - truques visuais, se preferirem - que assustem o espectador mas destruam a coerência do filme.
Aqui o tratamento das imagens é a posteriori, permitindo que se compreenda que elas sejam manipuladas - aceleradas, por exemplo - ou que para as revermos tenhamos de assistir a uma revisão das mesmas feita pelo próprio casal.
Bastará contrapor Actividade Paranormal a [REC] para se constatar como neste caso o resultado pode ser discutido com lógica, enquanto no sucesso maior que continuará a ser [REC], com sequelas incluídas, isso não acontece.
Essa coerência ajuda muito a que nos deixemos envolver no filme, no seu mecanismo de voyeurismo da realidade.
Isso e, claro, a magnífica prestação de Katie Featherston. Ela, que está quase sempre no ecrã, poderia ser verdadeiramente a jovem estudante que acaba de comprar casa com o seu namorado. A verdade desta conjectura, dos comportamentos que toma e dos eventos que a afectam parece à prova de qualquer discussão.
O resultado disto tudo é a compreensão de que se poderia tratar de qualquer um dos espectadores naquela situação e de como as relações podem ser minadas por uma situação inexplicável a que ninguém sabe realmente como reagir, assumindo posições pouco consentânias com o que o outro espera.
O filme torna-se mais importante para ele do que o bem estar da própria namorada, a relação desmorona-se sem nada de palpável contra o que lutar e a casa ganha um poder claustrofóbico a que não parece haver escapatória.
O espectador fica sozinho contra o vazio - a sala de cinema amplifica em muito essa sensação - que se estenderá para lá do final do filme.
Não há saltos na cadeira neste filme, mas um sentimento persecutório que se manterá mais algum tempo com o espectador.
O filme torna-se mais importante para ele do que o bem estar da própria namorada, a relação desmorona-se sem nada de palpável contra o que lutar e a casa ganha um poder claustrofóbico a que não parece haver escapatória.
O espectador fica sozinho contra o vazio - a sala de cinema amplifica em muito essa sensação - que se estenderá para lá do final do filme.
Não há saltos na cadeira neste filme, mas um sentimento persecutório que se manterá mais algum tempo com o espectador.
Não concordo com os saltos da cadeira pois na versão que visionei reparei que muitas pessoas saltaram da cadeira, ou seja, assustou.
ResponderEliminarAcredito que tenhas visto a versão suspense em vez da versão gore(a versão que foi publicada no Cinema)...
O Tiago tinha razão, és forreta nas notas :p
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/