segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vencedores do passatempo Spider - A Teia da Loucura

 

Queremos agradeçar mais um conjunto de textos que nos chegaram sobre Spider. Só podíamos ter dois vencedores e aqui ficam as suas participações.


Susana Oliveira
Este filme é, para mim, um dos grandes retratos que o cinema já apresentou da esquizofrenia. Essa é que é a verdadeira personagem central do filme.
Não quero com isto dizer que os actores são secundários. O trabalho eles é extraordinário, sobretudo no que toca a Ralph Fiennes que vai ao limite no seu papel. Um limite tão forte que a maioria dos actores teria medo sequer de se aproximar dele.
Mas o que mais mexeu comigo neste filme foi a maneira como me senti sempre dentro do próprio estado mental da sua personagem.
Todas as dúvidas, receios e ilusões eram sentidas por mim através das sugestões originadas pela intensa realização de David Cronenberg.
O filme é perturbador e isso é fascinante. As emoções que nos provoca não são as mais agradáveis mas depois sentimos que não havia outra maneira de nos mostrar "por dentro" e em segurança a realidade de uma vida como aquela.


Tânia Moura
Talvez nada seja mais assustador do que uma entrada nada delicada numa mente perturbada.
Pensamos em Uma Mente Brilhante e temos uma simpatia por aquele doente mental. Depois pensamos em Spider e não conseguimos relacionar-nos com o doente mental interpretado por Ralph Fiennes.
Ele cai mais para o campo do vilão num filme de terror do que para o campo da vítima sujeita a um estado psicológico de que nem tem culpa nem consegue escapar.
Por culpa de ser a sua mente que serve de filtro para o mundo no ecrã, acabamos por duvidar de tudo e todos que o rodeiam.
Não há um abrigo seguro dentro do filme, ou somos arrastados pela "loucura", ou resistimos ferozmente admirando-a "do lado de fora".
O melhor é mesmo experimentar o filme das duas formas, uma vez admirando a realização e as interpretações, da outra aproveitando a viagem numa montanha russa que nunca nos tira do nosso lugar!

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