DVD: August Rush - O Som do Coração, por Tiago Ramos

Título original: August Rush (2007)
Realização: Kirsten Sheridan
Argumento: Nick Castle e James V. Hart
Elenco: Freddie Highmore, Keri Russell, Jonathan Rhys Meyers, Terrence Howard e Robin Williams

“Bonito” é um adjectivo que os críticos não costumam usar quando se referem a um filme. “Bonito” é usualmente associado a uma menor qualidade do argumento, quase um guilty pleasure. Porém, August Rush - O Som do Coração é um desses filmes bonitos, não necessariamente menores, mas que nos garantem uma boa dose de emoção.

Esta é uma história de amor entre um um vocalista pop rock e uma violoncelista de renome, uma paixão intensa mas fugaz que deixa um rebento, que é posteriormente abandonado num orfanato, pelo avô severo, sem a mãe saber. A partir deste mote surge um filme que vive da música ou pelo menos dos fortes elos que daí advêm.

Em dada altura, o filme faz-nos lembrar Oliver Twist, de Charles Dickens, com uma diferença: o grupo de crianças é usado, não para roubar, mas para tocar, como meio de ganhar dinheiro para Wizard (Robin Williams). Ao mesmo tempo que August Rush revela o seu talento inato para a música, tornando-se uma inegável versão contemporânea de Mozart, o produto do seu trabalho musical conduz a uma sucessiva aproximação dos seus progenitores e de si próprio.
August Rush - O Som do Coração não é perfeito, pelo contrário, é um filme mediano, onde o argumento poderia ter ido mais longe e não se tornado mais que um mero romance a cair para o lamechas. Contudo, conforme já referido é um filme bonito que cativa, pelo menos, a emoção e a fantasia. A banda sonora, no entanto, está muito bem construída e torna-se a base de todo o filme, com a canção Raise It Up, de Jamal Joseph e Charles Mack, a ser nomeada para a categoria de Melhor Canção Original, nos Óscares de 2008.

Se falarmos a nível interpretativo, temos aqui pelo menos uma mão cheia de bons motivos para elogiar o argumento. Terrence Howard (Crash), Jonathan Rhys Meyers (The Tudors) e Keri Russel (Felicity) têm aqui boas prestações, mas o grande destaque vai para Robin Williams (Insomnia), num papel que se enquadra perfeitamente nele e claro está, para o jovem Freddie Highmore (Charlie e a Fábrica de Chocolate) que cria uma excelente relação de empatia com as câmaras.

Pouco mais que um guilty pleasure, que sabe bem ver num serão, mas que acaba por ser uma lição de vida, de persistência e amor, num bonito filme.

Classificação:

Extras:

• Selecção por Capítulos
• Entrevistas
• Ovo da Páscoa
• Trailers

Classificação dos Extras: