Título original: The Age of Innocence
Realização: Martin Scorsese
Argumento: Jay Cocks
Elenco: Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer e Winona Ryder
Há algo de gratificante ao vermos um Scorsese transformado neste filme, abdicando das suas urgência e ferocidade, e ainda assim perfeitamente ambientado.
Ao invés Scorsese filma com elegância e delicadeza, deslizando pelo interior da alta sociedade da época, demorando-se nos pormenores dos movimentos e dos olhares.
Ao invés Scorsese filma com elegância e delicadeza, deslizando pelo interior da alta sociedade da época, demorando-se nos pormenores dos movimentos e dos olhares.
Pois são nesses movimentos e olhares que se disputa um homem, Newland Archer, que estando noivo de May Welland não resiste à aparição da Condessa Olenska, uma mulher independente e altiva.
Não é a beleza da Condessa que ameça o casamento aparentemente perfeito, é a sua rebeldia vivida no interior de uma sociedade fechada e repleta de regras rígidas feitas para estrangular todas as pulsões, todas as liberdades.
Aqui os casamentos e os comportamentos são utilitários, usados como benefícios e influências.
Não é a beleza da Condessa que ameça o casamento aparentemente perfeito, é a sua rebeldia vivida no interior de uma sociedade fechada e repleta de regras rígidas feitas para estrangular todas as pulsões, todas as liberdades.
Aqui os casamentos e os comportamentos são utilitários, usados como benefícios e influências.
Mas à conta da importância das relações e dos comportamentos, a verdade é que há verdadeiras guerras a decorrer, guerras silenciosas feitas de sugestões e expectativas, os tais olhares e movimentos a que Scorsese deu tanta atenção e que revelam tanto daquilo que é menos secreto do que se pretendia.
Neste caso particular, a luta parece entre uma mulher de enorme experiência e e uma inocente e frágil rapariga apaixonada.
Mas a verdade é que os protagonistas estão muito menos definidos do que aparentam ou não fosse a Inocência do título uma caracterização irónia.
Neste caso particular, a luta parece entre uma mulher de enorme experiência e e uma inocente e frágil rapariga apaixonada.
Mas a verdade é que os protagonistas estão muito menos definidos do que aparentam ou não fosse a Inocência do título uma caracterização irónia.
Os três protagonistas são muito mais do que aparentam, por vezes mais frágeis, por vezes mais ferozes, mas dificilmente dispostos a renderem-se.
O final é, pois, tão surpreendente quanto esclarecedor, desmontando por completo o jogo de aparências e poder, reclamando uma verdade que prova definitivamente a ferocidade de um mundo que parecia tão perfeito.
O final é, pois, tão surpreendente quanto esclarecedor, desmontando por completo o jogo de aparências e poder, reclamando uma verdade que prova definitivamente a ferocidade de um mundo que parecia tão perfeito.
O trio de actores são peões perfeitos de Scorsese e desta batalha discreta. Mesmo Winona Ryder que parece tão apagada ou esquecida em certos momentos está no tom perfeito que os eventos exigem.
Michelle Pfeiffer é, diria-se, perfeita como sempre, dona de uma elegência e sabedoria a toda a prova.
E Daniel Day-Lewis, tão exigente nas escolha dos seus papéis quanto na sua preparação para eles, não deixa espaço a sequer uma nota fora de tom na sua interpretação.
A Idade da Inocência é um clássico, dê-se-lhe a nota que se der (essa arma demasiado subjectiva). Um clássico magnífico.
Michelle Pfeiffer é, diria-se, perfeita como sempre, dona de uma elegência e sabedoria a toda a prova.
E Daniel Day-Lewis, tão exigente nas escolha dos seus papéis quanto na sua preparação para eles, não deixa espaço a sequer uma nota fora de tom na sua interpretação.
A Idade da Inocência é um clássico, dê-se-lhe a nota que se der (essa arma demasiado subjectiva). Um clássico magnífico.
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