Título original: The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans
Realização: Werner Herzog
Argumento: William M. Finkelstein e Victor Argo Elenco: Nicolas Cage, Eva Mendes e Val Kilmer
Argumento: William M. Finkelstein e Victor Argo
Chamem-lhe remake, recriação, reinterpretação ou qualquer outro nome que queiram, mas Herzog criou uma obra de valor próprio a partir dos traços gerais da personagem do filme de Abel Ferrara.
Uma obra diferente, com uma força própria e cujas maiores semelhanças com a obra "original" está na entrega e sintonia dos seus actor principal e realizador.
Uma obra diferente, com uma força própria e cujas maiores semelhanças com a obra "original" está na entrega e sintonia dos seus actor principal e realizador.
Este Polícia Sem Lei não é uma viagem até à alucinação, é uma viagem alucinada desde o início, com a mais intensa energia a libertar-se do seu interior desde o início.
Uma viagem repleta de répteis de todos os géneros, de almas dançantes e de efeitos de luz. Uns reais, outros obviamente que não.
Num cenário desolado e repleto de situações inesperadas tudo pode acontecer, ainda para mais se a percepção de quem encara tal cenário se encontrada alterada. Um cenário precisamente escolhido, um cenário que parece estar de acordo com o estado alucinado do protagonista.
Uma viagem repleta de répteis de todos os géneros, de almas dançantes e de efeitos de luz. Uns reais, outros obviamente que não.
Num cenário desolado e repleto de situações inesperadas tudo pode acontecer, ainda para mais se a percepção de quem encara tal cenário se encontrada alterada. Um cenário precisamente escolhido, um cenário que parece estar de acordo com o estado alucinado do protagonista.
A diferença para o filme de Ferrar está, depois, no final da viagem, onde uma estranha porção de luminosidade parece poder incidir sobre o protagonista e sobre o seu cenário.
A viagem dele iniciou-se com a ruína do que o envolvia, talvez possa terminar com a sua regeneração.
Mas durante o tempo que as permeia, aquilo que acompanhamos é de uma loucura e de uma brutalidade total, fantástica, enérgica.
A culpa é, como já dissera, de Herzog e de Cage.
A viagem dele iniciou-se com a ruína do que o envolvia, talvez possa terminar com a sua regeneração.
Mas durante o tempo que as permeia, aquilo que acompanhamos é de uma loucura e de uma brutalidade total, fantástica, enérgica.
A culpa é, como já dissera, de Herzog e de Cage.
A interpretação de Nicolas Cage extravasa-o. Ele consegue uma mutação física que nasce do seu interior e que o torna num gigante disforme completamente inadaptado ao mundo à sua volta.
O seu estado narcótico e alucinado parece absolutamente real ao longo de todo o filme. Ele não deixa uma impressão no público, ele obriga-nos a um estado de absorção do que faz no ecrã.
Herzog dá-lhe espaço, dá-lhe ângulo, dá-lhe disposição e dá-lhe luz para que ele seja aquilo que precisa de ser para concretizar esta personagem.
A sintonia deles é um filme grandioso, radical e inesperado. Não vemos tudo isto no cinema muitas vezes em tempos recentes.
O seu estado narcótico e alucinado parece absolutamente real ao longo de todo o filme. Ele não deixa uma impressão no público, ele obriga-nos a um estado de absorção do que faz no ecrã.
Herzog dá-lhe espaço, dá-lhe ângulo, dá-lhe disposição e dá-lhe luz para que ele seja aquilo que precisa de ser para concretizar esta personagem.
A sintonia deles é um filme grandioso, radical e inesperado. Não vemos tudo isto no cinema muitas vezes em tempos recentes.
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