Título original: Outcast
Realização: Colm McCarthy
Argumento: Colm McCarthy e Tom K. McCarthy
Elenco: James Nesbitt, Therese Bradley, Niall Bruton e Claire Catterson
A crítica a Outcast acaba por se aproximar muito da de The Shrine, ou seja, é um filme que falha em construir o que tem de mais interessante: a mitologia do sobrenatural que engloba para tornar mais interessante a vlgar perseguição que é o cerne da sua história.
Neste caso trata-se de magia negra usada numa disputa entre pai e mãe pela vida do seu filho. Ele quer matá-lo para garantir em definitivo os seus poderes. Ela limita-se a guardá-lo.
O filme consegue promover a magia negra como uma ferramenta fascinante e eficaz, como no confronto de vontades à distância em que os dois protagonistas têm de vencer por apagar a chama da vela que cada um fundiu misturando espécies diferentes de insectos.
Esse até é dos aspectos melhor explorados ao longo do filme, embora nenhum esclarecimento seja dado acerca de como funciona.
Os restantes são ainda mais esquemáticos, sobretudo o efeito maior perseguido ao longo de todo o filme, a transformação em pele e poder verdadeiros das tatuagens cravadas a sangue e osso se o pai matar o filho.
Suponho que não é a criação de um conceito sólido para a magia negra representada que interessa ao filme. Nem mesmo a perseguição e o combate de vontades.
O que interessa ao filme é preparar terreno para um confronto final que deveria guardar uma surpresa ao espectador, fazendo aparecer um monstro para justificar a presença no género de terror do que é, no restant, um mero thriller.
O problema é que essa é uma intenção constrita por um argumento repleto de clichés e erros graves na construção narrativa a longo prazo.
A partir do momento em que surgem pedaços de diálogo que consistem em frases como "Fica longe dele. Depois não digas que não te avisei." ou "Nada de brigas ou raparigas. Tens de manter o controlo.", qualquer surpresa deixou de o poder vir a ser e a realidade do monstro em terreno urbano é revelada ainda o filme está a desenvolver-se.
Pena que seja no meio destes inúmeros falhanços que as interessantes interpretações de James Nesbitt e Therese Bradley se apresentam.
Sem comentários:
Enviar um comentário