quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiras impressões das novas séries

Acção/Suspense


Hawaii Five-0

Para quem gosta do género, esta é uma série que cumpre o que promete, mas também não vai além disso. Uma série policial com a dose necessária de conspiração e umas quantas doses de tiroteios e umas coreografias bem ensaiadas que parecem resultar em lutas. Ainda assim, consegue ser uma boa série policial e os fãs do género certamente irão gostar de assistir a este remake.
Classificação Metacritic: 65/100
Classificação Split Screen: 3,5/5

Nikita

Nikita sofre de um grave problema: é um remake. E como quase todos os remakes de séries e filmes de qualidade, perde por comparação. Agora analisando realmente a série sem ligar a esse facto, Nikita é uma boa série de acção com um bom elenco. Não, não se pode argumentar pela originalidade, pois organizações governamentais e agentes que se voltam contra elas é o que existe mais por aí, mas dado que a série não pretende inovar mas sim fazer um tributo à que mais contribuiu para este género, fá-lo bem (e sei que muitos vão desdizer a minha opinião quanto a este facto, mas lá está, é uma opinião e tenho direito à minha). Para quem gosta de séries deste género e costuma acompanhar, será uma boa alternativa a séries que viram o seu fim na última temporada que passou, como Dollhouse.
Classificação Metacritic: 66/100
Classificação Split Screen: 3,5/5

The Event

The Event tenta ser a próxima grande série de suspense de culto, mas a menos que pare de tentar ser intrigante através de tantos flashbacks e flashforwards (a ponto de a certa altura uma pessoa já não saber o que é realmente considerado o presente da série) não conseguirá cativar os espectadores. Existem muitas outras formas de tornar uma série no grande ponto de interrogação que os produtores de LOST conseguiram que fosse, e como FlashForward nos provou o ano passado não é boa ideia tentar usar séries de culto como comparação, pois elevam as expectativas dos espectadores até que estes se sentem defraudados e abandonam a série. The Event tem realmente uma premissa interessante e uma colecção de actores capazes de levar a série a bom porto, mas os argumentistas precisam de parar para reflectir se este será mesmo o caminho a dar ao ritmo da série.
Classificação Metacritic: 67/100
Classificação Split Screen: 3,5/5

Undercovers

Que J.J. Abrams sabe fazer séries de acção com agentes da CIA, nós já sabemos, Alias teve 5 temporadas de boa acção e drama. Escusava de ter tentado repetir a dose numa versão mais leve e ao estilo de Mr. & Mrs. Smith, com um qualquer pseudo-mistério como razão para tirar dois ex-agentes da reforma. Undercovers não convence, tem um elenco fraco e um argumento muito pobre em ideias novas. Se é para ver séries de acção de J.J. Abrams, mais vale pegar nos DVD de Alias e voltar a vê-los.
Classificação Metacritic: 63/100
Classificação Split Screen: 1,5/5

Comédias

Mike & Molly

Mike & Molly é uma sitcom para ver nos tempos mortos das outras séries. Não é o que se possa chamar de terrível (deixo essa designação para daqui a uns parágrafos), mas também não traz nada de novo ou revigorante às séries de tv. Confesso que para mim o conceito de ter um público a soltar gargalhadas enquanto se desenrola a acção era bastante dispensável, mas esta série levou-o a um extremo pois o nível de som do público supera os diálogos das personagens e torna-se bastante incómodo para o espectador. É uma série leve para quem quer apenas distrair-se e dificilmente passará disso, existem alternativas de melhor qualidade na tv.
Classificação Metacritic: 61/100
Classificação Split Screen: 2/5

Outsourced

A NBC garante-nos que Outsourced é uma comédia, mas eu cheguei a ter sérias dúvidas. Os choques culturais na série são o que de melhor se pode ver por lá, o humor é muitas vezes básico e rebatido, baseando-se muitas vezes em estereótipos. Pode ser que a série melhore, pelo menos tem as ideias base para o fazer, mas a menos que o faça em poucos episódios não será série que eu vá acompanhar.
Classificação Metacritic: 46/100
Classificação Split Screen: 1,5/5

Running Wilde

Finalmente atingimos o conceito de série terrível. Running Wilde é uma série de baixíssima qualidade, onde o humor é tão rebatido que quase dá vontade de questionar a sua classificação como série de comédia. Juntem um elenco medíocre a um argumento fraco, cujo humor se baseia na ridicularização pouco astuta de um "idiota de Beverly Hills" tal como é descrito na sinopse da série e a comparação com o amor da sua juventude que tem tendências para o eco-terrorismo mas que cede a Beverly Hills pelo bem da filha. É possível que haja quem goste da série (de algum modo ela passou de piloto a série), mas certamente não é algo que eu recomende, pelo menos a pessoas por quem tenha algum apreço.
Classificação Metacritic: 49/100
Classificação Split Screen: 0,5/5

S#*! My Dad Says

Apesar de muito (mesmo muito) criticada pela imprensa, a série não soa tão mal a alguém que não tinha expectativas relativamente a ela. Sim, é uma série bastante repleta de clichês: o pai resmungão de língua afiada, o filho que vai morar com ele, o outro filho e a sua mulher que aparecem lá por casa quando calha... mas consegue ser uma série razoável apesar de tudo. Os actores mereciam melhor do que isto e são capazes de muito mais, mas estão presos a um argumento demasiado linear que não lhes permite mostrarem tudo o que podem fazer.
Classificação Metacritic: 27/100
Classificação Split Screen: 2/5

Dramas

Boardwalk Empire

Boardwalk Empire é a televisão como ela devia ser sempre. A atenção ao pormenor, os planos de câmara, os actores... não encontro falha absolutamente nenhuma na série. Provavelmente encontrá-la-ei no decorrer da série, mas o episódio piloto da série é exactamente o que deveriam ser todos os pilotos: apresentação das personagens, contextualização histórica e sócio-económica, apresentação da trama principal que conduzirá o resto da série, tudo isto embrulhado numa fotografia excelente, argumento sem falhas e numa realização impecável. Ou não fosse este um projecto com Martin Scorsese e todo um elenco de luxo.
Classificação Metacritic: 88/100
Classificação Split Screen: 5/5

Lone Star

Lone Star podia ter sido a grande aposta da FOX este ano, com um nível de realização exemplar, um bom argumento e um elenco de bons actores, só precisava de uma boa divulgação para vingar e conquistar 4 ou 5 temporadas. Não conquistou (para saber mais, ler este artigo sobre a FOX) e foi cancelada após dois episódios. A única esperança reside na compra dos direitos da série por um canal privado, mas as perspectivas não são boas. Lone Star tinha tudo para correr bem e, mesmo sabendo que foi cancelada, vale a pena ver os dois episódios que sobreviveram.
Classificação Metacritic: 73/100
Classificação Split Screen: 4/5

My Generation

Apesar de não ser uma série fácil de ver pelo seu estilo de documentário, My Generation tem não só um bom elenco, como também uma boa premissa. Não será algo original, mas o estudo social feito pela série é interessante, embora seja difícil prender o espectador. O problema é exactamente este: manter o espectador interessado. A série não se desenvolve de modo a despertar a curiosidade pelo que está para vir, e é exactamente essa a razão por que a série já foi cancelada.
Classificação Metacritic: 43/100
Classificação Split Screen: 3/5

No Ordinary Family

Pensem em Heroes encontra Modern Family e encaminhem o argumento para um drama familiar: obtêm No Ordinary Family, uma série relativamente semelhante a The Incredibles. Não se pode dizer que seja uma série extraordinariamente inovadora (aliás, se procurarmos pelo mais antigo super-herói vamos parar a uma época que remonta provavelmente há uns milhares de anos atrás, embora o conceito de super-herói tenha sido largamente popularizada desde a década de 30, durante a qual foi lançada a primeira BD do Super-Homem), mas é uma série que acredito que vai encontrar o seu nicho e ser popularizada dentro dele. O piloto tem alguns defeitos a nível de argumento, mas a premissa base da série e o elenco de elevada qualidade irão certamente conseguir que a série melhore.
Classificação Metacritic: 65/100
Classificação Split Screen: 4/5

Raising Hope

Apesar das minhas baixas expectativas para esta série, Raising Hope acabou por se revelar como uma boa surpresa. Embora classificada como drama familiar, a série consegue ter melhores momentos de comédia do que algumas classificadas sob esse género. Não traz nada de novo à tv, é certo, mas ainda assim é uma série ligeira de curta duração (cerca de 20 minutos), que é bastante boa para passar tempo. Sendo que o entretenimento é a base de qualquer série, esta cumpre o seu propósito com algum humor e uma premissa que tem a sua dose de mérito.
Classificação Metacritic: 76/100
Classificação Split Screen: 3,5/5

Séries obrigatórias: Boardwalk Empire
Séries recomendadas: Hawaii Five-0, Nikita, No Ordinary Family, Raising Hope, The Event
Séries canceladas: Lone Star , My Generation
Séries a esquecer: Running Wilde, Undercovers
(as restantes são séries que pessoalmente não devo acompanhar, mas que dependem muito do tipo de espectador, pelo que não as classifico como séries a esquecer)

Para mais informações sobre estas e outras séries que estrearam nesta temporada, ler:

4 comentários:

  1. Não quero acreditar que o "Running Wilde", uma série criada e escrita pelo Mitch Hurwitz (o grande responsável pelo "Arrested Deveopment, uma das melhores séries de sempre), possa ter um argumento fraco. Tenho de ver, mas ficaria muito triste se assim fosse. Agora, o Will Arnett e o David Cross nunca poderão fazer parte de um elenco medíocre, nem que seja por eles.

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  2. A culpa até pode ser do argumento que não dá hipótese aos actores, mas garanto que há muito tempo que não via uma série tão má...

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  3. Tenho de concordar com a análise global das séries e dar os parabéns pela mesma.
    De facto Mike and Molly e Running wild são mesmo, mas mesmo, muito más. Quase ao mesmo nível coloco undercovers, my generation e outsourced. Para mim raising hope também não está muito longe...
    Shit my dad says decepcionou-me e merecia um argumento melhor...
    Lone star tem (tinha) um elenco excelente e com interpretações de muito bom nível, porém a história base não me seduziu (homem com 2 vidas já está um bocado batido).
    Nikita surpreende pela positiva, mesmo tendo visto a série original fiquei "cliente" desta.
    Hawaii 5-0 serve para tapar buracos entre as outras mas tem potencial.

    Sublime mesmo está boardwalk empire, não tenho palavras.

    No ordinary family ainda não tive tempo de ver mas já parte em desvantagem porque não aprecio o actor principal..

    Já agora um olhar sobre as demais novas:
    Better with you - tem alguma piada e vou continuar a seguir (o elenco é que ....)
    Blue bloods - uma nova perspectiva sobre a vida de uma familia ligada à NYPD com um elenco de luxo, recomendo.
    Chase - ao nível de hawaii 5-0
    detroit 1 8 7 - fraquinha...
    outlaw - gostei do piloto que me deixou com vontade de seguir "as cenas dos novos capitulos"
    the defenders - recomendo vivamente, os 2 protagonistas levam a serie ao colo.
    the whole truth - refrescante abordagem em mais uma serie de advogados vs procuradores.
    terriers - fujam...
    Lost girl - para da aparência física da protagonista pouco mais se aproveita...

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  4. Obrigada :)

    Por acaso ainda tenho de acrescentar aqui Better With You, que vi ontem à noite.
    Blue Bloods por acaso não esperava nada de bom dali, surpreende-me que seja assim tão bom e talvez ainda veja.
    Chase, Detroit 187, Outlaw, The Defenders, The Whole Truth (dizem que vai ser a próxima a ser cancelada), Terriers e Lost Girl não me chamam muito a atenção, penso que não vou chegar mesmo a ver. Aliás, acho que se acrescentar mais alguma série à lista semanal fico sem tempo para dormir.

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