Título original: Somewhere
Realização: Sofia Coppola
Argumento: Sofia Coppola
Elenco: Stephen Dorff, Elle Fanning e Chris Pontius
O mundo em que Johnny Marco se desloca é o mais frívolo possível, mesmo com todas as possibilidades à sua disposição.
Um mundo com um carro caro e veloz que ele faz correr para lado nenhum, em círculos, até ao cansaço.
Um mundo com strippers gémeas que aparecem regularmente com uma coreografia nova e que não lhe impedem o sono.
Uma futilidade que tem mesmo um custo físico, com uma mão partida, quando os muitos que circundam Marco nas festas são incapazes de tentar ajudá-lo ao cair das escadas.
O vazio em que ele vive está povoado de festejos e excessos.
Um mundo com um carro caro e veloz que ele faz correr para lado nenhum, em círculos, até ao cansaço.
Um mundo com strippers gémeas que aparecem regularmente com uma coreografia nova e que não lhe impedem o sono.
Uma futilidade que tem mesmo um custo físico, com uma mão partida, quando os muitos que circundam Marco nas festas são incapazes de tentar ajudá-lo ao cair das escadas.
O vazio em que ele vive está povoado de festejos e excessos.
Sofia Coppola filma a própria aridez desta vida, não só para testar a resistência do espectador, mas para o fazer sentir fortemente essa realidade.
Sofia Coppola evidencia por imagens aquilo que outros fariam entender por diálogos.
As imagens de Coppola traduzem as emoções realistas que o olhar dela capta.
Assim cria ela uma oposição entre a beleza dos seus planos e um certo desgaste emocional do circuito fechado que corre no vazio.
Sofia Coppola evidencia por imagens aquilo que outros fariam entender por diálogos.
As imagens de Coppola traduzem as emoções realistas que o olhar dela capta.
Assim cria ela uma oposição entre a beleza dos seus planos e um certo desgaste emocional do circuito fechado que corre no vazio.
A transformação do filme acompanha a do seu protagonista que passa a ter a filha ao seu cuidado.
A partir daí a vida dele parece mais preenchida, ainda que aquilo que o vemos continuar a fazer não seja muito mais substancial do que anteriormente.
Aquilo que poderia, então, parecer igualmente desesperante ganha contornos de felicidade e apaziguamento.
Um jogo de Guitar Hero ou um longo período a apanhar sol são momentos que nos merecem um sorriso pela luminosidade da transformação pela família.
A partir daí a vida dele parece mais preenchida, ainda que aquilo que o vemos continuar a fazer não seja muito mais substancial do que anteriormente.
Aquilo que poderia, então, parecer igualmente desesperante ganha contornos de felicidade e apaziguamento.
Um jogo de Guitar Hero ou um longo período a apanhar sol são momentos que nos merecem um sorriso pela luminosidade da transformação pela família.
Esse é o tema, o preenchimento emocional de uma vida, a obtenção de um propósito.
Não se trata de uma crítica de Sofia Coppola a Hollywood mas simplesmente o desejo de deixar claro a importância e a força que a âncora emocional de um filho tem numa vida.
Não que um filho deva servir como método para superar a solidão e o desespero, mas que a resposta às necessidades de outra pessoa pode preencher o que nada mais consegue.
Para uma vida com significado deve buscar-se os outros. E a família é o núcleo imediato para o qual Sofia quis e nos faz olhar.
Não se trata de uma crítica de Sofia Coppola a Hollywood mas simplesmente o desejo de deixar claro a importância e a força que a âncora emocional de um filho tem numa vida.
Não que um filho deva servir como método para superar a solidão e o desespero, mas que a resposta às necessidades de outra pessoa pode preencher o que nada mais consegue.
Para uma vida com significado deve buscar-se os outros. E a família é o núcleo imediato para o qual Sofia quis e nos faz olhar.
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