terça-feira, 6 de abril de 2010

Mitologia de Fringe - parte I


Depois de uma temporada praticamente recheada de stand-alones, o regresso de Fringe trouxe-nos de volta à mitologia da série.

A verdade é que apesar de algumas questões serem relativamente evidentes já desde a primeira temporada, muitos só se começaram a aperceber agora de assuntos como a morte de Peter. Verdade seja dita, Fringe é uma série em que pode escapar muita coisa se não estivermos constantemente atentos às pequenas pistas que nos vão sendo deixadas.

Assim sendo, este post é uma espécie de guia para os próximos episódios, que esperamos que sejam dedicados à mitologia.

Peter – a morte e “ressurreição”

Já desde o final da primeira temporada que sabíamos isto: Peter, o Peter que vivia neste mundo, morreu. De entre muitas teorias que surgiram na época, apenas uma se revelava plausível, a de que Walter tinha ido buscar o Peter de outra dimensão para colmatar a perda do seu filho. Além disto, pouco sabíamos, pois as motivações e o modo como as coisas se tinham processado permaneciam um mistério até este último episódio, em que Walter se vê obrigado a explicar a Olívia o porquê de Peter se apresentar com o “brilho” das coisas que vinham do mundo alternativo.

A verdade acaba por ser bastante simples (e ao mesmo tempo extremamente complexa, mas já lá iremos). Walter viu o seu filho morrer e, através de um dispositivo que lhe permitia ver para o outro mundo, apercebeu-se que o Walternate (nome dado por Walter ao seu outro eu da dimensão paralela) deixou passar a chance de curar Peter por uma distracção. Ora, um Walter capaz de curar o seu filho era incapaz de não intervir, pelo que monta um dispositivo que lhe permite atravessar para a outra realidade após ter sintetizado o composto que curaria Peter. Azar dos azares, como tudo em Fringe, o frasco parte-se e Walter vê-se obrigado a trazer Peter a esta realidade, sendo que a sua mulher Elizabeth praticamente o proíbe de o devolver utilizando um bom esquema de olhos de cachorrinho abandonado.


Observadores – da observação à intervenção

Certamente já todos desconfiávamos que Peter não era simplesmente um tipo com um QI de 190 que por acaso era filho de Walter Bishop, mas neste último episódio tivemos a confirmação de que Peter era realmente uma peça fundamental neste jogo. De tal modo fundamental, que o nosso Observador de serviço, September, não se contentou com o facto de saber que Walternate iria encontrar uma cura, teve de a presenciar como se de um momento histórico se tratasse. O problema é que com isso contrariou a lei fundamental pela qual os Observadores se regem: não intervir. Ao assistir ao momento, foi descoberto por Walternate, fazendo com que este perdesse o momento da descoberta, e foi exactamente pela mesma razão que September teve de salvar Peter e Walter no lago, para evitar que Peter morresse.


Contudo, esta não é a primeira vez que vemos um Observador a ceder a impulsos humanos. August, que também aparece no último episódio, acabou por ter sentimentos por uma rapariga, impedindo-a constantemente de morrer para não a perder, acabando depois por se suicidar. Afinal parece que os Observadores não são apenas seres sem um único folículo piloso que comem jalapeños como se fossem marshmallows e que se contentam com o simples observar dos factos, mas sim seres capazes de sentimentos de afecto e de desejo.


Os dois mundos – portais e espelhos

Logo no primeiro episódio desta temporada vimos que numa sala escondida existia uma máquina de escrever e um espelho, através dos quais os shapeshifters comunicavam com alguém que lhes transmitia ordens, provavelmente da outra dimensão.

No episódio 15, Walter apresenta um dispositivo ao Exército americano que permite ver a outra realidade através de uma espécie de janela, não permitindo comunicar nem intervir na outra realidade. Será este dispositivo uma espécie de análogo do espelho?

Quanto aos portais, por enquanto apenas se sabe que existem brechas que tornam mais fáceis as passagens entre mundos (que provavelmente começaram quando Walter atravessou pela primeira vez para ir curar Peter), e que é necessária uma quantidade incrível de energia para os abrir, a ponto de apenas pelo facto de ter caído perto do portal, Nina Sharp ter ficado com o braço destabilizado pela energia.


6 comentários:

  1. Excelente artigo sobre Fringe, já sentia falta.
    Tenho aqui uma dúvida... embora a Nina Sharp já tenha dito na 1.ª temporada que o Peter Bishop era essencial e que um dia ainda ia precisar dele (ele ficou a dever-lhe um favor), o facto de o Observador o ter ajudado, não quer por si só, dizer que ele é especial. Afinal, ele ajudou-os porque tinha alterado o futuro ao interferir no rumo natural das coisas - logo ele, que era suposto observar apenas. Mas ao mesmo tempo... porque razão era um momento importante o da descoberta para a cura da doença? Porque é que ele tinha de estar ali a registar o momento?

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  2. Agora falta a parte da 3ª temporada em que a grande revelação é que há uma razão cósmica fundamental para a Olivia não ser capaz de exprimir qualquer emoção além do estado de coma, que valerá à actriz um Emmy por melhor desempenho de sempre. :P

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  3. Cá para mim a mão mutante da Nina ainda tem muito para oferecer.

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  4. Eu dá-me a entender que ele foi meter-se onde não era chamado. Tanto que os Observadores andavam lá pelo outro mundo e agora andam neste. O que ele fez foi querer assistir a um momento "histórico" e acabou por o arruinar. Depois teve de consertar o que tinha feito salvando-os no lago.

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  5. Eu tenho aqui uma imagem dela com cara de crise de obstipação já de propósito :P

    Os espelhos acho que ainda vão ter muito a acrescentar...

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  6. Hmm, olha que não sei. Na Nina mais depressa apostaria que desenvolvem a relação dela com o Peter, porque neste momento esse é o grande mistério. O braço acho que está praticamente arrumado o assunto.

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