segunda-feira, 9 de março de 2009

O Rapaz do Pijama às Riscas, por Tiago Ramos



Título Original: The Boy in the Striped Pyjamas (2008)
Realização: Mark Herman
Argumento: Mark Herman e John Boyne
Elenco: Asa Butterfield, Zac Mattoon O'Brien, Domonkos Németh, Henry Kingsmill, Vera Farmiga e David Thewlis

Os filmes com a temática do Holocausto abundam e este ano é um bom exemplo disso, mas raras vezes, excepto talvez em A Vida é Bela (1999), essa história é vista pelos olhos de uma criança. O Rapaz do Pijama às Riscas é um bom exemplo de como isso pode ser feito sem se explorar de uma forma demasiado sensacionalista os horrores cometidos.

O filme de Mark Herman não é talhado de propósito para os Óscares, nem tem anseios a tal. Mais que a exploração perfeita da componente técnica ou do refinamento do argumento, o filme tenta explorar a componente humana, sob o ponto de vista infantil.



Mark Herman através do romance original de John Boyne tenta explicar de uma forma simples os motivos que levaram à criação dos campos de concentração nazi e à exploração de toda a propaganda nazi e como isso afecta os dois lados dos participantes do Holocausto. Mas o destaque de todo o filme recai sobretudo para o jovem Asa Butterfield, que já havia participado em Son of Rambow, mas que tem agora um papel importantíssimo na construção de toda a narrativa do filme. A sua personagem é frágil, infantil e curiosa, mas o desempenho do jovem actor é a espinal medula do filme e que garante a coesão de todas as cenas.

O outro ponto de interesse a nível interpretativa surge perante Vera Farmiga (The Departed), que mais uma vez se comporta como uma actriz promissora no mundo do cinema, num excelente desempenho e captação do amor maternal.



O Rapaz do Pijama às Riscas prima pela simplicidade, lado emocional e ingénuo do argumento, mas apesenta algumas incoerências factuais, como a possibilidade do jovem protagonista criar um determinado grau de proximidade com uma criança judia presa num campo de concentração, sem serem apanhados, bem como a própria presença de crianças e idosos do nesmo. No entanto, não é isso que tira o interesse ou o merecedor visionamento que a película de Mark Herman deva merecer.

Ao mesmo tempo é interessante que as personagens apresentam dois lados: o moral e o amoral. E isso surge tanto do lado alemão como do lado judeu. Nenhuma das personagens é tida como genuinamente boa ou má, explorado essas duas posições. Pena que explore pouco a relação entre as duas crianças da trama.



Destaque principal para a sequência final de O Rapaz do Pijamas às Riscas e todo o suspense e dramatismo que gera. Longe de ser perfeito, o filme de Mark Herman é uma boa aposta numa vertente diferente do Holocausto.

Classificação:

2 comentários:

  1. É uma forma diferente de olhar sobre o Holocausto. Tem uma sensibilidade fantástica e sim, concordo quando falas em subvalorização.

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  2. ce film m"a fait pleurer et me fait toujours pleurer d'ailleur :s

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