Título original: Amazing Grace
Realização: Michael Apted
Argumento: Steven Knight
Elenco: Ioan Gruffudd, Albert Finney, Michael Gambon, Rufus Sewell e Romola Garai
Amazing Grace poderia facilmente cair na romantização excessiva de como a luta de um homem pela abolição da escravatura no Império Britânico foi recuperada pela paixão de uma mulher.
Podia mas não o faz, felizmente, apostando antes no significado intrínseco dessa luta, registando o essencial das acções e das motivações, temperando o drama mais afectado com um humor inteligente e que nunca surge a destempo.
Podia mas não o faz, felizmente, apostando antes no significado intrínseco dessa luta, registando o essencial das acções e das motivações, temperando o drama mais afectado com um humor inteligente e que nunca surge a destempo.
Se é verdade que, dramaticamente, o filme poderia ser mais rico, explorando as conturbadas e mutáveis relações que politica e socialmente se formavam em torno de William Wilberforce (Ioan Gruffudd) e que caracterizavam comportamentos políticos que merecem uma visão actual e interessada, também é verdade que a essência do filme é a revisitação da história de um homem e da sua luta.
Mas centrando-se no homem consegue narrar os momentos mais definidores deste, compondo o fundo real em que ele se movia e capitalizando as figuras que o cercavam.
Mas centrando-se no homem consegue narrar os momentos mais definidores deste, compondo o fundo real em que ele se movia e capitalizando as figuras que o cercavam.
O filme, além desse cuidado, tem um factor importante a seu favor: a galeria de secundários.
O talento Albert Finney, Michael Gambon e Rufus Sewell, só para citar alguns, consegue que eles componham as suas personagens com a subtileza mas também com a força que elas merecem.
E isto, claro, com as poucas aparições que lhes sabem ser concedidas e, por isso mesmo, com a consciência que é preciso fortalecê-las sem abusar no registo.
Não há lamento pelas suas aparições serem breves, antes satisfação imensa com o que eles fazem durantes esses períodos.
O talento Albert Finney, Michael Gambon e Rufus Sewell, só para citar alguns, consegue que eles componham as suas personagens com a subtileza mas também com a força que elas merecem.
E isto, claro, com as poucas aparições que lhes sabem ser concedidas e, por isso mesmo, com a consciência que é preciso fortalecê-las sem abusar no registo.
Não há lamento pelas suas aparições serem breves, antes satisfação imensa com o que eles fazem durantes esses períodos.
A segura realização de Michael Apted, sem virtuosismos ocos a tentar disfarçar a sua eficácia sem rasgos de génio, está claramente adequada a esta história, ao seu ritmo e às suas necessidades.
É um realizador que reencontramos ocasionalmente e que parece cumprir com o que dele se espera com alguma eficácia - bastará olhar para Nell ou The World is not enough - e, por isso mesmo, nos causa apreço pela sua dedicação de artesão.
Parece que os factores se conjugaram perfeitamente para nos dar um interessante filme que se situa no seio da produção actual com perfeita definição do seu objectivo e das suas capacidades.
É um realizador que reencontramos ocasionalmente e que parece cumprir com o que dele se espera com alguma eficácia - bastará olhar para Nell ou The World is not enough - e, por isso mesmo, nos causa apreço pela sua dedicação de artesão.
Parece que os factores se conjugaram perfeitamente para nos dar um interessante filme que se situa no seio da produção actual com perfeita definição do seu objectivo e das suas capacidades.
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