Realização: Hagar Ben-Asher
Argumento: Hagar Ben-Asher
Elenco: Hagar Ben-Asher, Ishai Golan e Icho Avital
The Slut era um dos objectos mais outsiders na programação do Fantasporto 2012, mas também um dos mais interessantes. A começar pelo tom lento e contemplativo com que filma uma história de compulsão sexual do ponto de vista feminino, mas ao contrário de outras obras (como Shame, por exemplo, também exibido no festival) nunca se foca no lado emocional da protagonista nem a dá a conhecer ao espectador. Prefere filmá-la do ponto de vista voyeurista, dando ao espectador essa sensação invasiva, tão reprovável quanto hipnotizante de quem vê sem permitir ser visto (e muitas vezes fora do contexto real). A câmara é inteligente, filma mais distante, centrando a acção nas margens do ecrã, escondendo-se da protagonista. Assim como a tendência do espectador voyeur, The Slut é também repleto de simbolismos interessantes: veja-se a brilhante cena inicial com o cavalo ou a cena final que remete para a célebre Pietà, de Michelangelo.
O argumento, a espaços aborrecido e nem sempre claro, é bastante simples,mas acaba por manter uma certa expectativa no espectador, resolvendo-o de uma forma interessante e aberta a múltiplas interpretações. É também esse argumento, a par da realização e fotografia (Amit Yasur), que contribui para a atmosfera realista e crua que impera durante todo o filme, muito bem interpretada por Ishai Golan e Hagar Ben-Asher. Aliás, a israelita surpreende naquela que é a sua primeira longa-metragem, onde escreve, realiza e protagoniza demonstrando um elevado potencial e tornando-a em alguém a ter debaixo de olho nos próximos anos.
Elenco: Hagar Ben-Asher, Ishai Golan e Icho Avital
The Slut era um dos objectos mais outsiders na programação do Fantasporto 2012, mas também um dos mais interessantes. A começar pelo tom lento e contemplativo com que filma uma história de compulsão sexual do ponto de vista feminino, mas ao contrário de outras obras (como Shame, por exemplo, também exibido no festival) nunca se foca no lado emocional da protagonista nem a dá a conhecer ao espectador. Prefere filmá-la do ponto de vista voyeurista, dando ao espectador essa sensação invasiva, tão reprovável quanto hipnotizante de quem vê sem permitir ser visto (e muitas vezes fora do contexto real). A câmara é inteligente, filma mais distante, centrando a acção nas margens do ecrã, escondendo-se da protagonista. Assim como a tendência do espectador voyeur, The Slut é também repleto de simbolismos interessantes: veja-se a brilhante cena inicial com o cavalo ou a cena final que remete para a célebre Pietà, de Michelangelo.
O argumento, a espaços aborrecido e nem sempre claro, é bastante simples,mas acaba por manter uma certa expectativa no espectador, resolvendo-o de uma forma interessante e aberta a múltiplas interpretações. É também esse argumento, a par da realização e fotografia (Amit Yasur), que contribui para a atmosfera realista e crua que impera durante todo o filme, muito bem interpretada por Ishai Golan e Hagar Ben-Asher. Aliás, a israelita surpreende naquela que é a sua primeira longa-metragem, onde escreve, realiza e protagoniza demonstrando um elevado potencial e tornando-a em alguém a ter debaixo de olho nos próximos anos.
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