O maior problema de FlashForward foi ter dado "um passo maior do que a perna". Os produtores de FF tentaram concorrer ao lugar que Lost ia deixar vazio, o de série "mindblowing" e de culto, chegando mesmo a pôr referências a Lost na série na pós-produção. E foi este o erro número um: criar grandes expectativas mesmo antes da série começar.
Se FF tinha uma boa base que desse para ocupar esse lugar? É possível, embora nunca fosse ficar ao nível de Lost, era um bom candidato. Uma base relativamente sólida permitia-lhe trabalhar bastante as personagens e o mistério que as envolvia e talvez até se desse um caso como Dollhouse, em que uma segunda temporada permitiu acabar a série com mérito e dar-lhe o final merecido.
O segundo grande erro de FF foi o hiatus demasiado longo (mais de 3 meses) após o décimo episódio. Numa série onde as audiências não eram fortes e onde os próprios espectadores já começavam a duvidar da qualidade da série, dizer-lhes para esperarem todo esse tempo para regressarem com mais um episódio parecido com os anteriores não foi a melhor ideia, e muita gente desistiu da série.E foi mais ou menos por essa altura que a série melhorou.
Os actores principais não tinham performances geniais, mas eram o suficiente para segurar a série, excluindo obviamente a jovem actriz Lennon Wynn que interpretava Charlie Benford, com momentos de tão pouca espontaneidade que pareciam saídos de um primeiro ensaio e não da série. Sejamos honestos, não existe pior numa série do que uma criança que é má actriz. Grande destaque para Dominic Monaghan no papel de Simon Campos e Christine Woods no papel de Janis Hawk, conseguindo ambos as interpretações que as suas personagens mereciam e dando carisma à série.
Já a nível do argumento, começou a melhorar no terço final da série, onde algumas revelações de última hora fizeram-me finalmente ansiar pelo capítulo seguinte, em vez de o ver apenas por hábito. No fim, o que faz uma série ter espectadores é exactamente isso: a ansiedade de ver o episódio assim que ele dá, ao invés de poderem esperar e o verem mais tarde, muitas vezes de forma ilegal.
Quando à série em si, é pena que não tenha uma segunda temporada. Os últimos episódios foram aquilo que toda a série deveria ter sido e já vieram tarde demais, mas ainda assim conseguiram terminar bem a série, sendo que facilmente recomendo verem mesmo com uma única temporada. FF foi mais uma boa ideia mal aproveitada, da qual espero que daqui a alguns anos alguém se lembre de fazer um remake de sucesso e a consigam prolongar como aconteceu com V.
O melhor:
- os últimos episódios
- Dominic Monaghan e Christine Woods
- o conceito da série
O pior:
- os 10 primeiros episódios, excepto o episódio 7
- Lennon Wynn
Tenho desde o episodio 11 á minha espera na zon box a ocupar (e pesam bastante pois foram gravados em HD...). Esta e mais algumas séries por terminar (os últimos de Mad Men 3T, Weeds desde a 3T, Stargate Universe a recta final, a última parte de V, Humans (1T e 2T), The Secret Diary of a Call Girl o final da 3T, etc). Não me têm dado vontade nenhuma de as ver...
ResponderEliminarMas esta tenho de ver pois é um deleite seguir (ver) a Christine Woods (my god!) e a Sonya Walger. A melhor personagem da série (até ao que vi) é o Demitri, que é muito credível.
Espero arrumar com esta série mal possa e tenha pachorra novamente.
Dessas que falas, digo-te que a última parte de "V" é excelente mesmo!
ResponderEliminarNunca vi o Lost, portanto não posso comparar. Eu sinceramente ainda lamento que tenham cancelado esta série que prima pela originalidade em detrimento de um "remake" de uma série de culto dos anos 80 (V). Acompanhei as duas, vibrei com ambas mas confesso que FlashForward despertava em mim muito mais curiosidade em querer saber o que se iria passar a seguir. Os principais problemas que vi apontarem à série foi o excesso de "palha" (passavam-se episódios e não se resolvia nada), as más interpretações e o período de pausa na transmissão de novos episódios (embora V tenha sofrido do mesmo problema).
ResponderEliminarEm todo o caso, penso que a história em si safava a série. Realmente os últimos episódios preparavam-nos para um turbilhão de acontecimentos que dariam belos frutos em futuras temporadas. Isto tinha tanto potencial para ir mais além...
Eu demorei algum tempo a recomeçar a ver a série depois do hiatus, mas confesso que valeu a pena. Talvez não ao primeiro ou segundo, mas no seu todo compensou a iniciativa de voltar a vê-la.
ResponderEliminarConfesso que comparando ambas até preferi V, talvez por terem conseguido fazer um remake de qualidade. FF foi maltratado pelos próprios argumentistas, foi uma pena ter sido cancelada.
ResponderEliminarSim, o remake é de qualidade, sem dúvida e aprecio bastante a série, tendo ficado satisfeito com a confirmação de uma segunda temporada. Apenas questiono a constante decisão de "Hollywood" de favorecer sequelas, remakes, spin-offs, reboots em vez de apostar em novas produções. FF foi, sem dúvida, uma oportunidade perdida nesse aspecto.
ResponderEliminarSim, essa tem sido uma questão bastante discutida, a prevalência do rebatimento de ideias antigas em detrimento da aposta em novo conceitos. Infelizmente é com isto que nos temos deparado, quer no cinema, quer na tv.
ResponderEliminarFiquei realmente com pena que não haja continuação de FF. Comecei a ver FF mais ao menos ao mesmo tempo que comecei a ver V e sempre preferi FF, fiquei mesmo surpreendida quando vi que V ia ter 2ª temporada e FF não.
ResponderEliminarA meio (como foi dito) começou a enrolar um bocado, mas no geral (e principalmente os últimos episódios) foi bastante boa. E sim, também não gosto muito das qualidades da miúda (comparando à miúda de 4400, por exemplo, é bastante fraquinha...)
Enfim, mais uma série que fica a meio... Odeio que cancelem séries!!! :(
Infelizmente se não cancelassem séries não haveria espaço para as seguintes, mas é pena que as cancelem tão precariamente. Ainda assim deram tempo para se fazer um final digno, não foi como alguns casos em que simplesmente cancelam sem qualquer respeito pelos fãs.
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