segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Os melhores filmes do quarto trimestre de 2012

Chegou a altura de escolher os melhores filmes que estrearam neste quarto trimestre de 2012. Os filmes surgem por ordem da estreia em Portugal. (Para a elaboração deste top nem todos os filmes estreados até ao final de Dezembro foram visionados).

Linhas de Wellington, de Valeria Sarmiento

Orquestra Geração, de Filipa Reis e João Miller Guerra

Sr. Ninguém, de Jaco Van Dormael

Arbitrage - A Fraude, de Nicholas Jarecki

Looper - Reflexo Assassino, de Rian Johnson

O Gebo e a Sombra, de Manoel de Oliveira

Frankenweenie, de Tim Burton

Galinha com Ameixas, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud

Um Feliz Evento, de Rémi Bezançon

007 Skyfall, de Sam Mendes

César Deve Morrer, de Paolo Taviani e Vittorio Taviani

Dos Homens Sem Lei, de John Hillcoat

Argo, de Ben Affleck

Força Ralph, de Rich Moore

O Substituto, de Tony Kaye

As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky

Cloud Atlas, de Andy Wachowski, Lana Wachowski e Tom Tykwer

Amour, de Michael Haneke

Holy Motors, de Leos Carax

Mata-os Suavemente, de Andrew Dominik

The Paperboy - Um Rapaz do Sul, de Lee Daniels

Retrospectiva 2012: A melhor direcção de fotografia

A direcção de fotografia pode ser o facto de distinção de um filme fazendo, em muitos casos, a distinção entre o banal e o singular. De seguida apresenta-se a lista com os melhores trabalhos fotográficos de 2012. (As escolhas são da responsabilidade de Tiago Ramos e não reflectem necessariamente as de toda a equipa do blogue).


11. Robert Richardson por A Invenção de Hugo
12. Rui Poças por Tabu
13. Adam Stone por Procurem Abrigo
14. Rodrigo Prieto por Argo
15. Luca Bigazzi por Este é o meu Lugar
16. Luís Branquinho por Florbela
17. Renato Berta por O Gebo e a Sombra
18. Jody Lee Lipes por Martha Marcy May Marlene
19. Acácio de Almeida por Paixão
20. Greig Fraser por A Branca de Neve e o Caçador
21. Eric Gautier por Pela Estrada Fora
22. Reed Morano por Shut Up and Play the Hits - O Fim dos LCD Soundsystem
23. Guillaume Schiffman por O Artista
24. Seamus McGarvey por Anna Karenina
25. Caroline Champetier por Holy Motors
26. Peter Zeitlinger por A Gruta dos Sonhos Perdidos
27. Robert Schaefer por The Paperboy - Um Rapaz do Sul
28. Timo Salminen por Le Havre
29. Steve Yedlin por Looper - Reflexo Assassino
30. Adriano Goldamn por 360 - A Vida é um Círculo Perfeito
31. Jakob Ihre por Oslo, 31 de Agosto
32. André Szankowski por Linhas de Wellington
33. Jorge Quintela por Estrada de Palha
34. Benoît Debie por Enter the Void - Viagem Alucinante
35. Lech Majewski e Adam Sikora por O Moinho e a Cruz
36. Andrews Lesnie por O Hobbit: Uma Viagem Inesperada
37. Christophe Beaucarne por Sr. Ninguém
38. Inti Briones por Bonsái
39. Thierry Arbogast por The Lady - Um Coração Dividido
40. Nikolaus Summerer por O Silêncio

Imagem e vídeo promocional da cerimónia dos Globos de Ouro 2013, com Tina Fey e Amy Poehler


A Hollywood Foreign Press Association divulgou uma imagem promocional da cerimónia dos Globos de Ouro 2013 com Tina Fey e Amy Poehler, as duas anfitriãs deste ano. Aproveitamos para divulgar também o vídeo, revelado após as nomeações.



Ambas as actrizes estão nomeadas na categoria de Melhor Actriz em Série de Comédia, mas apenas Tina Fey já venceu (daí que o Globo de Ouro do lado de Amy Poehler esteja caído). Apesar dos vestidos de gala, o facto de usarem sapatilhas poderá indicar que a cerimónia deste ano será bastante descontraída e irreverente.

A cerimónia decorrerá a 13 de Janeiro de 2013.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Teaser poster de "The Place Beyond the Pines"

Foi recentemente revelado um teaser poster de The Place Beyond the Pines, que reúne de novo o realizador Derek Cianfrance e o actor Ryan Gosling, depois de Blue Valentine (2010).


The Place Beyond the Pines estreia a 29 de Março de 2013.

Leia também:

Retrospectiva 2012: Os melhores posters

Inicio aqui a retrospectiva do ano 2012 com a já habitual compilação dos melhores posters divulgados durante o ano. Quando bem conseguidos, os posters são uma das mais importantes ferramentas de marketing. A justificação para as seguintes escolhas é variável, mas baseia-se na objectividade, cor, simplicidade, criatividade, emoção e originalidade. (As escolhas são da responsabilidade de Tiago Ramos e não reflectem necessariamente as de toda a equipa do blogue).



sábado, 29 de dezembro de 2012

Primeiro trailer de "Dead Man Down", com Noomi Rapace e Colin Farrell


Depois da adaptação original de Os Homens Que Odeiam as Mulheres (2009), o realizador sueco Niels Arden Oplev prepara-se para se estrear nas produções de Hollywood com Dead Man Down e que recebe agora o seu primeiro trailer:


Com argumento de J.H. Wyman (Fringe), o filme segue o braço direito de um grande criminoso em Nova Iorque e a sua sedução por uma das vítimas do seu chefe, uma mulher que procura vingança. Niels Arden Oplev volta a trabalhar com Noomi Rapace, depois de a lançar ao protagonismo internacional, que se junta a Colin Farrell (In Bruges), Dominic Cooper (The Devil's Double), Terrence Howard (Hustle & Flow) e até Isabelle Huppert (La pianiste).

Dead Man Down estreia a 18 de Abril de 2013, em Portugal.

Zac Efron e Marcia Gay Harden juntam-se a filme sobre o assassinato de John F. Kennedy


Os actores Zac Efron (The Paperboy) e Marcia Gay Harden (Pollock) juntar-se-ão ao elenco de Parkland, um filme independente acerca do assassinato de John F. Kennedy. O jovem actor interpretará o papel de Dr. Charles Carrico, um cirurgião do Parkland Memorial Hospital, onde Kennedy foi atendido em 22 de Novembro de 1963 e que depois pronunciou a sua morte. Marcia Gay Harden será a enfermaria das urgências, Doris Mae Nelson.

Ambos os actores juntam-se ao elenco já composto por Paul Giamatti (Cinderella Man), Billy Bob Thornton (Sling Blade) e Jacki Weaver (Animal Kingdom) e que contará com Tom Hanks e Gary Goetzman como produtores. O filme marcará a estreia na realização de Peter Landesman.

Parkland baseia-se na famosa documentação de Abraham Zapruder acerca do evento e é adaptado do livro Reclaiming History: The Assassination of President John F. Kennedy, de Vincent Bugliosi. Peter Landesman escreverá também o argumento e o filme deverá estrear em 2013, pela altura do 50.º aniversário da morte do presidente Kennedy.

Obituário: Paulo Rocha

22 de Dezembro de 1935 - 29 de Dezembro de 2012

Faleceu, aos 77 anos de idade, o cineasta português Paulo Rocha, vítima de doença prolongada. Considerado um dos fundadores do movimento do Novo Cinema em Portugal, trabalhou como dirigente cineclubista e depois de ter abandonado o curso de Direito, frequentou o curso de Realização de Cinema em Paris. Trabalhou como assistente de realização de Manoel de Oliveira em Acto de Primavera (1963) e A Caça (1964), mas estreou-se como realizador em Os Verdes Anos (1963), ainda hoje considerado uma referência do cinema português e com o qual venceu o prémio de Melhor Primeiro Trabalho no Festival de Locarno. Entre outros filmes seus destacam-se O Desejado (1987), com o qual competiu em Veneza pelo Leão de Ouro ou ainda O Rio do Ouro (1998), bem como A Raíz do Coração (2000) e Vanitas (2004). O seu último trabalho, Olhos Vermelhos, não estreou ainda em Portugal.

Entre Irmãs, por Tiago Ramos


Título original: Your Sister's Sister (2012)
Realização: Lynn Shelton
Argumento: Lynn Shelton
Elenco: Mark Duplass, Emily Blunt e Rosemarie DeWitt

Há um imenso burburinho nos últimos anos em redor da "cena" mumblecore - um subgénero recente no cinema norte-americano onde produções com micro-orçamentos utilizam actores amadores (muitas vezes o realizador assume funções de argumentista e protagonista). Para muitos algo refrescante no mundo do cinema e também bastante subvalorizado (Sundance tem sido o palco ideal para a sua valorização), para outros é altamente sobrevalorizado dentro da sua perspectiva de nicho. Este Entre Irmãs quebra o conceito lato do género ao utilizar actores profissionais e reconhecidos, mas tem bem flagrante o espírito do género ou não fosse escrito e dirigido por Lynn Shelton, uma exemplar portadora do estandarte do género e que estreou em Portugal o seu (interessante) Humpday, em 2010. Ame-se ou odeie-se, o bom neste género (que é simultaneamente o negativo para muitos dos seus detractores) é a sua semelhança com a vida real e a forma simples como vemos pessoas reais a lidar com problemas quotidianos, com uma curiosa dose de ironia. O mesmo se passa neste caso: a história é bastante simples, mas funciona por pegar numa situação potencialmente problemática e explorá-la com tanta doçura e empatia, como com o nível certo de comédia. Funciona simplesmente por que o trio de actores evidencia um estilo naturalista nas suas interpretações, aproximando-os de uma química real que em muito beneficia a apreciação do espectador. Rosemarie DeWitt é contudo a que mais destaque merece devido ao seu brilhante desempenho, sendo seguida bem de perto por Mark Duplass e Emily Blunt.

Ao encontrar o equilíbrio certo entre o sarcasmo e a suavidade, Entre Irmãs apresenta-se espontâneo e livre, sendo menos actores a interpretar um guião e mais pessoas reais a interagirem entre si. É claro que se vitima também no seu niilismo absoluto, o que para alguns pode ser visto como simples falta de algo importante a dizer, aborrecido e desinteressante. Dependerá sempre do olhar do seu espectador, mas encontramos aqui um interessante trabalho afectivo e um olhar comovente sobre as relações humanas. É simples e natural, mas por isso também tão refrescante.

*Crítica possível através de um screener gentilmente cedido pela Sundance Selects e IFC Films.

Classificação:

NBC desiste de "Mockingbird Lane", reboot de "The Munsters"


Bryan Fuller (Pushing Daisies) revelou no seu perfil oficial de Twitter que o canal NBC não irá encomendar mais episódios de Mockingbird Lane. Exibido no canal como especial de Halloween, a ideia seria que, a serem encomendados mais episódios, funcionasse como reboot da série The Munsters.

O piloto/especial de The Mockingbird Lane foi visto por 5,4 milhões de espectadores e contou com Jerry O'Connell e Portia de Rossi, nos principais papéis. A série original foi criada nos anos 60 e lançada simultaneamente com The Addams Family, mas ao contrário desta que se assemelhava a uma aristocracia, em The Munsters seguia-se uma típica família trabalhadora e suburbana de classe média. O chefe de família chamava-se Herman e assemelhava-se à aparência clássica de Frankenstein, o seu avô era um vampiro e o seu filho um jovem lobisomem.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"Lincoln" e "Cosmopolis" são os mais nomeados pelos críticos de Vancouver


Os críticos de Vancouver nomearam Lincoln em cinco categorias, incluindo Melhor Filme. O mesmo aconteceu com Cosmopolis que recebeu também cinco nomeações, nas categorias dedicadas a filmes de produção canadiana.

Melhor Filme
Lincoln
The Master
Zero Dark Thirty

Melhor Actor
Daniel Day-Lewis em Lincoln
John Hawkes em The Sessions
Joaquin Phoenix

Melhor Actriz
Jessica Chastain em Zero Dark Thirty
Marion Cotillard em Rust and Bone
Jennifer Lawrence em Silver Linings Playbook

Melhor Actor Secundário
Philip Seymour Hoffman em The Master
Tommy Lee Jones em Lincoln
Christoph Waltz em Django Unchained

Melhor Actriz Secundária
Amy Adams em The Master
Anne Hathaway em Les Misérables
Helen Hunt em The Sessions

Melhor Realizador
Kathryn Bigelow por Zero Dark Thirty
Ang Lee por Life of Pi
Steven Spielberg por Lincoln

Melhor Argumento
Mark Boal por Zero Dark Thirty
Tony Kushner por Lincoln
Quentin Tarantino por Django Unchained

Melhor Filme Estrangeiro
Amour (Áustria)
Holy Motors (França)
The Intouchables (França)

Melhor Documentário
Ai Weiwei: Never Sorry
How To Survive a Plague
Searching for a Sugar Man

Melhor Filme Canadiano
Cosmopolis
Rebelle
Stories We Tell

Melhor Actor num Filme Canadiano
Robert Pattinson em Cosmopolis
Melvil Poupaud em Laurence Anyways
Michael Rogers em Beyond the Black Rainbow

Melhor Actriz num Filme Canadiano
Suzanne Clément em Laurence Anyways
Stéphanie Lapointe em Liverpool
Rachel Mwanza em Rebelle

Melhor Actor Secundário num Filme Canadiano
Jay Baruchel em Goon
Serge Kanyinda em Rebelle
Liev Schreiber em Goon

Melhor Actriz Secundária num Filme Canadiano
Sarah Gadon em Cosmopolis
Samantha Morton em Cosmopolis
Alison Pill em Goon

Melhor Realizador num Filme Canadiano
Panos Cosmatos por Beyond the Black Rainbow
David Cronenberg por Cosmopolis
Sarah Polley por Stories We Tell

Melhor Documentário Canadiano
The End of Time
Stories We Tell
The World Before Her

Melhor Filme da Columbia Britânica
Becoming Redwood
Beyond the Black Rainbow
Camera Shy
Random Acts of Romance

Vencedores do passatempo "Zambézia"


E os convites duplos para a antestreia do filme de animação Zambézia são:

Dia 29 de Dezembro (Sábado) - Lisboa | Cinema City do Campo Pequeno, às 11h
Carla Filipa Oliveira
Diana Carina Ferreira Florindo
Nídia Dana Mariano Lourenço de Almeida
Nuno Filipe Reina Rito
Vera Lúcia Rodrigues Pereira

Dia 29 de Dezembro (Sábado) - Porto | ZON Lusomundo Dolce Vita, às 11h
Armindo Paulo Ferreira
Claudio Manuel Pinto da Silva
Maria João Ferreira Moutinho
Tânia Sofia Correia Mateus
Vítor Miguel da Cruz Oliveira

Parabéns a todos! Dentro de momentos receberão um e-mail de confirmação.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Angelina Jolie realizará adaptação cinematográfica do livro "Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption"


Com Francis Lawrence ocupado com os três últimos filmes da saga The Hunger Games, a adaptação cinematográfica do livro Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption perdeu o seu realizador. 

Depois da sua estreia com In The Land of Blood and Honey (2011), Angelina Jolie foi a escolhida para ocupar a cadeira da realização do projecto. O bestseller, escrito por Laura Hillenbrand (Seabiscuit) conta a história de Louis Zamperini, veterano de guerra e ex-atleta olímpico. O militar serviu durante a Segunda Guera Mundial quando, em 1943, o seu avião caiu em alto-mar e este ficou à deriva com dois colegas, por 47 dias, até ser capturado e torturado pelo exército japonês.

O livro conta com argumento de William Nicholson (Gladiator), depois de um primeiro rascunho de Richard LaGravenese (Freedom Writers). Unbroken não tem ainda data de estreia prevista.

Filme sobre fundador da WikiLeaks contará com Dan Stevens


O actor Dan Stevens (Downton Abbey) é a mais recente adição ao elenco do filme sobre o fundador da WikiLeaks, Julian Assange e que receberá o título The Man Who Sold the World. O actor que deverá interpretar o papel de um hacker que se junta à equipa WikiLeaks contracenará com nomes como Alicia Vikander (Anna Karenina), Daniel Brühl (Inglourious Basterds) e Benedict Cumberbatch (Sherlock) no papel de Assange.

O filme será realizado por Bill Condon (Dreamgirls) e será adaptado de duas fontes diferentes: WikiLeaks: Inside Julian Assange's War On Secrecy, pelos jornalistas David Leigh e Luke Harding; e Inside WikiLeaks: My Time with Julian Assange at the World's Most Dangerous Website, do seu antigo braço-direito, Daniel Domscheit-Berg. A adaptação será feita por Josh Singer (The West Wing).

The Man Who Sold the World não tem ainda data de estreia prevista.

The Paperboy - Um Rapaz do Sul, por Tiago Ramos


Título original: The Paperboy (2012)
Realização: Lee Daniels
Argumento: Lee Daniels e Peter Dexter
Elenco: Matthew McConaughey, Nicole Kidman, John Cusack, Zac Efron, David Oyelowo, Scott Glenn, Ned Bellamy, Nealla Gordon e Macy Gray

Depois de Precious (2009), já por si difícil de definir, Lee Daniels regressa à realização com um objecto bastante próximo do cinema pulp fiction. The Paperboy - Uma Rapaz do Sul é um filme completamente trashy - como o ambiente que recria - sujo, suado, sexual, arrojado, ousado e de mau-gosto. Ou seja, completamente digno do legado que o realizador norte-americano parece querer criar. Se isso é bom? Pode ser, mas com reservas. Dentro do hiper-realismo habitualmente impresso pelo realizador, toda a história emerge naquela Flórida quente, visceral e pantanosa, aproximada do cinema trash dos anos 70 (um dos seus mais flagrantes exemplares?), com uma fotografia saturada e um guarda-roupa e maquilhagem vulgares. Porém, dentro do seu estilo degradante e de mau-gosto (não é necessariamente uma crítica, o filme é mesmo assim) há espaço para abordar temas transversais ao cinema de Lee Daniels: questões étnico-raciais, sexualidade, justiça e degradação - sem nunca porém se aproximar do cinema-denúncia ou propagandista (que já em Precious não existia directamente). É essa irreverência do realizador tão ambígua quanto de profundo mau-gosto (há necessidade de termos cenas de sexo intercaladas com imagens de porcos em lamaçais ou ratos estripados?) que faz de The Paperboy tão peculiar quanto interessante. E sobretudo tão diferente, mesmo dentro do seu sensacionalismo.

Mas nada disto seria de destaque individualmente falando, se não contássemos com um trabalho de actores tão rico quanto este. Mesmo Zac Efron (os seus tempos de High School Musical já ficaram, felizmente, para trás) tem um desempenho seguro e merecedor de destaque, num filme onde Matthew McConaughey se destaca mais uma vez como o comeback do ano, num estrondoso trabalho na recriação de personagens complexas e desviantes (recentemente evidencia-se ainda em Bernie, Killer Joe e Magic Mike). Mas a estrela de The Paperboy é Nicole Kidman, que parece nos últimos anos mais segura do seu trabalho e sobretudo menos insonsa, com uma entrega absolutamente surpreendente e sem excessivo desejo de agradar ao seu público. A sua Charlotte Bless é uma das mais fascinantes personagens que já interpretou: white trash, vulgar, Barbie sexual, mas simultaneamente tão extravagante quanto genuína. Destaque também para o desempenho de Macy Gray (Lee Daniels volta a entregar papéis de destaque a não-actores depois de Lenny Kravitz, Mariah Carey e em breve Oprah Winfrey, num regresso ao cinema), numa composição com evocações de The Help (2011), mas claramente diferente desse carácter mais romantizado do filme de Tate Taylor.

A história de The Paperboy, enquanto thriller é cativante, impregnado com algum espírito do movimento cinematográfico blaxploitation - brilhante cena num ar ao som de um trio feminino que canta "That man is dangerous" - com momentos de absoluta tensão e sempre uma atmosfera húmida, pantanosa e vulgar. Tão vulgar quanto o filme, o que o torna difícil de catalogar. E repetimos: nem sabemos bem se essa vulgaridade e mau-gosto são motivo para crítica ou não. Mas a vulgaridade existe e entre aquele rol de personagens degradantes e suadas, é por vezes difícil de enxergar - mas é sem dúvidas um dos filmes mais incómodos do ano: para o bem e para o mal.


Classificação:

Split Screen Scenes (LXVI)

Burn Notice (S06E18) | Sugerido por Pedro Afonso

Canal FX renova "The League" para uma quinta temporada


O canal FX renovou a série The League para uma quinta temporada. A série segue um grupo de seis amigos, fãs de futebol americano e registou cerca de 1,63 milhões de espectadores na sua quarta temporada (2,43 milhões se contarmos com as repetições e DVR).

A quinta temporada de The League contará com treze episódios, com estreia marcada para 2013.

Arliss Howard junta-se ao elenco da sexta temporada de "True Blood"


O actor Arliss Howard (Rubicon) juntar-se-á ao elenco regular da sexta temporada da série True Blood. O actor interpretará o papel do Governador de Louisiana, Truman Burrell, um político que tem problemas com os vampiros desde que a sua esposa o trocou por um, abandonando-o a ele e à sua única filha.

A sexta temporada de True Blood estreia no Verão de 2013 e será composta por apenas dez episódios.

Teaser poster e trailer da animação "Turbo"


A Dreamworks revelou recentemente um teaser poster e um trailer da sua aposta para 2013, no que diz respeito ao cinema de animação. O filme chama-se Turbo e segue a história de um... caracol de corrida.


O filme é co-escrito e realizado por David Soren, que trabalha há vários anos na equipa técnica da Dreamworks (mas é a primeira vez que assina uma longa-metragem em nome individual). Juntam-se no argumento Darren Lemke (Shrek Forever After) e Robert D. Siegel (The Wrestler), com um elenco de vozes composto por Ryan Reynolds, Paul GiamattiMaya Rudolph e Samuel L. Jackson, entre outros.

Turbo estreia nos cinemas portugueses a 18 de Julho de 2013.

Novo poster de "After Earth", de M. Night Shyamalan

Foi divulgado um novo poster de After Earth, filme de ficção-científica de M. Night Shyamalan e que conta com Will Smith e Jaden Smith nos principais papéis:


Em After Earth, cem anos depois dos eventos cataclísmicos que obrigaram a humanidade a fugir da Terra, o planeta Nova Prime tornou-se o novo lar para os humanos. O General Cypher Raige (Will Smith) regressa de uma viagem longa, para junto do seu filho de 13 anos, Kitai (Jaden Smith), mas quando uma chuva de asteróides ataca a sua nave, vêm-se forçados a aterrar no agora perigoso planeta Terra.

Também a Chuva, por Tiago Ramos


Título original: También la lluvia (2010)
Realização: Icíar Bollaín
Argumento: Paul Laverty
Elenco: Gael García Bernal, Luis Tosar, Karra Elejalde e Juan Carlos Aduviri

Filme de teor sócio-político, También la lluvia é inteligente ao utilizar o artifício do cinema para contar a história do conquistador Cristóvão Colombo e do genocídio em Cochabamba, na Bolívia em paralelo comparar com a situação contemporânea no país, onde o povo e as grandes empresas disputam a privatização da água. A realizadora Icíar Bollaín tem uma tarefa interessante quando realiza simultaneamente mais do que um filme: a história contemporânea da cidade boliviana, o filme sobre a chegada de Cristóvão Colombo e (uma interessante utilização da meta-linguagem) um making of sobre o filme do filme. Como filme político e alegoria da injustiça social, este También la lluvia consegue ter uma abrangência bem mais global que o retrato directo que faz: há sempre referências prontas a serem feitas e registadas pelo espectador, pelo que existem diversas analogias que inclusive podem ser aplicadas à sociedade portuguesa. Mas há também um dado curioso: aquela que parece ser uma auto-crítica à própria estrutura do cinema. O filme escolhe a indústria cinematográfica para questionar a sua própria indústria, o que remete também para uma espécie de consciência pesada, utilizando a figura dos realizadores como crítica a quem não faz mais do que aquilo que é obrigado, sem se envolver social e activamente. Por isso a escolha do elenco principal foi extremamente acertada, com Gael García Bernal e Luis Tosar (especialmente este último) a serem o alicerce da estrutura crítica que a realizadora quer fazer, com interpretações expressivamente poderosas. Não descuramos ainda a presença forte (mesmo fisicamente) do estreante actor boliviano Juan Carlos Aduviri que funciona como personagem transversal às três produções dentro do filme, denunciando a desigual estrutura social contemporânea (e não só, mostrando que é um problema recorrente da Humanidade).

Produção de alto valor, com destaque para a fotografia de Alex Catalán e a banda sonora de Alberto Iglesias, tem a sua força na mensagem que pretende transmitir. Porém, falha sobretudo na excessiva função didáctica que imprime nas suas cenas, por vezes quase a julgar o espectador. Não que não seja corajoso na forma como o faz mas, onde injecta doses elevadas de crítica e realismo, perde na emoção que negligencia. Mesmo assim merece pontos pela intenção e pela produção de alto nível que coloca a indústria cinematográfica espanhola como referência.


Classificação: