Título original: Miracle at St. Anna
Realização: Spike Lee
Argumento: James McBride
Há um plano memorável em O Milagre em Sant'Anna, um plano em que os soldados olham longamente para o ecrã com desapontamento no olhar até se decidirem a virar costas e partir.
Um plano memorável por todas as razões erradas, porque estes soldados estão a interpelar o espectador, estão a julgá-lo por uma culpa de um racismo que não lhe pode realmente ser imputado, como não se pode imputar a culpa do nazismo à população alemã actual.
A sistmética carga de defesa da "raça" que Spike Lee impõe ao seu trabalho só o prejudica, pois o que ele deve é afirmar a sua causa pela relevância do seu trabalho e não usar a sua causa como arma no interior da sua obra.
Isso torna-se tão mais evidente quanto o seu filme mais interessante é A Última Hora.
Um plano memorável por todas as razões erradas, porque estes soldados estão a interpelar o espectador, estão a julgá-lo por uma culpa de um racismo que não lhe pode realmente ser imputado, como não se pode imputar a culpa do nazismo à população alemã actual.
A sistmética carga de defesa da "raça" que Spike Lee impõe ao seu trabalho só o prejudica, pois o que ele deve é afirmar a sua causa pela relevância do seu trabalho e não usar a sua causa como arma no interior da sua obra.
Isso torna-se tão mais evidente quanto o seu filme mais interessante é A Última Hora.
Tudo o mais que se passa em O Milagre em Sant'Anna acaba sujeito a este sentimento de acusação gratuita que nos é feita.
Por isso saímos de lá com uma verdadeira confusão de sentimentos no que toca à percepção do filme.
Uma confusão que o próprio estilo do filme exponencia.
Se por um lado o realismo e a qualidade da reconstituição bélica é meritória, mas o "realismo mágico" da romantização do massacre que ocorreu parece
Por isso saímos de lá com uma verdadeira confusão de sentimentos no que toca à percepção do filme.
Uma confusão que o próprio estilo do filme exponencia.
Se por um lado o realismo e a qualidade da reconstituição bélica é meritória, mas o "realismo mágico" da romantização do massacre que ocorreu parece
O filme acaba com uma toada assumidamente sentimental, situação de lágrima fácil forçada, mesmo na lógica interna do filme.
A extensão não ajuda e o espectador acaba por ter de fazer a sua própria montagem mental do filme, com muitos cortes de cenas que são menores, funcionais na forma como são trabalhadas e inconsequentes no decurso da história.
Somado, O Milagre em Sant'Anna é um filme não só desequilibrado, mas também nascido de um princípio moral errado para o público actual, o que certamente afastará muito desse público.
A extensão não ajuda e o espectador acaba por ter de fazer a sua própria montagem mental do filme, com muitos cortes de cenas que são menores, funcionais na forma como são trabalhadas e inconsequentes no decurso da história.
Somado, O Milagre em Sant'Anna é um filme não só desequilibrado, mas também nascido de um princípio moral errado para o público actual, o que certamente afastará muito desse público.
este filme é mt bom eu e meu marido assistimos e adoramos
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