Título original: Super 8 (2011)
Realização: J.J. Abrams
Argumento: J.J. Abrams
Elenco: Joel Courtney, Kyle Chandler, Elle Fanning, Riley Griffiths, Ryan Lee e Gabriel Basso
Em Super 8 fala-se muito de valor de produção. Não que para um filme desta envergadura - especialmente no que diz respeito ao orçamento - seja difícil atingir um alto valor de produção, mas há muito mais para além do valor financeiro que permite que o valor de produção seja alto. E isso existe em Super 8. Isto porque não é difícil olhar para o filme com bons olhos, dado o saudosismo que imediatamente nos afecta quando encontramos um tipo de cinema já raro nos nossos dias: a história familiar, de valores, de aventuras misteriosas, de amizade e amor. Cinema que se popularizou nos anos 80 e 90 e que Steven Spielberg trouxe a milhões de pessoas que cresceram com esse tipo de filmes e valores. O que explica certamente o carinho com que os espectadores abraçam o filme: há uma estrutura saudosista a que grande parte dos espectadores não são alheios, um reviver da infância, um certo regresso à idade da inocência que todos nós procuramos. Algo que nos recorda facilmente E.T.: The Extra-Terrestrial (1982) ou um The Goonies (1985).
J. J. Abrams demonstra desde logo um elevado amor a esse cinema. Não só a parceria na produção com o grande mentor do género (Steven Spielberg), mas todo o piscar de olhos ao espectador com referências cinematográficas (as crianças a tentarem rodar um filme de zombies, posters de Star Wars, Halloween, ...) ou ainda a estrutura inicial de um filme dentro de um filme a reflectir a realidade, mostram que da mente de J. J. Abrams não falta amor a um cinema nostálgico, de saudosismo e homenagem a algo que já se fez. É um filme simbólico, alegórico, uma história de superação pessoal e emocional, de reforço dos laços familiares e de amizade e sobretudo de redenção.
Daí que nos seja difícil tirar dos olhos essa nostalgia e busca pela inocência, olhando a sério para Super 8 não mais como um bom filme de entretenimento com valores, mas também uma narrativa costurada e monótona, com soluções decepcionantes (inclusive a nível visual, mas especialmente na lógica demasiado rebuscada do plano da criatura) e uma estrutura final que não acompanha a simplicidade inicial e que se deixa atropelar pelo tal valor de produção que se traduz em efeitos especiais excessivos para a história que se queria contar. É uma narrativa adaptada aos dias actuais? Talvez um reflexo do tipo de espectador que hoje surge nas salas de cinema e que não se contenta com pouco. É pena que também J. J. Abrams se esqueça da história das crianças que queriam realizar um filme de baixo custo - com alto valor de produção - uma história de zombies inspirada em George A. Romero. E que depois tenta remediar apresentando um dos melhores momentos do filme nos créditos finais do mesmo.
Super 8 não deixa de ter valor como entretenimento e não posso deixar de destacar Joel Courtney e Elle Fanning como dois grandes talentos. É uma história que cativa pela nostalgia e saudosismo, com a recuperação de um género adjectivado como spielbergiano, mas que não pode ser confundido com brilhantismo, porque não é mais que uma magia requentada.
Em Super 8 fala-se muito de valor de produção. Não que para um filme desta envergadura - especialmente no que diz respeito ao orçamento - seja difícil atingir um alto valor de produção, mas há muito mais para além do valor financeiro que permite que o valor de produção seja alto. E isso existe em Super 8. Isto porque não é difícil olhar para o filme com bons olhos, dado o saudosismo que imediatamente nos afecta quando encontramos um tipo de cinema já raro nos nossos dias: a história familiar, de valores, de aventuras misteriosas, de amizade e amor. Cinema que se popularizou nos anos 80 e 90 e que Steven Spielberg trouxe a milhões de pessoas que cresceram com esse tipo de filmes e valores. O que explica certamente o carinho com que os espectadores abraçam o filme: há uma estrutura saudosista a que grande parte dos espectadores não são alheios, um reviver da infância, um certo regresso à idade da inocência que todos nós procuramos. Algo que nos recorda facilmente E.T.: The Extra-Terrestrial (1982) ou um The Goonies (1985).
J. J. Abrams demonstra desde logo um elevado amor a esse cinema. Não só a parceria na produção com o grande mentor do género (Steven Spielberg), mas todo o piscar de olhos ao espectador com referências cinematográficas (as crianças a tentarem rodar um filme de zombies, posters de Star Wars, Halloween, ...) ou ainda a estrutura inicial de um filme dentro de um filme a reflectir a realidade, mostram que da mente de J. J. Abrams não falta amor a um cinema nostálgico, de saudosismo e homenagem a algo que já se fez. É um filme simbólico, alegórico, uma história de superação pessoal e emocional, de reforço dos laços familiares e de amizade e sobretudo de redenção.
Daí que nos seja difícil tirar dos olhos essa nostalgia e busca pela inocência, olhando a sério para Super 8 não mais como um bom filme de entretenimento com valores, mas também uma narrativa costurada e monótona, com soluções decepcionantes (inclusive a nível visual, mas especialmente na lógica demasiado rebuscada do plano da criatura) e uma estrutura final que não acompanha a simplicidade inicial e que se deixa atropelar pelo tal valor de produção que se traduz em efeitos especiais excessivos para a história que se queria contar. É uma narrativa adaptada aos dias actuais? Talvez um reflexo do tipo de espectador que hoje surge nas salas de cinema e que não se contenta com pouco. É pena que também J. J. Abrams se esqueça da história das crianças que queriam realizar um filme de baixo custo - com alto valor de produção - uma história de zombies inspirada em George A. Romero. E que depois tenta remediar apresentando um dos melhores momentos do filme nos créditos finais do mesmo.
Super 8 não deixa de ter valor como entretenimento e não posso deixar de destacar Joel Courtney e Elle Fanning como dois grandes talentos. É uma história que cativa pela nostalgia e saudosismo, com a recuperação de um género adjectivado como spielbergiano, mas que não pode ser confundido com brilhantismo, porque não é mais que uma magia requentada.
Classificação:
Não achei o trailer lá grandes coisas e tenho a impressão de que não vou gostar do filme.
ResponderEliminarResumo sintético do filme: E.T.(1982) com Steroids !!!
ResponderEliminarAhah, boa comparação.
ResponderEliminarTambém pensei em ET e Goonies imediatamente quando vi o filme! Gostei muito do artigo. Perfeito.
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