Título original: Crazy Heart
Realização: Scott Cooper
Argumento: Scott Cooper
Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell e Robert Duvall
Distribuidora: Castello Lopes Multimedia
Já o tinha dito a propósito de Um Sonho Possível e há que voltar a dizê-lo a propósito de Crazy Heart, há filmes que se fazem graças a um actor e que, fora ele, são pequenos demais para o grande ecrã.
Jeff Bridges leva o argumento de telefilme melodramático para uma dimensão onde recordamos a personagem como não recordaremos as situações em que ela se desenvolve.
Jeff Bridges leva o argumento de telefilme melodramático para uma dimensão onde recordamos a personagem como não recordaremos as situações em que ela se desenvolve.
O Bad Blake de Jeff Bridges não é uma personagem extraordinária, capaz de parecer extravasar o ecrã, mas é um mito americano fragilizado e humano.
Um génio country a correr o circuito de “tascas” e a acabar com a própria vida na lentidão decadente de bebida, tabaco e sexo gratuito.
As (pequenas) multidões ainda fazem dele mais do que ele próprio sabe que é.
Um génio country a correr o circuito de “tascas” e a acabar com a própria vida na lentidão decadente de bebida, tabaco e sexo gratuito.
As (pequenas) multidões ainda fazem dele mais do que ele próprio sabe que é.
A história dele que vemos é a de uma pequena redenção à conta de uma mulher e do seu filho. Uma família para quem deu cabo de quatro casamentos.
Mas a melhor música parece nunca nascer da felicidade, por isso Blake fará da sua última derrota a sua primeira grande vitória em muito tempo.
Uma clínica de reabilitação e uma música genial depois, ele aceita o seu destino de músico mais lembrado do que idolatrado – que está entre os grandes que ficam para o futuro e não entre os grandes que vendem só no presente – e de homem regenerado mas não recompensado.
Pagou pela sua salvação o preço possível e o génio ficou onde não poderia ficar o amor.
Mas a melhor música parece nunca nascer da felicidade, por isso Blake fará da sua última derrota a sua primeira grande vitória em muito tempo.
Uma clínica de reabilitação e uma música genial depois, ele aceita o seu destino de músico mais lembrado do que idolatrado – que está entre os grandes que ficam para o futuro e não entre os grandes que vendem só no presente – e de homem regenerado mas não recompensado.
Pagou pela sua salvação o preço possível e o génio ficou onde não poderia ficar o amor.
O filme é composto segundo o menor denominador comum, as paisagens, os concertos, tudo filmado com funcionalidade indiferenciada.
Mas pouco se liga a isso quando Jeff Bridges vai fazendo da sua personagem a luz que atrai o olhar.
A sua naturalidade deixa nas sombras (e à espera de ser percebida) a intensidade de uma personagem que nos parece real e que nos faz pensar no número de pessoas que, de facto, viveram destas histórias pela estrada fora descendo a pique.
Talvez nem seja o melhor papel de Jeff Bridges, nem sequer o melhor papel pelo qual foi nomeado ao Óscar, mas é a prova de que os prémios se dão a quem, sozinho, faz de algumas cenas um filme.
Mas pouco se liga a isso quando Jeff Bridges vai fazendo da sua personagem a luz que atrai o olhar.
A sua naturalidade deixa nas sombras (e à espera de ser percebida) a intensidade de uma personagem que nos parece real e que nos faz pensar no número de pessoas que, de facto, viveram destas histórias pela estrada fora descendo a pique.
Talvez nem seja o melhor papel de Jeff Bridges, nem sequer o melhor papel pelo qual foi nomeado ao Óscar, mas é a prova de que os prémios se dão a quem, sozinho, faz de algumas cenas um filme.
Extras
Cenas Eliminadas – Algumas cenas claramente bem cortadas, ainda que a última apresentada fosse bem interessante, mas demasiado evidente para um personagem mais sugerido do que evidenciado.
Com Jeff Bridges a interpretar as suas músicas teria sido interessante, pelo menos, um breve extra sobre essa genuinidade.
Com Jeff Bridges a interpretar as suas músicas teria sido interessante, pelo menos, um breve extra sobre essa genuinidade.
Concordo com o todo o texto... Jeff Bridges já merecia um Óscar; apenas foi injusto o facto de lhe terem dado num ano em que não merecia tanto: apesar de Bridges sustentar todo o filme, a interpretação do ano é, sem duvida, de Colin Firth em "A single man"... Talvez neste próximo ano se faça (novamente) justiça de forma menos justa...
ResponderEliminarSim, foi um ajuste de contas com um prémio que estava em falta. Mas é claro que a melhor interpretação era de Colin Firth.
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