quarta-feira, 18 de maio de 2011

Morgen, por Carlos Antunes


Título original: Morgen
Realização: Marian Crisan
Argumento: Marian Crisan
Elenco: András Hatházi, Yilmaz Yalcin e Elvira Rimbu

A amizade masculina é silenciosa, por isso cresce tão vincadamente até mesmo entre Nelu e Behran que têm a Língua por barreira.
Quando Nelu encontra Behran acolhe-o como quem leva um cão vadio para casa, um pouco porque não se vê alternativa e um pouco porque não se tem mais nada que fazer.
Behran começa por ser um trabalhador para Nelu, que até fica com o dinheiro que o emigrante turco traz consigo.
Em troca Nelu tenta levar Behran para a Hungria para depois este tratar de chegar à Alemanha. E até consegue, mas Nelu retorna para a segurança do vínculo que já criou, ainda que sem possibilidade de compreensão.
Behran mostra fidelidade, participa até num confronto entre adeptos de futebol rivais porque lá está Nelu.
Nelu, homem subjugado pelo trabalho, pela autoridade local e pela mulher, acaba por se rebelar. Quando vêm buscar Behran ele opõe-se à mulher, contesta a autoridade e, finalmente, torna-se num corajoso fugitivo que leva Behran ao outro lado da fronteira.
A sua vida vazia precisava apenas de um preenchimento, por mais ténue que possa parecer na sua origem.
O mesmo que necessitava Behran, homem à mercê dos que o exploram e que sente necessidade de preencher o caminho com algum sentimento mais pleno.
Marian Crisan filma com passividade a calma com que nasce a amizade, fazendo da imagem ressonância da sua história. De momentos que nada denunciam nasce uma amizade total.
O seu filme é terno sem uma grama de sentimentalismo, retrato de uma amizade que não se previa.



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