quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Obituário: Mike Hopkins

12 de Agosto de 1959 - 30 de Dezembro de 2012

Faleceu, aos 53 anos de idade, o editor de som Mike Hopkins, afogado devido a um acidente enquanto praticava rafting. Trabalhou em filmes como Blade Runner (1982), The Hunger (1983) e ainda diversas vezes com o realizador Peter Jackson, tendo ganho inclusive dois Óscares de Melhor Edição de Som por The Lord of the Rings: The Two Towers (2002) e King Kong (2005). Em 2008 foi novamente nomeado na categoria pelo trabalho em Transformers (2007). O seu último trabalho foi no filme Fresh Meat.

Art Directors Guild Awards 2013: Os nomeados

O sindicato dos directores artísticos revelou hoje os nomeados aos seus prémios anuais, os Art Directors Guild Awards 2013. Nos últimos dezasseis anos, o vencedor do Óscar de Melhor Design de Produção sempre foi encontrado entre os nomeados aos ADGA. Este ano os principais candidatos ao Óscar na categoria são Les Misérables, Lincoln, Anna Karenina, The Hobbit: An Unexpected Journey, entre outros.

CINEMA

Filme de Época
Anna Karenina
Argo
Django Unchained
Les Misérables
Lincoln

Filme de Fantasia
Cloud Atlas
Life of Pi
Prometheus
The Dark Knight Rises
The Hobbit: An Unexpected Journey

Filme Contemporâneo
Flight
Skyfall
The Best Exotic Marigold Hotel
The Impossible
Zero Dark Thirty

TELEVISÃO

Série "single camera" de 60 minutos
Boardwalk Empire - Resolution
Downton Abbey - Christmas Special
Game of Thrones - The Ghost of Harrenhal
Homeland - The Choice
Newsroom - We Just Decided To

Série "single camera" de 30 minutos
Community - Pillows and Blankets
Girls - Pilot
Modern Family - Mystery Date
Parks and Recreation - Soda Tax
The New Normal - Sofa's Choice

Telefilme ou Minissérie
American Horror Story: Asylum - I Am Anne Frank, Part 2
Game Change
Hatfields & McCoys - Ep.#1.1, #1.2, #1.3
Hemingway & Gellhorn
Mockingbird Lane

Episódio "multicamera", variedades ou programa
2 Broke Girls - And The Silent Partner
Democratic National Convention
How I Met Your Mother - The Magicians Code Part 1
Saturday Night Live - Mick Jagger Host
The Voice

Cerimónias de prémios, música ou jogos
84th Annual Academy Awards
Grammy Nomination Concert Live - Countdown
Super Bowl XLVI - Halftime Show Starring Madonna
The 64th Annual Primetime Emmy Awards
The American Music Awards, 40th Annual

Spots comerciais ou musicais
Budweiser - The Return of the King
Macy's - Dream
Nike - Fast is Faster
Nike+ - Game on World
X-Box - Halo 4 Commissioning

Os Miseráveis, por Tiago Ramos


Título original: Les misérables (2012)
RealizaçãoTom Hooper

Se o romance original de Victor Hugo é um marco inegável da literatura, é verdade também que o musical homónimo lhe trouxe grande parte do seu mediatismo mundial. Entre várias das adaptações do romance ao cinema, há muitos anos que o seu sucesso na Broadway lhe pedia uma adaptação também musical ou não fosse também Hollywood sempre atenta a novas formas de criar dinheiro. Depois de The King's Speech (2011), a tomada das rédeas desta adaptação pelo britânico Tom Hooper poderia ser também ela de certa forma a mais justa e acertada tendo em conta o perfil dos grandes estúdio e nota-se que há uma intenção clara em reinventar-se dentro do género e brincar com a linguagem cinematográfica. Uma delas - pelos menos a mais popular - é o facto dos actores interpretarem as canções ao vivo durante as filmagens, garantindo uma maior genuinidade e emoção nas suas interpretações, sem terem de se preocupar em coordenar a sua interpretação física com a interpretação vocal, como no caso da grande maioria dos musicais adaptados ao cinema onde as canções são gravadas previamente. É precisamente aí que reside uma réstia de frescura (embora não seja totalmente original - de repente recordamo-nos de Across the Universe em 2007) no filme e que permite sobretudo que os actores se destaquem, saindo da sua zona de conforto, mesmo mais habituados ao género e garantirem momentos onde a voz não soa inteiramente afinada, mas é seguramente cheia de emoção.

A segunda forma que Tom Hooper encontra para se destacar é precisamente no seu trabalho de realizador. Longe da frequente estática, aqui a câmara é altamente frenética: à mão, roda por completo à volta dos actores, faz close-ups das suas faces, mas também sobe e desce constantemente em gruas. Não obstante a sua interessante opção, a verdade é que parece que o realizador boicota constantemente a sua própria intenção de criar um épico memorável. Entre um filme tão ansiosa e, arriscaria até dizer, pretensiosamente desesperado em exibir um orçamento tão generoso, através da sua (magnífica) direcção artística e em demonstrar-se tão epicamente grandiloquente, a sua câmara nega isso ao espectador, esquecendo-se daquilo que tanto quer mostrar, para se focar na face dos protagonistas. E apesar da sua tentativa ser focar a dor e angústia daqueles miseráveis, a sua opção é tão incómoda que se destaca a tempo integral, resultando no oposto: ofusca os protagonistas. É a sua câmara pretensiosa que perde a mão ao filme que tinha potencial (não fosse o material de origem, o orçamento e o elenco de luxo) para ser bastante melhor. É essa mesma câmara que  não consegue deixar de ser tão melodramática, ao ponto de apagar precisamente a emoção que aqueles actores e momentos da narrativa deveriam transmitir ao espectador.

Em Os Miseráveis nota-se que há uma entrega absoluta de toda a equipa. Fala-se claramente dos actores, a gema do filme, a começar por um Hugh Jackman num papel sofrido e sentido, uma Anne Hathaway que rouba todos os momentos em que surge - pena que sejam poucos, já que a partir do momento em que ela sai de cena, perde qualidades - e uns competentes Eddie Redmayne e Samantha Barks. Falemos também de uma inesperada e simpática surpresa e que a muitos passará despercebida: a estreia de um jovem Daniel Huttlestone, como uma brilhante interpretação como Gavroche. Nem tudo porém é excelência e nota-se que falta em alguns casos uma boa direcção de actores - mas mesmo com uma forte entrega, é difícil salvar Russell Crowe da sua patética interpretação ou a dupla Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter para a qual não há paciência ser reduzida a uma tremenda patetice.

Para os mais incautos há que o dizer: verdadeiramente musical, quase cem por cento dos diálogos são cantados. E se isso dá momentos bastante interessantes (já Les parapluies de Cherbourg o fazia com uma grande mestria) garante também, dada a excessivamente longa duração do filme, a situações bastante penosas - especialmente para os menos fãs do género - mas que apenas confirmam a excessividade do trabalho de Tom Hooper. E apesar de grandes momentos com o inevitável I Dreamed a Dream ou On My Own (mais devido às suas geniais intérpretes), é verdadeiramente nas cenas de multidões e da revolução que o filme mais brilha, tanto musical como narrativamente, conseguindo criar o ritmo adequado e que falta a grande parte do filme.

Não podemos negar, no entanto, o trabalho técnico envolvido - a sua qualidade é magnífica, desde os cenários, ao guarda-roupa, cabelo e maquilhagem - e a coragem e energia despendidas pelo seu elenco. Os Miseráveis tem material para o espectador se emocionar e vibrar - e certamente muitos haverá que não verão desperdiçadas as horas nele dispensadas - mas é inevitável motivo de pesar que o seu realizador não saiba trabalhar o material sem cair do alto da sua pretensão épica.


Classificação:

Producers Guild Awards 2013: Os nomeados em cinema


Foram hoje anunciados os nomeados aos Producers Guild Awards 2013, prémios do sindicato de produtores norte-americanos e habitualmente precursores dos nomeados ao Óscar de Melhor Filme.

Melhor Filme
Argo
Beasts of the Southern Wild
Django Unchained
Les Misérables
Life of Pi
Lincoln
Moonrise Kingdom
Silver Linings Playbook
Skyfall
Zero Dark Thirty

Melhor Filme de Animação
Brave
Frankenweenie
ParaNorman
Rise of the Guardians
Wreck-it Ralph

Os vencedores serão anunciados a 26 de Janeiro.

Leia também:

Retrospectiva 2012: Melhor Actor Secundário

Apresentamos as melhores interpretações de um actor secundário em filmes que estrearam comercialmente em Portugal durante 2012. (As escolhas são da inteira responsabilidade de Tiago Ramos e não reflectem necessariamente as de toda a equipa do blogue).


11. Ben Wishaw em Cloud Atlas
12. Tom Hardy em O Cavaleiro das Trevas Renasce
13. Andy Serkis em O Hobbit: Uma Viagem Inesperada
14. Matthew McConaughey em The Paperboy - Um Rapaz do Sul
15. Tom Cruise em A Idade do Rock
16. Sam Riley em Pela Estrada Fora
17. Michael Peña em Fim de Turno
18. Ben Kingsley em A Invenção de Hugo
19. Nick Nolte em Warrior - Combate entre Irmãos
20. Ezra Miller em Mais Um Dia Feliz
21. Kenneth Branagh em A Minha Semana com Marilyn
22. Jonah Hill em Moneyball - Jogada de Risco
23. Per Myberg em Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
24. Stellan Skasgard em Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
25. Christopher Plummer em Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
26. Eddie Redmayne em A Minha Semana com Marilyn

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Passatempo Alex Cross


Aproveitando a estreia em Portugal de Eu, Alex Cross no dia 3 de Janeiro, o Split Screen associa-se à editora Topseller, para oferecer aos nossos leitores a oportunidade de conhecer o livro que deu origem ao filme de Rob CohenAlex Cross é o décimo segundo volume de uma saga criada pelo escritor James Patterson (já com dezoito volumes publicados) e que segundo a Forbes é o autor que mais livros vende em todo o mundo, somando globalmente mais de 250 milhões de livros. A saga já deu origem a outros dois filmes, com Morgan Freeman no papel de Dr. Alex Cross, Na Teia da Aranha (2001) e Beijos Que Matam (1997).

Alex Cross era uma estrela em ascensão na Polícia de Washington DC quando um desconhecido assassinou a sua mulher, Maria, à sua frente. Anos mais tarde, Alex deixou as forças de segurança e regressou à carreira de psicólogo, revelando-se um bem-sucedido escritor de livros policiais. A vida com a sua avó, Nana Mama, e os filhos Damon, Jannie e o pequeno Alex parece correr na perfeição, e o detetive admite mesmo viver um novo amor. É nesta fase que John Sampson, o seu antigo parceiro na Polícia, lhe pede ajuda para capturar um perigoso criminoso. Cross regressa então à ação, sem saber que se prepara para enfrentar o assassino da sua própria mulher. Tem início a busca pelo homicida mais astuto e psicótico que jamais enfrentou, que o vai empurrar perigosamente para o ponto de rutura.

A Topseller oferece a oportunidade dos leitores do Split Screen receberem em sua casa um exemplar do livro, bastando para isso que preencham correctamente o formulário abaixo. (A leitura dos primeiros capítulos do livro aqui pode ser útil).



Regulamento:

- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 11 de Janeiro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Apenas será aceite uma participação por e-mail e por pessoa.
- Além da correcção das respostas às questões lançadas, também o preenchimento dos dados pessoais é factor de exclusão devendo, por isso, estes obedecerem às normas expressas.
- Os premiados serão escolhidos entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- A escolha é feita através de um sistema de selecção aleatória.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- O custo e envio dos prémios ficará a cargo da editora Topseller, não sendo esta responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.
- Reservamo-nos o direito de excluir de futuros passatempos todos os que não cumprirem estas regras.

Enquanto Dormes, por Tiago Ramos


Título original: Mientras duermes (2011)
Realização: Jaume Balagueró
Argumento: Alberto Marini
Elenco: Luis Tosar, Marta Etura e Alberto San Juan

Depois de se afastar temporariamente do franchise [REC] (embora regresse em breve a título individual para finalizar a saga), o espanhol Jaume Balagueró dedicou-se a um projecto bem mais subtil, mas também mais interessante, sem nunca perder o seu toque para o thriller com nuances de terror. O resultado foi este Enquanto Dormes que parte de uma ideia clássica do género para criar um dos mais fascinantes vilões dos últimos anos no cinema. O mérito não é todo do cineasta, já que o espanhol Luis Tosar (que merecia já bem maior destaque no mercado internacional) constrói um dos mais interessantes vilões dos últimos tempos, com humor negro, voyeurismo e malvadez à mistura. A sua personagem cresce gradualmente numa escalada obsessiva e doentia, à medida que cria uma elaborada e diabólica vingança, que ao espectador parecerá no início não mais que meras partidas de mau gosto. A sua personagem, tão calma quanto forte, é sobretudo o ponto alto do filme que, mesmo padecendo de alguma falta de claustrofobia que poderia ser interessante, não deixa de ser tenso e repleto de pequenas reviravoltas que só contribuem mais para revelar a forma diabólica como o protagonista conduz o seu plano.

O argumento falha porém na sua conclusão, talvez rebuscada demais para aquilo que tinha vindo a construir de forma tão refinada, ao mesmo tempo que atribui à personagem feminina - uma competente Marta Etura - uma ingenuidade incrivelmente absurda para o nível de pressão a que é sujeita. Pior é quando remete para uma reacção causa-efeito entre as acções do protagonista para com problemas maternos, que da forma como é colocada, não mais é que um mero lugar-comum em histórias do género. Porém Jaume Balagueró e o director de fotografia Pablo Rosso acertam na forma como atribuem àquele prédio uma certa tensão misteriosa, num estilo cuidado e subtilmente tenso; bem como ao excelente uso dos close-ups como aumento dessa mesma tensão. Mas sobretudo, o realizador sabe trabalhar com o seu actor principal, dando-lhe inteligentemente oportunidade para que conduza a personagem e a história a um nível de tensão, que de outra forma seria impossível de criar. É sobretudo a prova do talento de um realizador que é competente no seu trabalho e que parece ser o que liga os fragmentos dos, por si já fracos, filmes da saga [REC] (basta olhar para a desgraça que foi o trabalho de Paco Plaza em Génesis). Resta esperar que consiga aproveitar a projecção alcançada para outros rumos mais interessantes como este Enquanto Dormes.


Classificação:

Estreias 3 Janeiro'13: Les Misérables, Mientras Duermes, Alex Cross e Zambézia

Dia 3 de Janeiro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:

  Os Miseráveis (Les Misérables)

Ano: 2012
Realização: Tom Hooper
Género: Musical, Drama, Romance
França, 1915. Jean Valjean é posto em liberdade após de 19 anos de clausura. Ostracizado por todos, alimenta um profundo rancor pelos homens em geral. Porém, um encontro com o bondoso bispo de Digne leva-o a acreditar na humanidade e a dedicar a sua vida a fazer o bem. Alguns anos depois, Valjean é respeitado por todos. Até conhecer uma mulher que lhe pede que cuide da sua filha que, ingenuamente, confiou aos cruéis proprietários de um albergue. Decidido a salvar a criança, Valjean vai ao seu encontro...
Outras sugestões:

  Enquanto Dormes (Mientras duermes)
Ano: 2011
Realização: Jaume Balagueró
Argumento: Alberto Marini
Género: Terror
Terror no regresso do catalão Jaume Balagueró à realização. César é porteiro de um condomínio e as suas funções permitem-lhe conhecer, até ao mais ínfimo pormenor, as vidas de todos os moradores. Controla suas idas e vindas, estuda-os, descobre os seus pontos fracos, os seus segredos. E tem um jogo secreto que visa causar dor. Porém, a chegada de uma nova inquilina complica-lhe o esquema.

  Eu, Alex Cross (Alex Cross)
Ano: 2012
Realização: Rob Cohen
Género: Thriller
O Dr. Alex Cross (Tyler Perry) é detective do Departamento da Polícia de Detroit, Michigan. Psicólogo brilhante, a sua especialidade é traçar o perfil de todo o tipo de criminosos. O seu parceiro é Tommy Kane (Edward Burns), amigo de longa data, e ambos trabalham com a detective Monica Ashe (Rachel Nichols) num caso que visa capturar Picasso (Matthew Fox), um psicopata cuja assinatura revela uma obsessão macabra pela dor humana. Depois da avaliação da personalidade de Picasso, percebem que o seu alvo final é Leon Mercier (Jean Reno), um dos homens mais influentes da cidade. Porém, neste jogo nada é o que parece e Cross tem de conseguir entrar na mente do assassino, antecipar as suas jogadas e, desta maneira, parar a carnificina... Um "thriller" de acção realizado por Rob Cohen ("Velocidade Furiosa ", "XXX - Missão Radical"), que se inspira no início de carreira da mais famosa personagem criada pelo escritor James Patterson, já antes encarnada por Morgan Freeman nos filmes "Beijos Que Matam" (1997) e "A Conspiração da Aranha" (2001).
Estreou no dia 1 de Janeiro:
Zambézia (Zambezia)

Ano: 2012
Realização: Wayne Thornley
Género: Animação
Frustrado com os excessos de zelo de um pai ultracontrolador, um jovem e destemido falcão decide partir em direcção à Zambézia, Moçambique, onde pretende viver a sua vida e correr os seus próprios riscos. Porém, depois de conhecer uma série de personagens diferentes de si, depressa descobre que viver em comunidade pode ser ainda mais complicado do que sobreviver aos perigos da selva. E é só quando a cidade está sob uma ameaça real que ele vai entender que a vida, seja nos melhores ou piores momentos, só vale a pena quando partilhada com os seres que amamos... Um filme de animação para toda a família, escrito e realizado pelo sul-africano Wayne Thornley.
Sinopses: Cinecartaz Público

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012: As melhores bandas sonoras

Continuamos a nossa retrospectiva do ano, com as melhores bandas sonoras (originais e adaptadas) entre os filmes que estrearam comercialmente em Portugal durante 2012. (As escolhas são da responsabilidade de Tiago Ramos e não reflectem necessariamente as de toda a equipa do blogue).


11. Philip Glass por Elena
12. Howard Shore por A Invenção de Hugo
13. Alexandre Desplat por Extremamente Alto, Incrivelmente Perto
14. Nick Cave e Warren Ellis por Dos Homens Sem Lei
15. Vários por A Idade do Rock
16. Danny Elfman e outros por Frankenweenie
17. James Horner por O Fantástico Homem-Aranha
18. James Newton Howard e outros por The Hunger Games - Os Jogos da Fome
19. Jónsi por Comprámos um Zoo
20. Dario Marionelli por Anna Karenina
21. Henry Jackman por Força Ralph
22. Vários por Holy Motors
23. James Newton Howard e outros por A Branca de Neve e o Caçador
24. Vários por As Vantagens de Ser Invisível
25. David Byrne e Will Oldham por Este é o meu Lugar
26. Howard Shore e outros por Cosmopolis
27. James Newton Howard e outros por O Legado de Bourne
28. Howard Shore por O Hobbit: Uma Viagem Inesperada
29. Vários por A Saga Twilight: Amanhecer - Parte 2
30. Steven Price e outros por ETs in da Bairro
31. Ludovic Bource por O Artista
32. Guga Bernardo por Florbela
33. Patrick Doyle e outros por Brave - Indomável

Zambézia, por Tiago Ramos


Título original: Zambezia (2012)
Realização: Wayne Thornley
Argumento:  Wayne Thornley, Andrew Cook, Raffaella Delle Donne e Anthony Silverston
Elenco de vozesFrancisco Areosa, Patrícia Bull, Vítor de Sousa, Manuel Marques, Inês Castel-Branco, Pedro Granger e Zé Diogo Quintela

Apesar do aumento em número de produções de animação, é raro elas chegarem ao circuito comercial do nosso país fora do habitual eixo Dreamworks, Pixar, Disney e até Blue Sky. Daí que a estreia de Zambézia deva ser assinalada no nosso país por esse e por mais dois motivos: marca o início de uma nova distribuidora de cinema (Outsider Pictures) e chega pelas mãos da recém-formada produtora Triggerfish Animation, oriunda da África do Sul (e que tem já um novo filme previsto para 2013). Porém nem tudo é motivo de destaque já que, se poderíamos esperar alguma frescura neste trabalho, isso acabou por não acontecer. Comecemos pela parte óbvia: o orçamento reduzido em comparação com os fundos quase ilimitados de outras produtoras, é notoriamente visível na qualidade da animação. Mas não vale a pena ser demasiado duro já que este é, apesar de tudo, um trabalho de enorme qualidade, colorido e bem dinâmico, apenas não tão detalhado como já nos habituámos em trabalhos semelhantes que envolvam computação gráfica. Parece que falta uma última camada de detalhe que permitisse um visual elaborado, mas que não é impeditivo de ser visto como uma produção elogiável.

Se existe algum problema em Zambézia não tem nada que ver com o seu trabalho técnico. O ponto negativo está relacionado precisamente com a sua narrativa já que, ao invés de aproveitar para ser inovador, compensando assim o tal défice a nível orçamental, apenas tenta emular grande parte das produções mainstream, com uma história bastante linear e acima de tudo, já demasiadamente familiar para o espectador. Embora a fórmula "crise familiar" seja tradicionalmente conhecida por resultar junto do público dos filmes de animação é também bastante gasta. As personagens são bastante lineares e rasas, assim como a história que não as privilegia e apesar do bom trabalho do elenco em fornecer-lhes as vozes, não é suficiente para salvar o argumento que tenta demasiadas vezes ser engraçado, sem o conseguir. E mesmo sendo apelativo a um público mais infantil, a verdade é que mesmo esses notarão a falta de personagens e histórias memoráveis. Não é um contudo um filme totalmente descartável, sendo colorido, agradável e apesar de tudo que merece ser notado face à disposição de tentar encontrar lugar num mercado competitivo. Espera-se com expectativa os seus novos trabalhos.


Classificação: