domingo, 16 de agosto de 2009

Cidade das Sombras, por Carlos Antunes



Título original: City of Ember
Realização: Gil Kenan
Argumento: Caroline Thompson e Jeanne Duprau
Elenco: Tim Robbins, Bill Murray, Harry Treadaway, Toby Jones e Saoirse Ronan

Se havia um motivo para dar atenção a City of Ember, esse era Gil Kenan.
Monster House foi um dos poucos filmes em anos recentes a surgir inesperadamente e a ser capaz, técnica e narrativamente, ao que de melhor se via nos cinemas.
Um conto a meio caminho entre o terror e a singularidade da infância.



City of Ember cai longe desse filme, no entanto, sem deixar por isso de ser interessante.
City of Ember é uma virtuosa aventura, quase interactiva.
Feita de peripécias, de mistérios a desvendar e de situações , o filme chega a parecer uma aventura jogável, que o espectador poderá desvendar ao mesmo ritmo que as personagens.



Personagens essas sobre as quais será justíssimo dizer que são puramente esquemáticas.
Será visto como uma falha, claro, mas é uma falha assumida e necessária, pois o que é verdadeiramente importante é a aventura.
Importante é a tal sensação de interactividade que transporta o espectador com inusitada facilidade.

http://thecia.com.au/reviews/c/images/city-of-ember-2.jpg

E dado que a aventura é suficientemente bem trabalhada para manter o interesse do espectador, complementada com um trabalho cénico de tendência quase apocalíptica, aceita-se o jogo com leveza e prazer.
Fica por explorar, no entanto, o aviso da impotência da humanidade para salvaguardar o seu futuro, que é no fundamental o pano de fundo para tudo o resto.
Infelizmente, parecem ter acreditado não fosse possível levá-lo até ao fim numa aventura que se pretende familiar, algo que Wall-E deixou bem patente ser possível.



Mas City of Ember fica como mais um motivo para continuar a seguir Gil Kenan.
Como mais alguma sorte na escolha do material e com mais alguma prática, poderemos estar perante um excelente contador de histórias em géneros em que não o esperaríamos.


1 comentário:

  1. Concordo contigo, Carlos. Não é um filme isento de falhas, mas é uma boa trama aventureira. Um estilo que já fazia falta (cada vez são menos os títulos do género e aqueles que existem, são muito fracos). Esta foi a primeira adaptação de uma colecção de livros, trilogia suponho. Esperemos pela próxima.

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