sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uma Lista a Abater, por Tiago Ramos



Título original: Kill List (2011)
Realização: Ben Wheatley
Argumento: Ben Wheatley
Elenco: Neil Maskell, MyAnna Buring e Harry Simpson

Excelente e subvalorizada produção que chegou este ano a distribuição comercial em Portugal, Kill List é uma das provas do interessante cinema britânico que cresce por trás dos holofotes das grandes produções. Ben Wheatley apenas na sua segunda longa-metragem consegue criar uma poderosa obra, segura na realização e no argumento e que mesmo não sendo particularmente inventiva, consegue ser inteligente na sua construção. O que inicialmente se sugere como um drama familiar começa a criar um lento caminho para um crescendo perturbador, tão bem orquestrado quanto impressionante. É esse ponto de partida que permite às personagens crescerem - um raro espaço dado no cinema actual - em excelentes desempenhos dos actores principais, cuja química é notável e cuja qualidade de interpretação é de louvar.

Na sua simbologia pagã faz recordar um clássico do cinema inglês, The Wicker Man (1973) ou numa referência mais recente e no seu clímax, faz recordar A Serbian Film (2010), sem contudo toda a sua gratuitidade. Num género que mistura thriller policial com terror, Kill List nem sempre é claro na forma como desenvolve a narrativa. Mas tem uma ambiência tão hipnotizante e tensa (note-se as brilhantes cenas do túnel ou a sequência final) que deixará o espectador absorto naquela crítica (dependerá sempre da forma como o espectador interpreta) à sociedade moderna e aos valores da cristandade. A excelente banda sonora (Jim Williams) contribui para aumentar ainda mais a tensão e criar esta atmosfera tão brilhante.



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3 comentários:

  1. grande crítica... ja visualizei, e fiquei com algumas dúvidas no final... porquê o sorriso da mulher no final?

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    1. Fica muito por explicar, muito deixado no ar... daí, para mim, a magia do filme! :)

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