terça-feira, 23 de novembro de 2010

MacGruber - Licença para Estragar, por Carlos Antunes


Título original: MacGruber

Há uma geração para quem faz sentido uma paródia tardia de MacGyver, uma geração que já reviu essa velha série e descobriu a implausibilidade da mesma que só tem rival na pobre execução.
Mas dessa geração aqueles que irão, de facto, ver MacGruber são muito poucos porque há um distanciamento que não terá sido compensado pela visão do sketch no Saturday Night Live.


Ainda assim o melhor é, precisamente, o anacronismo dominante de um MacGruber com uma fixação pela conservação do seu auto-rádio.
Basta atentar no aspecto dele de há 20 anos atrás, com o colete, os óculos, a camisa, tudo como o pior MacGyver mas ainda mais mal assente, a tentar escapar pelo meio de uma suposta versão absurda de James Bond do desenrasca.


É pouco, até porque as piadas não são universais e muito menos acessíveis a todos os não-iniciados na versão de sketchs do SNL.
Nota-se que aqui estão várias piadas recorrentes que, num sketch de uma série, fazem sentido pela familiaridade e continuidade que transmitem a quem a vê.
Mas comprimido no tempo reduzido de um filme, começam a ser entediantes e, obviamente, repetitivas.


Mas vai tendo a sua graça, de tempos a tempos. Será um filme a pedir um público com predisposição para ele.
É uma oferta, um episódio longo de um programa instituído na televisão americana.
De certa maneira, MacGruber é como The Simpsons Movie, um longo episódio oferecido ao público fiel. Mas nem os portugueses são o seu público fiel nem este filme se sustenta a solo como acontecia com o da família amarela.
Daí que não seja fácil criticar o filme sem admitir uma certa impossibilidade de "entrar" nele.



1 comentário:

  1. Já ouvi falar muito desse filme. Alguns falam bem e outros falam mal, mas ele ainda não despertou meu interesse.

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